Guilty Gear X2 (Sony Playstation 2)

Depois do excelente Guilty Gear X, a Arc System Works não perdeu muito tempo a lançar uma sequela nas arcades (uma vez mais tendo o sistema Naomi da Sega como base). E este Guilty Gear X2 acabou por ter sido muito bem recebido, tanto pelos fãs, como pela crítica e foi um jogo que, tal como o Street Fighter II, recebeu imensos updates nos anos seguintes, alguns deles que também tenho na colecção e irei explorar em breve. O meu exemplar sinceramente já não me recordo muito bem de onde veio nem quanto custou, mas pelas marcas de autocolantes que possuía na capa, presumo que tenha vindo de uma cash converters e se assim foi, não terá sido nada caro.

Jogo com caixa e manual

A história aparentemente decorre meras semanas após os acontecimentos do jogo anterior, com a misteriosa Post War Administration Bureau a operar sobre as sombras e investigar os Gears, os tais seres/cyborgs super poderosos e restantes personagens. Paralelamente, uma nova e misteriosa vilã, a rocker I-No também vai manipulando as outras pessoas a seu bel-prazer, como poderemos descobrir no modo história. Aliás, a conversão para a PS2 trás imensos modos de jogo, pelo que este acaba por ser um fighter repleto de conteúdo para quem o quiser completar a 100%.

I-no é uma das novas personagens and she’s a badass!

Antes de abordarmos os modos de jogo, vamos abordar um pouco da sua jogabilidade. Tal como os seus predecessores, este Guilty Gear X2 é um fighter 2D, com excelentes visuais e animações, personagens bastantes distintas entre si, e uma jogabilidade frenética, com grade ênfase nos combos e outros golpes especiais. A tension bar marca novamente o seu regresso, ao ser preenchida à medida que vamos distribuindo pancada. A barra pode ser preenchida a vários níveis, que vão desbloqueando uma série de golpes especiais para cada personagem como os overdrives ou golpes instant kill, que são fatais para os oponentes. Por outro lado, se tivermos uma abordagem demasiado defensiva, a tension bar vai diminuindo. Mas isto já existia no jogo anterior, então a Arc System Works decidiu colocar ainda outra barra adicional, a Burst Bar. Esta vai enchendo à medida que vamos infligindo ou sofrendo dano e uma vez cheia permite-nos desencadear counters poderosos capazes de contrariar golpes especiais dos nossos adversários, que de outra forma suponho que sejam indefensáveis.

O design dos lutadores é bastante variado e original

No fundo este é um fighter muito técnico e que exige muita práctica para ser dominado, e tal como referi acima, a Arc System Works introduziu aqui imensos modos de jogo que irão certamente ajudar a quem quiser se tornar um pro. Para além da tradicional adaptação arcade, onde vamos defrontando um número de inimigos até chegar ao boss final, bem como o versus para 2 jogadores, temos aqui muito mais conteúdo, a começar por um modo de treino, um Survival onde teremos de enfrentar várias vagas de oponentes até que finalmente percamos uma vida, o Mission, Medal of Millionaires, e por fim o modo história. O Mission, tal como o nome refere, coloca-nos uma série de desafios pela frente, como enfrentar um oponente com uma personagem pré-definida, e por vezes com algumas condicionantes, como começar com metade da barra de vida, por exemplo. O Medal of Millionaires é uma variante do survival, onde vamos sendo recompensados com medalhas e creio que outros power ups se mantivermos uma boa performance e desencadear combos.

O modo história possui cutscenes cheias de diálogos com voice acting. Se ao menos tivessem investido um pouco mais na apresentação!

Deixei o modo história para o final propositadamente, pois creio ser o modo de jogo onde a Arc System Works mais investiu nesta conversão para a PS2. Aqui temos cutscenes entre cada batalha, que naturalmente diferem de personagem para personagem e que melhor explicam as motivações de cada lutador e quais as suas relações com os restantes. As cutscenes em si são muito simples, com os retratos de cada interveniente a surgir no ecrã quando estão a falar, mas todos os seus diálogos são apresentados com voice acting em japonês, o que foi uma excelente surpresa. Para além disso, cada personagem possui diversas ramificações na sua história (tipicamente 3) que nos irão levar a finais distintos. A maneira como alcançamos os diferentes finais é que não é muito óbvia à primeira vista, pois irá depender da nossa performance ao longo da história e eventualmente também teremos de ter alguns pré-requisitos preenchidos, como alcançar um final específico com outra personagem.

O detalhe nas animações e seus golpes continua excelente!

A nível audiovisual nem sei bem o que mais dizer. O jogo possui cenários num 2D muito bem detalhado, apresentando paisagens urbanas, naturais, pós-apocalípticas (pois este universo decorre num universo pós-guerra) ou até algo sobrenaturais como é o caso de algumas personagens. As personagens também são bastante diversas entre si, com excelentes animações e golpes especiais. A música, essa continua numa excelente toada entre o hard rock e o heavy metal, cheia de grandes guitarradas como manda a lei! Só é pena as cutscenes do modo história serem um pouco aborrecidas visualmente, mas acho que já foi bom o suficiente a Arc System Works ter introduzido este modo de jogo da maneira que fez.

Portanto este Guilty Gear X2 é mais um excelente jogo de luta, repleto de diferentes modos de jogo nesta sua versão para a PS2, que irá certamente contribuir positivamente para a sua longevidade. Ou talvez não tendo em conta os vários relançamentos com coisas novas que o jogo foi recebendo ao longo dos anos. O primeiro foi o #Reload, que planeio abordar em breve, mas antes desse foi lançado também o Isuka, um jogo inteiramente novo que planeio jogar primeiro.

Guilty Gear X (Sony Playstation 2)

Continuando pelas rapidinhas vamos num instante ao segundo jogo da saga Guilty Gear, uma série de jogos de luta 2D produzidos pela Arc System Works, conhecidos pela sua jogabilidade alucinante e banda sonora repleta de guitarradas mesmo como eu gosto. Esta sequela já acabou por sair originalmente nas arcades, através do sistema Naomi da Sega. Naturalmente que foi depois convertido para várias consolas, entre as quais esta versão para a PS2 que cá tenho e deu entrada na minha colecção algures em Setembro de 2016 através de uma compra na CeX. Custou-me 2€.

Jogo com caixa, manual e papelada

Tal como jogos como Samurai Shodown ou Last Blade, esta série é também de jogos de luta 2D onde os lutadores usam armas brancas, predominantemente espadas. Mas ao contrário dessas duas séries cujo foco está na cultura Samurai e/ou outras artes marciais orientais, aqui a narrativa leva-nos para um futuro apocalíptico, com cyborgs chamados Gears no centro dos conflitos. Mas também se vai buscar muitas influências às tradições japonesas ou até temáticas do sobrenatural.

As persoagens possuem todas um óptimo design e golpes especiais

A jogabilidade é, à falta de melhor palavra, intensa. Há um grande foco nos combos e counters e, tal como no primeiro jogo vamos tendo uma barra de “tensão” que vai aumentando consoante a nossa performance nas batalhas. Quando a barra chegar a um certo nível, poderemos desbloquear alguns golpes poderosos e, no caso de atingirmos o nível máximo de tensão poderemos desencadear um golpe mortal, que se bem feito, mata o nosso oponente, vencendo assim o combate, não interessando o round em que estivermos. De resto dispomos aqui de vários modos de jogo que dispensam apresentações, tais como o arcade, o versus para 2 jogadores, um modo de treino onde poderemos apurar as mecânicas de jogo e as particularidades de cada lutador e por fim temos também o survival. Este último, tal como o nome indica é um modo de jogo onde a nossa resiliência é posta à prova, onde teremos de enfrentar vários oponentes de forma consecutiva, sem a nossa vida ser regenerada entre rounds.

A jogabilidade é caótica e os gráficos são de um 2D excelente!

No que diz respeito aos audiovisuais este é mais um jogo excelente. As arenas estão repletas de detalhes, assim como as personagens são muito bem desenhadas, possuindo boas animações e um visual muito original. Assim se faz um bonito jogo em 2D! Mas se por um lado os gráficos são muito bons, todo o som, desde as habituais falas em Japonês dos lutadores que não conseguimos entender, passando pela “narração” das batalhas ou pela banda sonora, tudo excelente! Adoro aqueles detalhes de “Heaven and Hell”, “Duel” e “Let’s Rock” ditos por uma voz robotizada antes de cada combate. As músicas, uma vez mais estão mesmo no meu gosto. Metal com grandes guitarradas! Mesmo naquelas músicas mais calmas e com algumas influências mais folk, a guitarra rock acaba por se destacar depois. Só tenho pena que, em comparação com o primeiro jogo, aqui não tenhamos mais diálogos entre as personagens, para percebermos melhor a história e a relação que uns lutadores vão tendo uns com os outros. Aqui temos apenas uma frase dita pelo vencedor no final de cada combate e siga.

Portanto, temos aqui um belo jogo de luta, cujo acabou por ter mais tarde inúmeros follow ups, sendo que alguns deles nunca chegaram a sair cá em solo nacional. A ver se os trago cá num futuro próximo.

Guilty Gear (Sony Playstation)

A série Guilty Gear é uma série de jogos de luta em 2D desenvolvida pela Arc System Works, cujo primeiro jogo saiu originalmente nas arcades em 1998. Eventualmente lá foi lançada uma conversão para a Sony Playstation, versão essa que cá trago hoje para um breve artigo. O meu exemplar foi comprado algures no início de Junho numa loja no Porto, creio que me custou 5€. Infelizmente é a versão Play It, que tem uma capa muito feia, mas eventualmente lá o trocarei pela versão black label quando surgir uma boa oportunidade.

Jogo com caixa e manual.

O conceito do mundo de Guilty Gear é interessante, pois o mesmo supostamente decorre num mundo pós apocalíptico, após uma guerra entre humanos e ciborgues (aqui chamados de Gears). Há um torneio a decorrer por razões misteriosas, onde vários lutadores (incluindo humanos e gears) participam por diversas razões. Depois o mundo é bastante variado, com cenários a lembrar cenas pós apocalípticas, outros futuristas, outros até com algum caracter paranormal, ou outros que não parecem ter nada a ver com aquele mundo, como um castelo medieval no meio de uma floresta.

O ecrã de loading antes de cada combate mostra-nos alguns dos golpes que podemos executar com as respectivas personagens

Dispomos de 6 botões faciais para usar, dois deles para socos ou pontapés, outros 2 para usar armas brancas, e outros 2 usados para desencadear alguns ataques especiais. O jogo possui um bom sistema de combos, que resultam numa jogabilidade muito frenética e exige mesmo reflexos rápidos para usar counters no momento certo e quebrar o ímpeto do inimigo. Tal como em muitos outros jogos de luta da época temos também uma barra de “tensão” que vai aumentando consoante a nossa performance no jogo, e que, uma vez cheia, nos pode fortalecer e desbloquear alguns golpes mais poderosos. Se formos habilidosos (o que certamente não é o meu caso), podemos também desencadear alguns golpes que derrotam o inimigo instantaneamente, uma espécie de fatality que pode acontecer a meio do combate. De resto os modos de jogo são simples: o arcade que contém também a história para cada um dos lutadores, o versus para 2 jogadores e um modo de treino que podemos usar para practicar os movimentos de cada personagem.

Visualmente este é um jogo muito agradável, tanto no design dos lutadores como no detalhe dos inimigos

No que diz respeito aos audiovisuais, este jogo está muito bem conseguido, mesmo para a Playstation. Os lutadores têm todos um design muito característico, fazendo lembrar alguns bons animes dos anos 90, como Evangelion. As arenas estão também muito bem representadas, com cenários bastante diversos entre si, conforme já mencionado nuns parágrafos acima. Mas o que gosto mesmo é da banda sonora que é practicamente toda hard rock e heavy metal, o que me agrada muito mesmo. Para além disso, existem imensas referências à cultura rock e metal, como o nome de alguns golpes ou mesmo de algumas personagens. A personagem Axl Low é uma óbvia homenagem a Axl Rose, enquanto Ky Kiske é uma homenagem à banda Helloween, nomeadamente pelos nomes de Kai Hansen e Michael Kiske, dois músicos muito importantes na cena do power metal alemão.

Portanto, se gostam de jogos de luta 2D e também de ouvir umas belas guitarradas, a série Guilty Gear mostra-se como uma excelente aposta, com um primeiro jogo muito sólido. Depois deste continuaram a saga com os Guilty Gear X e Guilty Gear X2, do quais existem imensas versões e updates. A ver como se safaram no Guilty Gear X em breve!