Alien: Isolation (PC)

Depois de me terem recomendado que jogasse o Blood Omen, os meus caros amigos do podcast TheGamesTome recomendaram que jogasse este Alien: Isolation, no âmbito da nossa rubrica Backlog Battlers, uma espécie de “clube de leitura” onde nos vamos desafiando uns aos outros que joguemos certos jogos do nosso backlog. Pois bem, terminei-o na minha recente semana de férias e, como tem sido habitual quando publico algo que venha do backlog battlers, acabo também por deixar cá o vídeo onde falo do jogo em si. O meu exemplar foi comprado há uns 2/3 anos atrás numa feira de velharias, onde alguém espalhou uma série de sobras da extinta loja Game. A maior parte eram jogos de PC ao desbarato (tipo 1€ cada) e eu aproveitei para arriscar neste Alien: Isolation. Apesar de aberto, a sua cd-key ainda não tinha sido resgatada no steam, nem a do DLC que esta edição contém, o Crew Expendable.

O jogo é uma espécie de sequela do filme original de 1979, onde controlamos nada mais nada menos que Amanda Ripley, filha da protagonista principal do primeiro filme, que recebe a notícia que a “caixa negra” do Nostromo foi recuperada e está actualmente na posse de uma estação espacial gerida por uma empresa concorrente da Weyland-Yutani. Desesperada por notícias da sua mãe, Amanda decide embarcar na missão de recuperar a tal caixa negra e assim descobrir o que terá acontecido com a sua mãe. Mas quando lá chegamos rapidamente nos apercebemos que algo não está certo. Os poucos humanos que habitam a estação estão estranhamente hostis, os andróides também e uma sinistra criatura habita a nave, lentamente matando todos os que lá habitam. Sim, um alien está a bordo.

Jogo com caixa, dois discos e papelada diversa, incluindo um código de activação para o DLC Crew Expendable

Ao contrário de muitos outros first person shooters que foram sendo lançados ao longo dos anos sobre esta série, aqui o foco está completamente na furtividade. As armas que viremos a encontrar possuem munições muito escassas e acima de tudo, o barulho das mesmas irá atrair a atenção de outros inimigos que por lá circulem, particularmente o alien que possui uma inteligência artificial bem mais evoluída. Para terem uma ideia, a criatura vai-nos seguindo ao longo de todo o jogo, quer a patrulhar os corredores, quer esteja escondida nas ventilações, pronta a nos emboscar. Se estiver em modo patrulha, não temos de ter apenas cuidado com o barulho, mas também com a luz da nossa lanterna e mesmo se nos escondermos em certos locais como dentro de armários ou debaixo de mesas, eventualmente a criatura também nos começa a procurar nesses locais. Tal como no filme eventualmente ganharemos um sensor de movimento, mas o seu barulho também pode alertar a nossa presença caso o utilizemos perto de algum inimigo. Este jogo é portanto bastante aterrador e aliado ao facto de ser jogado inteiramente na primeira pessoa só contribui para aumentar mais esta atmosfera de tensão. Queremos ver se estamos em condições minimamente seguras de progredir? Teremos forçosamente de nos expor o que pode não ser boa ideia.

O jogo é aterrador principalmente pela inteligência artificial da criatura que nos vai perseguindo constantemente.

E lá está, apesar de termos acesso a algumas armas de fogo, nunca consegui matar ninguém com um tiro apenas e o barulho dos disparos irá atrair muitas atenções indesejadas. A excepção está no lança-chamas, a única arma capaz de assustar o alien, mas mesmo assim o bicho irá oferecer cada vez mais resistência à arma sempre que a utilizamos. De resto o jogo possui também um sistema de crafting que nos irá permitir não só construir medkits mas também toda uma série de outros equipamentos como diversos tipos de granadas (explosivas, fumo ou de impulsos electromagnéticos que desactivam temporariamente andróides) ou geradores de ruído, outra das ferramentas bastante úteis se queremos distrair alguém. Em suma, é andar constantemente de forma cuidadosa e evitar o confronto sempre que possível.

No espaço até podem não nos ouvir a gritar, mas cá em casa garanto que ouvem.

A nível audiovisual sinceramente acho o jogo excelente. Não que esteja com uns gráficos fora de série, mas simplesmente adoro a sua direcção artística. Tal como o Aliens: Colonial Marines nos traz uma visão futurista digna dos anos 80, este jogo vai buscar muita influência ao primeiro Alien e tecnologias dos anos 70, como monitores CRT monocromáticos, telefones gigantes, servidores com fitas magnéticas, máquinas repletas de botões e alavancas, entre muitos outros pormenores. O próprio design dos corredores das naves que vamos explorando poderiam ser retirados desse primeiro filme e simplesmente existem imensas referências deliciosas para os fãs. A sala com o núcleo de uma inteligência artificial é idêntica, as indicações visuais que vamos vendo nos monitores também e aquelas máquinas estranhas que Ripley precisava de mexer quando activou o sistema de auto-destruição de Nostromo, também estão aqui presentes. No que diz respeito ao som, também não há muito a acrescentar aqui, está tudo excelente, desde o voice acting, a banda sonora minimalista e sobretudo o silêncio, repleto de várias pistas sonoras que nos vão acompanhando ao longo de toda a aventura.

Até o raio dos andróides são sinistros e resistentes ao dano.

Para além da aventura principal, a minha edição do jogo veio com um DLC (Crew Expendable) onde poderíamos recriar uma das cenas do primeiro filme Alien a bordo da nave Nostromo e onde poderíamos encarnar numa das muitas personagens do primeiro filme. Existe um outro DLC que protagoniza os últimos momentos do primeiro filme que já não cheguei a jogar. Para além disso temos também o Survivor Mode, que são uma série de missões onde teremos de cumprir certos objectivos no mínimo de tempo possível, enquanto somos perseguidos por um alien, claro. Não o cheguei a experimentar. Ao longo do tempo foram saindo outros DLCs como novos mapas para este survivor mode ou mesmo outros modos de jogo.

Apesar de extremamente curto, o DLC Crew Expendable não deixa de ser uma óptima homenagem ao primeiro filme.

Portanto sim, adorei este Alien: Isolation, apesar de não me ter divertido muito a jogá-lo. É um autêntico survival horror com uma atmosfera incrivelmente tensa que nos deixa constantemente com o coração nas mãos. Está muito bem feito, até tendo em conta que foi produzido pela Creative Assembly (série Total War), que não tinha nenhuma experiência em jogos deste género. Conseguiram também capturar de forma perfeita a atmosfera retro-futurista do filme original, pelo que por tudo isto recomendo-o vivamente particularmente se forem fãs dos filmes Alien.