Ghosts ‘n Goblins (ZX Spectrum)

Ghosts N GoblinsMais uma super rapidinha a um jogo de ZX Spectrum do qual eu gostaria muito de possuir uma outra versão na minha colecção, visto esta não ser das melhores. Por um lado, as limitações naturais impostas pela plataforma, mas por outro pois apesar desta conversão ter o selo da Elite, não é dos trabalhos mais felizes deste histórico estúdio britânico. O meu exemplar, ao contrário do Ghouls ‘n Ghosts, é mais uma das cassetes do mercado cinzento português e custou-me 1€ no mês passado na feira da Vandoma no Porto.

Ghosts 'n Goblins - ZX Spectrum
Jogo na sua versão “mercado cinzento”

Este é o primeiro jogo da série “Makaimura”, onde encarnamos no cavaleiro Arthur, com a missão de resgatar a sua donzela que tinha sido raptada por forças do inferno. Somos então obrigados a atravessar vários locais tenebrosos, como cemitérios, ruínas, castelos e cavernas, sempre com monstrinhos como zombies, feiticeiros ou diabretes a atravessarem-se no nosso caminho. Tanto o original de arcade como a conversão NES são jogos de plataformas muito difíceis, repletos de inimigos, obstáculos para ultrapassar e a cada vida que percamos teremos de recomeçar a acção no início do segmento actual.

screenshot
Gráficos simplistas, é verdade, mas prefiro estes segmentos monocromáticos do que misturas estranhas de cores.

Aqui infelizmente temos apenas 3 níveis, mas tudo o resto das mecânicas básicas de jogo se mantém. Ao primeiro choque com um inimigo Arthur perde a sua armadura e é obrigado a continuar apenas com as suas boxers vestidas e se sofrermos mais um golpe em seguida transformamo-nos num esqueleto e lá perdemos uma vida. Para atacar começamos inicialmente com um número ilimitado de lanças para atirar, mas poderemos encontrar outras armas com diferentes modos de ataque, como as bombas lançadas em arco com splash damage, ou as faquinhas mais rápidas. A jogabilidade em si pareceu-me sólida, embora a falta dos restantes níveis seja uma lacuna grande.

screenshot
Como sempre, um boss no final do nível.

No que diz respeito aos audiovisuais, como seria de esperar esta é uma adaptação com uma paleta de cores muito reduzida, mas quanto a isso não há muito a fazer e é algo que já se tem de contar ao jogar algo do pequeno grande computador da Sinclair. As sprites em si, bem como os backgrounds parecem-me bem detalhadas tendo em conta a falta de cores, mas no que diz respeito ao som, esta é outra grande falha do jogo. Não há música, nem sequer no ecrã título e os efeitos sonoros do jogo não são nada do outro mundo. No fim de contas, apesar de ser um jogo que nem se joga nada mal, fica a sensação no ar que a Elite poderia e deveria ter feito muito mais. A aguardar que me caia às mãos um dia destes a versão NES…

Turbo OutRun (ZX Spectrum)

DemonsDriversMais uma blitzkrieg para uma conversão de um jogo arcade para o ZX Spectrum, essa máquina de guerra da década de 80 que tanta gente feliz deixou pela Europa fora. O Turbo OutRun é uma das sequelas do clássico jogo da SEGA e que apesar de não ser tão bom quanto o original, também não é mau de todo, tendo mudado algumas das mecânicas de jogo. E tal como no Out Run original a adaptação Spectrum fica a anos-luz dos originais, o que é perfeitamente compreensível tendo em conta o desfasamento entre um hardware e o outro. Tal como referi no artigo do Ghouls ‘n Ghosts, este meu exemplar é dos poucos jogos 100% originais que possuo para esta plataforma, estando incluido na compilação Demons & Drivers que me custou 50 cêntimos na feira da Ladra em Lisboa.

Demons and Drivers - ZX Spectrum
Compilação completa com 2 cassetes e folheto de instruções

Ora e em que o Turbo Outrun se diferencia do original? Bom o nome Turbo não está lá por acaso e uma das coisas que podemos fazer é mesmo usar um botão de turbo para nos dar alguma velocidade extra durante algum tempo, enquanto o motor não sobre-aquecer. Isto porque a Sega decidiu também dar uma de Test Drive e colocar perseguições policiais, pelo que usar os turbos no momento certo é a melhor opção. Talvez isso também explique o porquê de existirem tantos obstáculos nas estradas, como barreiras de segurança. De resto a outra grande diferença deste jogo a meu ver é a sua linearidade. Onde antes poderiamos escolher quais os percursos a correr através de várias bifurcações nas estradas que íamos encontrando, agora temos 16 segmentos para conduzir de seguida, numa viagem que nos leva de uma ponta à outra nos Estados Unidos. Ah, e de vez em quando também podemos fazer upgrades ao nosso Ferrari F-40.

screenshot
A sprite do F-40 é bem grande e detalhada, embora ocupe muito do ecrã

No que diz respeito aos audiovisuais e à performance, bom mais uma vez temos uma reduzida paleta de cores e as sprites do nosso carro bem detalhadas, apesar de serem monocromáticas. A sensação de velocidade pareceu-me melhor que no primeiro OutRun, embora ainda esteja longe do que podemos viver na versão Arcade. Infelizmente temos apenas 2 músicas para ouvir e apesar de não serem más de todo pode cansar um pouco ao longo de 16 pistas.

Mais uma vez esta é uma versão interessante a ter apenas pelo coleccionismo, pelo menos para mim. Um dia que me venha parar às mãos a versão Mega Drive lá escreverei também algo com mais detalhe.

Out Run (ZX Spectrum)

OutRun ZXMais um artigo blitzkrieg, uma “super rapidinha” se assim o preferirem. Apesar de o Out Run ser um excelente e revolucionário jogo, vou deixar a análise mais aprofundada para a eventual versão Mega Drive ou Master System, se acabarem por me parar às mãos. A versão Spectrum foi convertida pela Probe Software e publicada pela U.S. Gold. A minha cópia é literalmente uma cópia, proveniente do mercado cinzento, numa altura em que a pirataria não era legislada. Mas é uma cópia com qualidade e até traz um pequeno mapa do jogo, embora não esteja na fotografia. Foi comprada na Feira da Vandoma no Porto por 1€.

OutRun - ZX Spectrum
Bootleg do mercado cinzento. Inclui ainda um mapa que não ficou na foto.

Infelizmente o Spectrum não é a melhor máquina para receber um jogo deste calibre. Out Run para ser bem apreciado precisa de paisagens solarengas, coloridas e acima de tudo uma sensação de velocidade acompanhado por uma música bem relaxante. Bom, aqui apenas a música se aproxima aos originais, pois o scrolling infelizmente é muito lento. Os gráficos também são mais monocromáticos, mas isso já é algo expectável para um sistema com essas limitações. O Ferrari Testarossa até que está bem detalhado, e todo o esforço que a Probe colocou nesta conversão improvável deve ser reconhecido. No entanto existem outras melhores alternativas para se jogar este Out Run e é nessas que me focarei.

Ghouls ‘n Ghosts (ZX Spectrum)

DemonsDriversTempo para mais uma rapidinha a mais um jogo que apesar de ser daqueles clássicos que para mim são obrigatórios, a versão Spectrum não é de todo a definitiva, pelo que apenas escreverei um artigo mais longo um dia que a versão Mega Drive ou mesmo Master System desse jogo me venha parar às mãos. Este meu exemplar é dos poucos jogos 100% originais que possuo de Spectrum, fazendo parte da compilação Demons & Drivers, contendo também a conversão do Turbo Outrun da Sega. Infelizmente a caixa está em muito mau estado, foi comprada por 50 cêntimos na Feira da Ladra em Lisboa, há coisa de uns 2 meses atrás.

Demons and Drivers - ZX Spectrum
Compilação completa com 2 cassetes e folheto de instruções

Ghouls ‘n Ghosts é a sequela de Ghosts ‘n Goblins, o sidescroller da Capcom bastante desafiante, onde encarnávamos no corajoso cavaleiro Artur em busca da sua princesa que foi raptada por demónios. Esta sequela repete o mesmo conceito e uma vez mais teremos uma série de níveis desafiantes pela frente, lutando contra todas as hordas do inferno, desde zombies, bruxas, diabinhos a monstros enormes que servem de bosses finais. Tal como no primeiro jogo, apenas podemos levar com 2 ataques antes de perder uma vida. No primeiro ataque sofrido, Artur perde a sua armadura, ficando apenas com umas boxers com coraçõezinhos, no segundo não é muito difícil adivinhar o que acontece.

screenshot
Sempre gostei do design deste boss!

 

Ora isto, aliado ao facto de existirem alguns segmentos com platforming muito exigente, mais a quantidade absurda de inimigos que aparecem no ecrã, sempre deixaram esta série com fama de ser muito difícil. E aqui esta versão Spectrum inicialmente não tem esse desafio, com poucos inimigos de cada vez no ecrã, mas nos níveis seguintes a coisa começa a ficar mais difícil, embora ainda a anos luz da versão original de Arcade. E também tal como um certo Castlevania, poderemos encontrar uma série de armas secundárias, para além da lança com a qual começamos o jogo. Temos também faquinhas, machados atirados na diagonal, ou umas bombas de fogo com splash damage.

screenshot
Como seria de esperar, a versão Spectrum é bem mais modesta perante a original

Infelizmente no que diz respeito aos audiovisuais, já seria de esperar que esta versão fosse muito mais modesta, e de facto assim o é. Temos as habituais poucas cores em simultâneo no ecrã, os inimigos são pouco detalhados, e a música é inexistente durante o jogo, excepto no ecrã título e similares. Por motivos de coleccionismo acho esta uma versão interessante de se ter, mas não tendo a versão arcade (que certamente terá saído nalgumas compilações), ficarei bastante contente se um dia acabar por arranjar a versão Mega Drive ou Master System deste jogo.

Chase H.Q. (ZX Spectrum)

Chase HQMais uma rapidinha a um jogo do ZX Spectrum, agora a um clássico da Taito, o Chase H.Q.. Muitos destes jogos de Spectrum que por cá trarei são conversões de jogos que acabaram por sair noutros sistemas, muitos deles até que fazem parte da minha wishlist pessoal para esses sistemas, pelo que nunca me irei alongar muito nestas análises do ZX, até porque não vivi essa época. Para videojogos que foram criados propositadamente para esta máquina, ou outros microcomputadores da época, aí a história será outra e tentarei dar-lhe mais alguma atenção. Neste caso em particular gostaria bastante de ter a versão Master System, assim como o Special Crime Investigation, a sua sequela. Esta cassete é mais uma daquelas provenientes do mercado cinzento, não é a release original, mas foi distribuida em Portugal em vários quiosques ou lojas de música, em alturas em que o tema “pirataria” era algo não regularizado. Esta minha cassete em particular foi comprada na feira da Vandoma no Porto por 75 cêntimos.

Chase HQ - ZX Spectrum
Cassete em caixa na sua versão mercado cinzento

O Chase H.Q. é um jogo de perseguições policiais, como o seu próprio nome deixa antever. Encarnamos na dupla de polícias Tony Gibson e Raymond Broady, onde iremos perseguir uma série de bandidos a alta velocidade, e sendo este um jogo original das arcades, teremos sempre um relógio a contar não a noss favor. Também me faz lembrar em momentos o saudoso Out Run, tanto pela sensação de velocidade, como pelo facto de por vezes termos de escolher o caminho a tomar em algumas bifurcações.

screenshot
Qualquer semelhança com Lethal Weapon é mera coincidência

Tipicamente temos 2 fases em cada circuito. Recebemos um briefing inicial indicando que há algum suspeito à solta (seja de homicídio, roubo, rapto ou até um espião da União Soviética em fuga) e sabemos qual o carro em que o suspeito circula. Depois disso temos 60 segundos para o conseguirmos alcançar. Após essa fase temos outros 60 segundos para mandarmos todas as pancadas que conseguirmos no carro até ele finalmente parar e conseguirmos prender o suspeito. Para isso existe uma barra de dano que vai aumentando com as pancadas que vamos dando e para as perseguições em si temos alguns turbos que podemos utilizar se sentirmos que o relógio vai ficando apertado. E com os outros carros na estrada e todos os obstáculos que vamos encontrando (ainda nos queixamos nós das nossas estradas), os turbos serão mesmo preciosos.

screenshot
Quando ouvirem aquela sirene a tocar… eu se fosse bandido parava já o carro.

No aspecto gráfico… é um jogo de Spectrum! Com isso podem esperar uns visuais com poucas cores, e sprites que apesar de serem bem detalhadas, são monocromáticas. Mas pondo isso de lado, até que é um jogo bem conseguido, e por vezes a sensação de velocidade é impressionante para a plataforma. Os efeitos sonoros são OK, excepto o som da sirene que vos vai deixar com os nervos à flor da pele. Mas o destaque vá para as vozes digitalizadas com muita qualidade. Let’s go Mr Driver!! Já as músicas apenas existem durante o título e créditos finais, mas as poucas músicas que temos são bastante viciantes, em especial a faixa título. Um bom trabalho da Ocean a meu ver. Ainda assim… continuo a querer a versão Master System mais tarde ou mais cedo.