Pelé (Sega Mega Drive)

Para não destoar, cá vamos para mais uma rapidinha a um jogo desportivo, este que, se deve ter vendido alguma coisa, foi certamente por ter o nome do Pelé na capa. Publicado pela Accolade em 1993, é um jogo infelizmente não lá muito bom. O meu exemplar foi comprado na loja Games ‘n Stuff algures no mês passado, creio que me custou uns 6 ou 7€.

Jogo com caixa e manual

Os defeitos de Pelé começam logo pelo interface com o utilizador. Ao começar o jogo temos a opção de “Start” ou “Options”. Escolhendo logo Start, somos levados para um outro ecrã onde poderemos escolher a equipa que queremos jogar, a cor dos uniformes, a disposição táctica e escolher o onze inicial. Então, mas e o modo de jogo? Pois, temos de ir a “Options” primeiro, senão o jogo assume todas as opções default. Aí é que podemos escolher se queremos jogar com 1 ou 2 jogadores e quais os modos de jogo, desde partidas amigáveis (a tal escolhida por defeito), um torneio tipo campeonato do Mundo, ou uma temporada. Existe também um modo de jogo para treinar, mas sinceramente não perdi muito tempo com esse. Depois claro, podemos também escolher a duração das partidas e algumas opções no som também.

O jogo é apresentado numa perspectiva quase isométrica, mas muito próxima do campo

Uma vez escolhido o modo de jogo lá somos largados no campo. A perspectiva é isométrica (mas num sentido diferente dos FIFAs), se bem que a câmara está demasiado próxima do campo, o que nos tira alguma visibilidade e dificulta caso queiramos fazer algum passe longo. A jogabilidade também não é a mais amigável. As equipas que podemos escolher, bom, serão selecções nacionais ou clubes fictícios? Bom, em Inglaterra podemos escolher Manchester, Norwich ou Liverpool, em Espanha, Madrid. Em França, Marselha. Em Itália, Milan e Roma. Em Portugal, que tal como a Escócia e Suécia, não parecem pertencer à Europa, apenas podemos escolher Lisboa. Argentina temos Buenos Aires e no Brasil temos Brasília, São Paulo ou Rio. Existem mais uns quantos países/cidades para escolher mas já deu para entender que este jogo de licenciamentos apenas tem a imagem do Pelé mesmo, tudo o resto é fictício e sinceramente a Accolade/Radical Entertainment só mostram que não fizeram nenhum trabalho de casa nesta questão das equipas. Mas vá lá que em Buenos Aires joga o Maradina, esse grande craque!

Já que a selecção das equipas são uma anedota, podemos ao menos customizar os seus uniformes ao detalhe

A nível gráfico, o jogo até que possui alguns detalhes interessantes, como as animações que surgem quando alguém marca golo ou do árbitro a marcar alguma falta. Mas de resto, e com detalhes os uniformes das equipas a parecerem completamente aleatórios, deixam algo a desejar e mais uma vez mostram desleixo dos produtores. Música apenas temos nos menus e sinceramente nem são assim tão más. Os efeitos sonoros durante as partidas resumem-se aos toques da bola, dos jogadores e o ruído do público, que acredito que não seja muito fácil de reproduzir numa consola como a Mega Drive, mas uma vez mais fica muito aquém das expectativas, temos exemplos muito melhores na mesma consola.

Em Espanha apenas podemos seleccionar Madrid. Os adeptos do Barcelona devem ter ficado muito satisfeitos.

Portanto este Pelé é mais um dos muitos, certamente dezenas, jogos de futebol que a Mega Drive tem para oferecer. E certamente consigo enumerar mais de 10 jogos de futebol na Mega Drive bem mais divertidos que este. Ainda assim, o nome de Pelé deve ter feito sucesso pois a Accolade lançou ainda mais um jogo no ano seguinte. Estou curioso em ver como se safaram, pois pelas imagens parece ter melhorado. Também não era muito difícil.

Universal Soldier (Sega Mega Drive)

A Ballistic era uma subdivisão da Accolade, onde ambas, nos primeiros anos da década de 90, lançaram uma série de videojogos de forma não oficial para a Mega Drive, com caixas e cartuchos próprios, tal como a Electronic Arts. Mas ao contrário da última, onde rapidamente chegaram a um acordo com a Sega, o processo com a Accolade acabou por se tornar litigioso, o que fez com que muitos destes jogos fossem mais tarde retirados das lojas. Alguns foram posteriormente relançados num lançamento standard e legitímo. O meu exemplar foi comprado algures no passado Julho, tendo vindo de um pequeno bundle que comprei no Reino Unido por um preço bem em conta.

Jogo com caixa de cartão e manual

O Universal Soldier foi um filme de acção com Jean Claude Van Damme como protagonista, onde este era um super soldado modificado, uma espécie de um cyborg. Mas na verdade este jogo não foi lançado originalmente como Universal Soldier, mas sim como Turrican II, uma série de jogos de acção lançados originalmente para o velhinho Commodore 64 (Rainbow Arts) e Amiga (Factor 5). O primeiro Turrican já havia sido convertido e lançado para a Mega Drive através da Accolade/Ballistic, mas por algum motivo a empresa norte-americana decidiu transformar o port desta sequela num jogo baseado num popular filme de acção, certamente com a expectativa que venderia mais. Talvez tenha funcionado nos Estados Unidos, mas na Europa o nome Turrican já teria bem mais peso. Sinceramente, preferia que mantivessem o jogo original tal como estava.

Com esta adaptação paraa filme, algumas sprites foram trocadas, como estes soldados aleatórios

Turrican, na sua essência, é uma série de jogos de acção/plataformas em 2D, repletos de níveis labirínticos e a acção non-stop de Contra, com imensos inimigos a surgirem por todos os lados e o herói com um poderoso arsenal de armas à sua disposição. Os controlos são relativamente simples, com o botão A para disparar, B para saltar e C para usar uma arma especial, que lança um ataque que causa dano em todos os inimigos presentes no ecrã. Pressionando baixo + B faz com que a personagem se enrole sobre si mesmo (tal como Samus Aran), transformando-se numa bola com espinhos, sendo que, tal como Samus, pode plantar bombas com o botão A. Este é então o botão standard para ataques, onde para além de tudo isto, se estivermos numa pose normal, imóveis e mantivermos o botão pressionado, activamos o “chicote”, que pode ser disparado em múltiplas direcções.

Como devem ter adivinhado, teremos imensos power ups também para apanhar, desde upgrades à nossa arma principal, itens que nos regenerem a barra de vida, vidas extra ou invencibilidade temporária. Também podemos encontrar uma série de diamantes que são os coleccionáveis deste jogo, pois para além de nos darem mais ponto, a cada 50 que encontremos ganhamos um continue, até um máximo de 5 em simultâneo.

Temos imensos power ups para apanhar, alguns dão upgrades às armas bem úteis em certas situações

A nível audiovisual é um jogo minimamente competente, a série Turrican apesar de ter sido muito bem sucedida nos computadores Commodore Amiga, foi no velhinho Commodore 64 que a mesma foi concebida. Portanto fica sempre a sensação de estarmos perante um jogo 8bit muito musculado! As sprites não são muito grandes e os níveis não são muito coloridos, apesar de possuirem um ou outro detalhe interessante como efeitos de paralaxe, ocasionalmente. Não são os gráficos mais bonitos da Mega Drive, mas são funcionais. De resto, nesta adaptação, para além de terem alterado algumas sprites face ao Turrican II (nomeadamente a do protagonista e alguns inimigos e bosses), aparentemente a versão original possuía 3 níveis com mecânicas de shmups, níveis esses que foram descartados nesta versão. No entanto esses níveis foram substituídos por outros níveis inéditos desta versão, embora não tenham o mesmo detalhe dos restantes. As músicas por outro lado são bastante agradáveis, embora por vezes temos músicas demasiado calmas para todo o caos que vivemos no ecrã.

É uma estúpidez, mas nesta versão temos de lutar contra alguns Dolph Ludgrens gigantes.

Portanto este Universal Soldier acaba por ser um bom jogo de acção, no entanto não deixa de ser uma mutilação do Turrican II, cuja decisão de transformar numa adaptação de um filme que nada tinha a ver, foi completamente questionável. Ainda assim é melhor que não haver Turrican II de todo na Mega Drive.

Bubsy II (Sega Mega Drive)

Continuando pelas rapidinhas mas voltando à Mega Drive, o jogo que cá trago hoje é a sequela de Bubsy, mais um jogo de plataformas com mascotes lançado na década de 90, na esperança de destronar Sonic e Mario dentro do género. O primeiro jogo, apesar de ter na minha opinião excelentes audiovisuais, não é lá grande coisa na jogabilidade. O segundo jogo, acaba por melhorar bastante, mas ainda está algo longe de ser um jogo muito interessante. O meu exemplar foi comprado algures durante o mês de Julho a um particular, tendo-me custado algo em volta dos 5€.

Jogo com caixa e manual

A história é simples, Bubsy e sua família iam visitar um novíssimo parque de diversões, que graças à sua realidade virtual, nos permitia visitar diferentes mundos. A excitação é tanta que os gémeos Terri e Terry, sobrinhosde Bubsy, invadem o parque de diversões antes do mesmo abrir, descobrindo acidentalmente um plano maléfico traçado por Oinker, o dono do parque de diversões. Cabe-nos então a nós resgatar os pequenos gatos e travar o que quer que Oinker esteja a tramar.

Antes de começar o jogo podemos escolher qual o conjunto de níveis a jogar

Mal começamos o jogo temos logo uma série de opções a ter em conta: escolher a ala oeste ou este do parque de diversões, e aí escolher se quisermos visitar apenas um dos três andares, ou explorar os três de seguida. Cada andar corresponde a uma dificuldade e cada possui também 5 níveis distintos para explorar, mais um boss. Os cinco níveis correspondem às temáticas do antigo egipto, outro baseado na música, um outro no espaço que muito me faz lembrar os desenhos de Marvin, o marciano dos Looney Tunes. Temos também um nível medieval e um outro “aéreo”. Independentemente da ala ou do andar que escolhemos, os níveis baseam-se todos nestes temas, embora sejam diferentes entre si.

Cada andar que visitamos serve de hub para diferentes níveis

E enquanto no primeiro Bubsy os níveis eram bastante lineares, aqui não é bem assim, sendo até bastante confusos, com portais que nos levam de uma ponta para a outra, acabando por nos desorientar um pouco. O objectivo é encontrar a saída, sendo que temos 15 minutos para o fazer e desta vez Bubsy consegue aguentar com 3 colisões seguidas antes de perder uma vida, o que é bom! De resto iremos encontrar imensos power ups, desde berlindes coloridos, vidas extra, itens que nos regeneram a vida entre outros power ups que podemos posteriormente utilizar. Os controlos são simples, com um botão para saltar e um outro para planar após um salto. O botão C serve para usar os tais itens que podemos apanhar nos níveis. Coisas como uma pistola Nerf ou mesmo uma bomba capaz de destruir todos os inimigos presentes no ecrã em simultâneo. De resto, ainda na jogabilidade, este Bubsy II possui modos de jogo multiplayer tanto cooperativo como competitivo, algo que acabei por não experimentar.

Graficamente até que é um jogo bem detalhado

A nível audiovisual, este Bubsy II acaba por ser um jogo competente, tanto a nível gráfico como de som. Os níveis são bastante detalhados e possuem um desenho muito cartoony, como seria de esperar. As músicas são também algo variadas entre si, por vezes até um pouco jazzy, o que até se adequa bem à natureza do jogo.

No fim de contas, este Bubsy II não é um mau jogo de plataformas, tendo superado o seu predecessor em practicamente todos os pontos. Pessoalmente gostaria que os níveis fossem um pouco menos confusos e que houvesse maior variedade de zonas. Mas não é um mau jogo de plataformas de todo!

Combat Cars (Sega Mega Drive)

A rapidinha de hoje leva-nos uma vez mais à Sega Mega Drive, para um jogo da Accolade que sempre tive alguma curiosidade em jogar, quando era mais novo. Combat Cars é um jogo de corridas numa perspectiva aérea tal como os Micro Machines e tal como o nome indica, para além do objectivo ser simplesmente correr e tentar atravessar primeiro a meta, também podemos combater contra os outros oponentes, com carros que possuem armas ou outras armadilhas, um pouco como depois vimos no Death Rally. O meu exemplar foi comprado por 10€ na Feira da Vandoma no Porto, algures em Outubro deste ano.

Jogo com caixa e manual

Infelizmente, este é um jogo algo simples que teria muita margem para melhorias. Dispomos apenas de 2 modos de jogo, um single player onde o objectivo é chegar em primeiro ao longo de 24 circuitos, e um modo multiplayer para 2 jogadores em split screen. No modo de jogo principal escolhemos um carro para pilotar ao longo do campeonato, sendo que cada carro possui diferentes características de velocidade, handling ou aceleração. Para além disso cada carro possui um special, tipicamente uma arma como caçadeiras, mísseis, armadilhas como poças de cola que atrasam os outros carros ou minas. Para além de armas, os especiais podem ser características como um simples turbo. No fim de cada corrida vamos ganhando dinheiro que por sua vez pode ser gasto para comprar upgrades para o carro, desde motores mais poderosos, pneus melhores ou versões mais “potentes” da característica especial de cada carro.

Graficamente é um jogo colorido e as pistas apresentam detalhe quanto baste

Acho que seria melhor haver a possibilidade de customizar melhor cada carro individualmente, podendo equipar qualquer tipo de equipamento especial. Assim teremos de escolher à partida um carro que se adeque mais ao estilo de condução que pretendemos ter para todo o jogo. Outra coisa que poderia ser melhorada é a apresentação do jogo, pois chegando ao fim do modo principal, apenas nos é mostrado um scoreboard com a pontuação e a seguir o jogo faz reset. De resto a jogabilidade não tem muito que se lhe diga, embora por vezes não seja lá muito fácil controlar o carro em curvas mais apertadas, mas faz parte de ganhar traquejo.

A nível audiovisual é um jogo competente. As pistas possuem um nível de detalhe e cor quanto baste, mas o que impressiona é mesmo a fluidez do jogo, que é bastante rápido. As músicas também são bastante agradáveis, sempre com uma componente electrónica e são sem dúvida um dos pontos mais fortes do jogo.

Cada carro possui uma habilidade especial, sejam armas, armadilhas ou um turbo

Portanto este Combat Cars, embora seja um jogo bastante agradável de se jogar, acho que poderia e deveria ser melhor num ou noutro ponto. Ainda assim, para quem for fã de jogos como o Death Rally, está aqui um bom jogo para experimentar!

Bubsy (Sega Mega Drive)

Com o enorme sucesso de Sonic the Hedgehog, que conseguiu finalmente rivalizar “a sério” com Mario da Nintendo, os jogos de plataforma com mascotes estavam no seu auge. A Accolade também quis apostar nesse segmento de mercado e nasceu assim o Bubsy, um jogo que foi bastante enaltecido antes do seu lançamento, apostando que seria o próximo Sonic. Adivinhem, o resultado final não foi lá grande coisa. O meu exemplar foi comprado num bundle comprado no mês passado na Feira da Vandoma no Porto. Acabou por me ficar por 3€.

A trama deste Bubsy é simples. Bubsy é um felino que tenta travar os extraterrestres conhecidos por Woolies de roubar todos os novelos de lã do planeta Terra. Como sabem, os gatos adoram novelos de lã, pelo que Bubsy não podia deixar isto acontecer.

Jogo com caixa, manual e papelada

Na verdade este é um jogo de plataformas onde temos cerca de 10 minutos em cada nível para encontrar a saída. Pelo meio iremos claro, encontrar inúmeros novelos de lã coloridos, onde a cada 100 que coleccionamos acabam por fazer com que ganhemos uma vida extra. Pelo meio vamos tendo outros power ups como continues e vidas extra, ou a possibilidade de ficar temporariamente invencível ou invisível. Os controlos do jogo são simples, com um botão para saltar e outro para planar quando estivermos pelo ar. Atacar os inimigos é feito saltando em cima deles e temos de ter em atenção à altura em que caímos, pois se for uma altura elevada perdemos uma vida a menos que planemos pelo ar.

Os níveis são coloridos e bem detalhados, mas o seu design não é tão interessante como os de Sonic

Ora Bubsy é um gato muito rápido, muito mesmo, e consegue saltar bastante alto. Isto faz com que alguns níveis se tornem demasiado simples, pois por vezes basta dar algum balanço para ganhar velocidade, saltar alto e planar o resto do caminho até chegar à saída. Outros níveis já nos obrigam a explorar um pouco mais, desde desafios mais complexos de platforming vertical, ou explorar passagens que ligam uma parte do nível à outra. Seja como for, o design dos níveis não é tão cativante quanto os do Sonic, jogo que tentam imitar. Muito longe disso. Mas o problema na jogabilidade de Bubsy está mesmo na detecção de colisões, pois é muito fácil perdermos uma vida. Saltar em cima dos inimigos tem que ter um timing perfeito, e talvez por isso é que não faltem vidas extra para apanhar, assim como checkpoints espalhados pelos níveis.

O felino até que possui umas animações engraçadas!!

Por outro lado, no que diz respeito aos audiovisuais, este Bubsy até que nem é mau de todo e nota-se bem toda a atenção que lhe deram no marketing. Pelo menos no manual americano até vem com uma banda desenhada a cores, algo que sinceramente duvido que seja replicado no manual europeu, mas não consigo confirmar de momento. No jogo em si, este é colorido e algo detalhado, e o Bubsy até que possui muitas animações, algumas bastante cómicas como nos cartoons clássicos. Mas no fim de contas não é um Sonic, pois os níveis não são tão coloridos e interessantes quanto os do ouriço azul. Em relação às músicas e efeitos sonoros sinceramente gostei. Bubsy tem imensas falas, e as músicas até que são bastante agradáveis.

Portanto, este Bubsy não é um jogo perfeito, longe disso, mas vai dando para entreter. Saiu numa altura onde havia uma míriade de jogos de plataformas com animais, pelo que também acabou por passar mais despercebido no meio dessa multidão. Isso no entanto não deixou a Accolade desistir da personagem, lançando várias sequelas nos anos seguintes, mas pena que a qualidade nunca tenha sido o maior forte de Bubsy.