Turn and Burn: No-Fly Zone (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, mas agora pela Super Nintendo, vamos ficar com um simulador de F-14, aparentemente uma sequela de um outro simulador de F-14 lançado para a Nintendo Gameboy! Na SNES as coisas são definitivamente mais bonitinhas e o número de botões disponíveis no comando também nos abre mais possibilidades na dificuldade. O meu exemplar foi comprado no passado mês de Setembro na Cash Converters por 8€.

Apenas cartucho

Aqui representamos um piloto do caça norte-americano F-14 Tomcat onde iremos participar numa série de missões num oceano qualquer. As missões seguem todas esta lógica: teremos sempre de partir da pista de um porta-aviões e uma vez no ar podemos abrir o mapa e procurar caças MIG inimigos para abater. Depois de todos os caças inimigos terem sido abatidos (o seu número vai aumentando à medida que avançamos nas missões, passando uma dezena nas missões mais avançadas). Depois dos caças inimigos terem sido todos eliminados, se tivermos mais algum objectivo para cumprir, como a destruição de uma base ou navio inimigo, estes já surgem no ecrã com o mapa/radar, pelo que teremos de nos encaminhar até eles. Uma vez nesses objectivos, se for uma base ou navio teremos de fazer um voo picado e, com a metralhadora, destruir todas as suas defesas. Caso o objectivo seja um outro avião ou bombardeiro, geralmente teremos de subir a uma altitude maior e uma vez mais atacá-lo em pontos-chave (geralmente iluminados). No fim de tudo, ainda temos de regressar ao nosso porta-aviões e aterrar em segurança.

Uma coisa que não é nada realista é que as bordas do radar estão ligadas entre si, ou seja se nos desviarmos sempre para a direita, eventualmente voltamos a surgir à esquerda

Ora aqui mete um pouco de medo no início, pois tal quando temos de atacar algum alvo à superfície, vamos mesmo fazendo um voo picado sobre o porta aviões, que surge no ecrã como uma sprite em mode 7 que vai ampliando à medida que nos vamos aproximar. Mas nos controlos do avião podemos alterar a vista do HUD para uma vista que nos indica se estamos num ângulo de aproximação correcto e a velocidade em que viajamos, se é demasiado elevada ou não para a aterragem.

Mesmo depois de cumprir todos os objectivos temos de aterrar em segurança

Ora sendo este um simulador e não um jogo arcade como After Burner, não temos um reservatório quase ilimitado de mísseis, bem pelo contrário, o seu número é bastante limitado, embora vamos tendo diferentes tipos de misseis para usar. Apenas em missões mais avançadas é que teremos a possibilidade de regressar à base uma ou duas vezes para reabastecer combustível e rearmar (isso é indicado no briefing inicial de cada missão). Para além disso também teremos de ter em conta o combustível que estamos a usar, sendo que aqui, temos sempre direito a um reabastecimento aéreo em cada missão, surgindo um avião no mapa para o efeito, sempre que os nossos níveis de combustível estejam baixos. Portanto, entre reabastecimento de combustível no ar e uma eventual paregem na base, temos de ter sempre em conta o combustível e poupar nos mísseis sempre que possível. Ou seja, muitos dos aviões que vamos abater têm de ser combatidos em verdadeiros dog fights, com recurso à metralhadora. Ah, e a partir de certas alturas convém evitar voar perto de submarinos inimigos (também marcados no radar), pois muitas vezes disparam mísseis contra nós, obrigando-nos a tomar manobras evasivas e activar os flares.

Graficamente é um jogo competente, embora como sobrevoamos os oceanos não há muito que variar

No que diz respeito aos audiovisuais, bom graficamente até é um jogo bonitinho. O cockpit está bem detalhado e lá fora tudo parece realista dentro dos possíveis. Jogamos sempre num oceano, pelo que o que vemos no ecrã ou é céu ou mar, mas jogamos em diferentes alturas do dia e por vezes com céu mais nublado, o que dá também alguns efeitos gráficos interessantes quando atravessamos nuvens. No que diz respeito aos efeitos sonoros, nada a apontar. Já as músicas são muito discretas, mas este é suposto ser um simulador portanto nem estava à espera de músicas por si só.

Portanto, para quem gostar de jogos de aviões numa vertente mais de simulação que arcade, até poderão achar piada a este Turn and Burn. Mas dá muito jeito terem um manual, o que não é o meu caso para já, mas felizmente acabei por encontrar uma transcrição online do mesmo, pelo que já ajudou bastante.

A Boy and His Blob (Nintendo Entertainment System)

Do mesmo autor de Pitfall, um dos seminais jogos de plataforma e exploração lançado no início da décade de 80, David Crane lança originalmente em 1989 para a NES este “A Boy and His Blob” que herda alguns dos conceitos de exploração introduzidos por Pitfall. O meu exemplar foi-me oferecido por um particular algures em Setembro/Outubro deste ano.

Apenas cartucho

Neste jogo controlamos um jovem rapaz que tenciona ajudar Blobert, uma bola de gosma de um outro planeta, cujo está a ser governado por um tirano. Para o combater, teremos de comprar um grande volume de vitaminas para usar como arma e para isso, teremos de primeiro amealhar uma quantia considerável de dinheiro. Onde poderemos arranjar tanto dinheiro? Ao explorar os túneis e cavernas da nossa cidade, usando as habilidades únicas de Blob para nos ajudar.

Em baixo temos sempre visível quais os rebuçados que temos seleccionados e o número restante dos mesmos

Este é um jogo de exploração dividido em vários ecrãs sequenciais, onde teremos de improvisar maneiras de chegar a locais que seriam à partida inacessíveis. Para isso temos o nosso Blob e um conjunto de rebuçados com os mais variados sabores que fazem com que Blob mude de forma para um objecto que nos possa ajudar. Não conseguimos chegar a uma plataforma? Damos-lhe um rebuçado de licor para que se transforme numa escada. Ou um de morango para se transformar numa ponte! Queremos descer um enorme desfiladeiro em segurança, ou precisamos de protecção para objectos a cair do tecto? Nada que um rebuçado de baunilha não resolva, transformando a gosma num guarda-chuva que pode também servir de pára-quedas. Ou se quisermos explorar um túnel que esteja directamente debaixo de nós? Há por aí um rebuçado que faz Blob se transformar num buraco.

O jogo obriga-nos a explorar o mapa e usar as habilidades de Blob de forma criativa

Teremos portanto imensas possibilidades de diferentes transformações que Blob pode tomar e somos largados num mundo relativamente grande com toda a liberdade para as explorar. Assim que tivermos encontrado tesouros suficientes, podemos comprar as vitaminas, transformar Blob num foguetão e viajar até ao seu planeta. As vitaminas servem de munição para o Vitablaster (uma metralhadora que Blob se pode transformar ao comer um rebuçado de laranja), algo que será útil nos últimos segmentos do jogo. Os controlos em si são relativamente simples, com um botão a servir para chamar Blob ao pé de nós, outro para lhe atirar com o rebuçado escolhido. Escolha essa que pode ser feita com o botão select. O único problema que vejo com os controlos é que por vezes é complicado conseguir deixar o Blob no local exacto onde queremos que fique para usar uma das suas transformações.

A nível audiovisual, não tenho nada de especial a apontar. É verdade que a música não varia muito ao longo do jogo, mas ao menos a mesma é bastante agradável. Por outro lado os gráficos são também simples, porém funcionais e o jogo possui variedade nos cenários quanto baste.

O rapaz é fraquinho e não pode sofrer qualquer tipo de dano ou cair elevadas distâncias, caso contrário perde uma vida.

Portanto este A Boy and His Blob é um jogo interessante, embora longe de ser perfeito. Ainda assim acho que é um jogo com potencial para muito mais. Podíamos estar aqui a falar de um Metroidvania bastante competente! Se bem que recentemente foi lançado um remake para a Nintendo Wii que até me deixou algo curioso. A ver como se safaram!