Syphon Filter 2 (Sony Playstation)

Syphon Filter 2

Após o merecido sucesso do primeiro Syphon Filter, uma sequela não levou muito tempo a surgir, mantendo as mesmas mecânicas base do primeiro jogo, mas no entanto com missões que a meu ver eram bem mais interessantes e uma história com mais plot twists e momentos marcantes. Como as mecânicas de jogo são similares, recomendo a leitura do artigo do primeiro Syphon Filter, já que este será mais ligeiro. E tal como o primeiro, este jogo foi comprado algures no verão do ano passado a um particular em Lisboa, com o preço a rondar os 5€.

Jogo com caixa, 2 discos e manual

A história continua exactamente onde o anterior acabou. Gabe Logan e Lian Xing (esta infectada com o vírus Syphon Filter) conseguiram com sucesso evitar a detonação de um míssil intercontinental no final do jogo anterior, fugindo de avião em seguida. Mas a agência para a qual os dois trabalhavam tinham-nos traído e queriam o Syphon Filter para os seus próprios fins então abatem com sucesso o avião onde ambos viajavam. O resto do jogo vai-nos levar a várias localidades no mundo onde Gabe e Lian irão enfrentar vários agentes da Agency e não só, de forma a obter os dados do vírus Syphon Filter e tentar arranjar uma vacina para Lian, tudo isto sempre com a Agency em perseguição.

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Neste jogo somos fugitivos da Agency, pois pelo que se viu anteriormente também se estavam metidos em coisas que não deviam.

A infiltração continua a ser um elemento central na jogabilidade. Em algumas missões é até algo obrigatório passarmos completamente despercebidos, pelo que iremos equipar muitas vezes armas com silenciadores, dar uso a sniper rifles para avater alvos à distância ou utilizar armas não letais para lidar com inocentes que não sabem onde se estão a meter. Mas muitas outras missões são também dignas de um filme de acção hollywoodesco, como os combates num comboio a alta velocidade, os tiroteios numa discoteca russa ou mesmo a infiltração num Gulag. A ajudar está mais uma vez o sistema de lock on aos alvos, mas é sempre recomendável que levemos o jogo de forma lenta e calculista, usando sempre que possível o zoom para obter headshots em inimigos que não suspeitem de nada. Claro que nem sempre isso será possível, mas para essas situações felizmente também temos armas apropriadas no nosso arsenal, como as fiéis shotguns ou metralhadoras de assalto para os close encounters. A exploração dos níveis é também necessária e mais uma vez vamos ver-nos a encontrar caminhos alternativos por condutas de ar, ou pendurar-nos nas superfícies para passar despercebidos por alguns guardas.

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Também jogamos várias com Lian, incluindo a sua fuga após ter sido aprisionada pela Agency

Graficamente é um jogo bem detalhado para uma Playstation. Os níveis continuam a ser muito “quadrados” é verdade, mas são bem mais variados visualmente que no jogo anterior, onde atravessamos cadeias montanhosas, cavernas geladas, áreas urbanas tanto na Rússia como nos próprios Estados Unidos, bem como as ja habituais bases militares, cadeias ou laboratórios. Em todo o level design parece-me ter havido uma boa evolução na sua variedade e também construção, embora ainda existam um ou outro nível mais labiríntico pela frente. As músicas são também bastante dinâmicas, mudando muito consoante a acção, tanto podem ser mais tensas naqueles momentos em que não podemos mesmo ser vistos, ou bem mais enérgicas em duros tiroteios. O voice acting também é bastante sólido para um jogo de 2000, e toda a temática de espionagem e conspiração fez-me muitas vezes lembrar séries como 24.

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Syphon Filter 2 tem muia mais acção, incluindo este excelente nível

Este Syphon Filter tem ainda um modo multiplayer para 2 jogadores que sinceramente não prestei atenção quase nenhuma, mas é sempre um bom extra. Várias personagens e arenas podem ser desbloqueadas durante o jogo normal, ao encontrar objectos secretos ou cumprir algumas missões dentro de algumas condições especiais. Finalizando, este Syphon Filter 2 é um jogo de acção/infiltração bem sólido, com missões mais interessantes e variadas. Quem gostou do primeiro, irá certamente passar um bom tempo com este. Agora resta-me procurar o Syphon Filter 3 que é o único da série que actualmente me falta.

Syphon Filter (Sony Playstation)

Syphon FilterVoltando à primeira consola da Sony, para uma análise a um jogo muito interessante, que por alguma razão a Sony decidiu assumir que a franchise deixou de existir a partir do momento em que lançaaram a PS3. Syphon Filter é um jogo de acção, com uma ênfase maior em missões “black ops” com a sua dose “quanto baste” de momentos de infiltração e com uma componente de exploração que vai buscar as suas ideias a jogos como Tomb Raider. E este jogo entrou na minha colecção algures durante o verão do ano passado, após ter sido comprado a um particular por um preço que oscilava entre os 4 e os 6€, pois foi comprado em bundle.

Syphon Filter - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual

Em Syphon Filter tomamos o papel de Gabe Logan, um agente secreto que tabalha para a “The Agency”. Ora Logan e a sua companheira Lian Xing já há algum tempo que andavam atrás de um certo terrorista (Erich Rhoemer), que acreditavam ter desenvolvido uma poderosíssima arma biológica. Enquanto o procuravam, Rhoemer e o seu grupo desencadearam um ataque terrorista em plena capital norte-americana, colocando-nos assim no seu encalço. A história vai evoluindo para outros locais, em especial na europa de leste, onde nos infiltraremos em várias bases militares do grupo terrorista, onde as suas armas biológicas estavam a ser desenvolvidas. Como em qualquer filme de espionagem, esperem também pelas habituais reviravoltas.

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O sistema de lock-on dá muito jeito.

A jogabilidade mistura vários géneros de jogos, como o stealth de Metal Gear, o tiroteio em terceira pessoa de jogos como Duke Nukem Time to Kill e a exploração de cenários tridimensionais, mas muito “quadrados”, tal como nos Tomb Raider clássicos. Temos várias missões a desempenhar, algumas em que o stealth não é assim tão importante, obrigando-nos a ter de decimar uma série de bandidos espalhados pelos níveis, já noutros é fundamental, onde teremos de dar uso às nossas armas com silenciadores ou a fiel sniper rifle, que aqui é utilizada no modo de primeira pessoa. Outras missões incluem também cenas em que temos de escoltar alguém importante ou seguir um determinado cientista sem sermos apanhados, o que poderá exigir algumas retries. Logan é também um agente muito versátil, sendo capaz de várias acrobacias como rebolar no chão para fugir a fogo inimigo, andar agachado de forma a passar despercebido e tem também algum atleticismo para dar uns saltos valentes e escalar algumas superfícies, tal como Lara Croft. O combate é bem executado e Logan possui um vasto arsenal à sua disposição, com cada vez mais armamento à medida que vamos progredindo no jogo. Vários tipos de revólveres, armas automáticas, shotguns, tazers, ou explosivos estarão à nossa disposição. Para disparar podemos sempre utilizar o mecanismo de “lock”, não perdendo nunca o inimigo à escolha de vista. Headshots são também possíveis e recomendados para irmos passando o jogo com mais algum à-vontade, visto muitos inimigos também terem vestidos coletes à prova de bala.

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O menu onde podemos ver o mapa, os objectivos actuais e rever o briefing inicial da missão.

Os níveis vão sendo bem variados, atravevessando áreas urbanas, uma enorme igreja e suas catacumbas, áreas mais industriais ou militares, sendo por vezes bem grandinhos ou labirínticos. Felizmente existe um menu onde teremos acesso ao mapa da missão actual, em conjunto com outras informações como os objectivos ou o briefing inicial. Isso  e os cenários serem muito escuros, mas isso já não é algo que me incomode assim tanto. No geral a nivel gráfico Syphon Filter é um jogo competente dentro dos possíveis e das limitações da consola. As personagens e cenários estão bem detalhados e com mais polígonos do que eu estaria à espera. Os níveis em si são muito “quadrados” tal como em Tomb Raider mas lá está, era algo que fazia parte daqueles tempos. O voice acting é minimamente competente, embora a história por detrás deste jogo não me tenha motivado assim tanto, não deixando de qualquer das formas de não ser má de todo. As músicas também confesso que não são memoráveis, mas adaptam-se bem à atmosfera do jogo, sendo mais tensas em missões com um maior nível de infiltração, ou mais mexidas noutras situações em que passemos um maior perigo, por exemplo.

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A maior parte das cutscenes utilizam o motor gráfico do jogo, mas outras usam gráficos CG.

No fim de contas acho este mais um óptimo jogo da biblioteca da Sony, tendo sido o início de uma franchise que trouxe ainda mais 2 jogos para a plataforma, sendo o último deles lançado já com a Playstation 2 na zona. Após mais uns 3 lançamentos divididos entre a Playstation 2 e Portable, a série caiu no esquecimento para a Sony o que acho estranho, pois encaixa que nem uma luva com o conceito de muitos jogos de acção modernos. Talvez veremos algo para  a PS4, que não antes de 2018 eu deverei comprar.