Quake (PC)

quakeTempo de ir buscar uma outra velharia que tenho cá em casa, o FPS revolucionário Quake da iD Software, jogo original na sua caixa enorme de papelão. A minha cópia foi-me oferecida num Natal (talvez 1996/1997), não fazendo ideia de quanto tenha custado. Apesar de ter vários jogos de PC dessa altura que tenham trazido caixas enormes de papelão, actualmente acabei por manter apenas 2, hoje em dia tenho pena de ter deitado aqueles trambolhos fora. Infelizmente a caixa do Quake já viu melhores dias…

Quake PC
Jogo completo com caixas e manuais. Esqueci-me foi da foto do disco.

Quake foi um jogo da iD Software lançado em 1996, fruto das mesmas cabecinhas que nos trouxeram Wolfenstein 3D e Doom. A iD Software desde cedo que nos seus FPS têm criado uma espécie de diferentes gerações de motores gráficos (acabando até por os licenciar para outras empresas). O motor gráfico de Quake seria da 3ª geração da iD, com a inovação de suportar gráficos completamente poligonais, enquanto que em 1996 a concorrência ainda lançava FPS “2.5D” como Duke Nukem 3D ou Exhumed/Powerslave.

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Carne enlatada, diz o manual.

É curioso que Quake tenha sido um jogo revolucionário para o PC e no entanto, seja uma manta de retalhos. Isto porque inicialmente Quake tinha sido idealizado para ser um jogo com elementos de RPG de fantasia/medieval. Como o desenvolvimento da engine estava-se a tornar muito lento (John Carmack estava a desenvolver a engine e um novo modelo TCP/IP para a vertente multiplayer ao mesmo tempo), o resto da equipa decidiu à ultima da hora mudar o esquema de jogo para um FPS mais tradicional à lá Doom, com alguns elementos futuristas. O que resultou foi num jogo na sua maioria com uma temática medieval, desde os mapas a alguns inimigos, com armas futuristas e um ou outro nível também futurista. Como se misturam as coisas? Bom, a história tem algumas semelhanças com o Doom, bem como a série de ficção científica Stargate. Algures no futuro a humanidade encontra-se a desenvolver tecnologias com portais para teletransporte. Desenvolvem um protótipo a que lhe dão o nome de Slipgate, quando algures numa outra dimensão alguém com a alcunha “Quake” usa os seus próprios portais para invadir a Terra com alguns dos seus soldados. Fazem pequenas invasões apenas para testar a capacidade de defesa dos humanos, suspeitam que brevemente as forças de Quake irão invadir de vez o nosso planeta. Eis que os humanos decidem ripostar invandindo a dimensão de Quake para o derrotar através da operação “Counter Strike”. Claro que as coisas correm mal e Quake ataca primeiro, matando todo o esquadrão deixando o herói (um soldado anónimo) sozinho.

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Cenários ainda com alguma temática satânica pelo meio

Inicialmente somos largados num pequeno mapa para escolher o grau de dificuldade “Easy”, “Normal” e “Hard”, onde para se escolher o modo Hard tem-se de saltar sob um poço de lava. Existe também o modo “Nightmare” mas está oculto. Escolhida a dificuldade somos teletransportados para um “hub” que iremos revisitar várias vezes. A partir deste ponto central podemos aceder a cada um dos 4 capítulos que constituem o Quake. Na versão shareware (gratuita) apenas o capítulo I se encontra disponível. Cada capítulo representa uma dimensão diferente embora sinceramente as diferenças não sejam assim muitas pois os níveis não são muito variados. Cada capítulo tem cerca de 8 níveis e o primeiro tem um boss no final. O objectivo em cada capítulo consiste em capturar uma runa de modo a desbloquear o acesso a defrontar o boss final e terminar o jogo. O primeiro nível de cada capítulo é sempre jogado numa base militar humana futurista até se chegar à Slipgate para sermos teletransportados para a outra dimensão. No final de cada episódio regressamos ao hub. O jogo possui imensas referências a trabalhos de H.P. Lovecraft, desde nomes de níveis como “Vaults of Zin” ou o boss final que não é nada mais nada menos que a “Shub-Niggurath”, da mitologia Cthullu de Lovecraft.

Quake foi um jogo bastante revolucionário. Para além do upgrade técnico de renderizar cenários e modelos completamente em 3D (apesar de ter quase a certeza que não foi o primeiro FPS poligonal, foi sem dúvida o que o popularizou), bem como alguns novos efeitos de luz. Mas o que tornou o Quake num jogo verdadeiramente bombástico foi a abertura por parte da iD de tornar o jogo aberto a modificações por parte dos seus jogadores, através da linguagem QuakeC. Foi aqui que começaram a surgir os mods como Team Fortress ou Counter Strike (este surgiu do Half-Life). Para além de ser possível o desenvolvimento de mapas caseiros, tal como já o era em Wolfenstein 3D e Doom. Para além disso hoje em dia quando falamos em Quake a mim vem logo à memória o multiplayer frenético de Quake III Arena, e em Quake 1 podemos dizer concerteza que foi o percussor do multiplayer dos FPS modernos. Apesar de só ter modo cooperativo da campanha single-player e Deathmatch/Team Deathmatch, este jogo foi o percursor de movimentos especiais como “Strafe Jumping” ou “Rocket Jumping”, usados hoje em dia por muitos viciados por essa internet fora.

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Eh bicho lindo!

No gameplay, apesar de as configurações originais remeterem para um esquema de controlabilidade algo arcaico (tipo o de Doom, mas com a particularidade de se poder olhar para cima e para baixo), é possível atribuir um esquema de jogo tal como o usado nos dias de hoje. Uma coisa que sempre achei piada (principalmente quando era mais novo), é o facto de conseguirmos enganar os inimigos e pô-los a matarem-se um ao outro. O manual bem que refere que eles se detestam entre si quase tanto como nos detestam a nós, mas não deixou de ser uma surpresa quando pus uma série de gajos aos tiros uns aos outros. A banda sonora foi composta por Trent Reznor de Nine Inch Nails, e para além do tema título que é uma faixa mais “industrial metal” as restantes são faixas mais ambiente, contudo contribuem para uma atmosfera bastante tensa ao longo do jogo. Ainda sobre Nine Inch Nails não deixa de ser curioso uma coisa que quando era chavalo nunca tinha reparado: existem 2 armas que disparam pregos, cuja caixa de munição tem o símbolo da banda “NiN”:

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Caixa de pregos com o logo da banda Nine Inch Nails

Concluindo, apesar de o Quake não possuir um modo single player muito variado e a sua engine já ser datada, devido ao facto da iD ter libertado o código fonte do jogo há uns anos, têm sido lançadas várias conversões/adaptações do jogo para sistemas operativos mais modernos, com texturas melhoradas para suportar maiores resoluções. E é sempre um jogo marcante na indústria para quem gosta de FPS. Confesso que não sei quanto custa comprar uma cópia física do Quake 1 para PC hoje em dia, mas indo ao ebay não deve ser caro. Contudo para os preguiçosos este jogo existe também para venda no Steam.

Duke Nukem 3D Atomic Edition (PC)

Duke Nukem 3D Atomic EditionBem, este semestre a época de exames da Faculdade está a ser mesmo apertada mas lá consegui arranjar um bocadinho para escrever mais um pouco. Este post na verdade devia ter sido escrito à uma semana atrás como comemoração do lançamento de Duke Nukem Forever mas pronto. A minha cópia infelizmente não é a versão “original”, mas uma budget release que comprei por aí em 1999/2000, não me lembro. Como muitas budget releases da altura, o manual em papel é inexistente, estando disponível em pdf no próprio disco do jogo. Fora isso, está em condições impecáveis.

Duke Nukem 3D Atomic Ed
Jogo "completo" com caixa e disco.

Apesar de não ser a primeira aventura do herói (existem 2 jogos de plataformas para PC), Duke 3D foi o jogo que lhe deu todo o carisma: Humor negro, sexo, drogas e rock n’ roll. Apesar de hoje em dia não ser incomum encontrar strippers, palavrões e violência em jogos de vídeo, para os padrões de 1996 era algo chocante. E logo eu que comecei a jogar FPS nessa altura… Mas não foi só pela polémica que Duke 3D foi um jogo de grande sucesso: Os níveis estão muito bem construídos, ambientes bastante variados e com um elevado grau de interactividade que na altura não era habitual: desde jogar bilhar, ver câmaras de segurança, trocar bitaites com NPCs (maioritariamente mulheres), karaoke, etc. O jogo está também repleto de referências cinematográficas, de outros videojogos ou até de pop-culture. Em zonas secretas encontramos personagens mortas como Indiana Jones, Luke Skywalker, e até o Space-Marine de Doom. Monstros espaciais que lembram os face huggers de Aliens, o carisma dos Pig-Cops, mapas passados em cinemas para adultos, restaurantes chineses, no espaço, em super-mercados, parques de diversões, numa cadeia que lembra os “Renegados de Shawshank”, etc etc etc. Tudo motivos que fizeram com que o Duke 3D fosse um dos FPS mais bem sucedidos do seu tempo.

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Shake it baby! Wanna dance?

Mas as coisas não se ficavam por aí, as armas e os items também tinham o seu quê de “bonito”. Com a possibilidade de carregar 10 armas, desde o belo do pontapé, passando por shotguns, metralhadoras, lança rockets, pipebombs, bombas equipadas com sensores laser… mas há armas que realmente marcaram pela diferença: “Shrink-ray” era uma delas, uma arma que encolhia os inimigos do tamanho de ratos e Duke podia perfeitamente pisá-los em seguida. Um outro modo de funcionamento dessa arma seria o precisamente o inverso, aumentar continuamente os inimigos de tamanho até que expludam. Oh, so much fun. Para além do imenso arsenal, Duke também poderia usar uma série de diferentes items: Jetpacks para voar sobre os níveis, óculos de visão nocturna, steroids para dar mais força e velocidade ao Duke, equipamento de mergulho para exploração subaquática, hologramas do Duke para fazer de isca para os inimigos, entre outros.

Mas que história se trata em Duke Nukem 3D? Voltemos ao início. No primeiro jogo da série, Duke Nukem defronta um cientista tirano de nome Dr. Proton. Duke derrota-o e 1 ano depois decorrem os acontecimentos de Duke Nukem II. Duke é raptado por um bando de extraterrestres e o resto da história não deve ser muito difícil de imaginar. Duke 3D decorre logo depois de DNII, quando Duke está a regressar à terra. Assim que sobrevoa Los Angeles a sua nave é atacada e Duke apercebe-se que Los Angeles tinha sido tomada de assalto pelos aliens, que até já controlavam a polícia local. O jogo decorre por uma série de diferentes locais, passando de Los Angeles para uma base espacial humana, regressando depois a Los Angeles para acabar com os aliens de vez. Atomic Edition é uma edição especial que contém o “Plutonium Pak”, a única expansão oficial desenvolvida pela 3D Realms para o jogo que contém mais um episódio com uma série de novos níveis, uma arma nova e um inimigo novo (e bastantes referências humorísticas nos níveis, mais uma vez). Neste episódio, a história diz que os Aliens conseguiram introduzir na Terra uma rainha alienígena de uma raça de monstros ferozes, cabendo ao Duke a responsabilidade de exterminar essa menina.

Nunca tinha reparado naquele cartaz

Duke Nukem 3D é um first person shooter “2.5D”, tal como Doom, Hexen, Blood e outros que tal. 2.5D na medida em que, apesar de os níveis serem aparentemente 3D, os objectos, os monstros e demais NPCs eram apenas sprites em 2D. Em Também em 1996 a id software lança o Quake, um outro FPS que apesar de não ser o primeiro totalmente em 3D, foi certamente o que impulsionou os restantes. Apesar de não ser uma engine muito avançada, a BUILD (nome da engine) acabou por ser muito bem usada, permitindo a criação de níveis bastante criativos, variados e coloridos, introduziu pequenos detalhes que faziam a diferença perante todos os outros FPS do mercado: Destruição de cenários, maior interactividade, buracos deixados nas paredes pelas balas, pegadas do Duke espalhadas por toda a parte sempre que calcasse água, sangue ou até “presentes” deixados por cãezinhos ou um certo inimigo. A título de curiosidade, esta engine acabou por ser utilizada em Shadow Warrior (mais um FPS da 3D Realms que falarei noutra altura), Blood e Powerslave (que começaram por ser jogos da 3D Realms, mas a 3DR acabou por vender os direitos a outras empresas para os terminarem, pois o foco da 3DR era mesmo o Duke 3D e o Shadow Warrior), entre outros como os jogos da série Red Neck Rampage. Duke Nukem 3D tem também um modo multiplayer, que como os jogos da época resumia-se a Deathmatches pela rede, internet (dial-up) e máquinas ligadas pela porta série RS232.

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Ooops, desculpa lá, continua a fazer o teu serviço!

Nesta versão Atomic Edition, o CD do jogo contém vários bónus, para além de versões shareware de alguns jogos da Apogee/3DRealms, screenshots de jogos em desenvolvimento na altura, ficheiros de som, entre outros, trazia também um editor completo BUILD para os utilizadores que quisessem criar os seus próprios mapas. Os editores Build traziam também documentação técnica muito bem explicada para que todos se sentissem à vontade em desenvolver níveis para o jogo. E resultou. À semelhança de Doom, que tem uma enorme comunidade de fãs que criaram vários novos mapas, e episódios inteiramente novos com diferentes artwork, Duke 3D também ganhou a sua legião de fãs que disponibilizaram na Internet vários mapas. Eu próprio cheguei a criar alguns, mas eram muito mauzinhos.

O boss final do 3º episódio
O boss final do 3º episódio

Para além da Atomic Edition, existem uma série de outros add-ons que embora não sendo oficiais, foram devidamente autorizados pela 3D Realms: Duke Caribbean e Duke it out in DC são os mais conhecidos. Existe também um certo mapa desenvolvido por uma certa revista norte americana bastante culta que chegou há relativamente pouco tempo a Portugal: Penthouse, conhecem? 😛

Duke 3D foi um jogo bastante sucedido, tendo sido convertido para uma série de plataformas: Saturn, Nintendo 64 (esta versão bastante censurada infelizmente), PS1 (que contém uma série de inimigos e níveis exclusivos), Mega Drive (embora esta não seja oficial), Xbox Live Arcade, Iphone, entre outros. A versão PC e Xbox Live Arcade na minha opinião são as melhores, embora para quem queira jogar o jogo de PC nas máquinas actuais tenha mais algum trabalho. Ou se usa um emulador como o DosBox, ou corre-se numa máquina virtual de Windows 95/98, ou então faz-se o download de algumas aplicações desenvolvidas pelos fãs, que pegam nos ficheiros de jogo originais, substituem as texturas por novas texturas de alta resolução e contém loaders compatíveis com windows. Quem não quer ter este trabalho todo, ou não deita fora o seu velhinho PC ou então o melhor é mesmo jogar uma versão das consolas. Depois de Duke 3D sairam mais uns jogos de acção na 3ª pessoa para PS1 e N64, um FPS para GBA (fraquinho), um jogo de plataformas para PC (DN Manhattan Project) e finalmente o Duke Nukem Forever que esteve imensos anos em desenvolvimento e ao contrário dos outros todos este estava a ser desenvolvido pela sua verdadeira equipa, a 3D Realms. Duke Nukem Forever finalmente saiu cá para fora há uma semana e como seria de esperar, a enorme expectativa que se gerou em torno do jogo deixou muita gente desiludida com o produto final. Apesar de eu acompanhar o desenvolvimento do DNF desde 2000, sempre contei que o jogo não viesse cá para fora com os melhores gráficos, mas sempre esperei que o mesmo carisma se mantivesse. Actualmente não tenho máquina para o jogar, mas espero faze-lo muuito em breve.

O que acontecerá se interagir com aquela estátua?
O que acontecerá se interagir com aquela estátua?

Always bet on Duke.

Doom Collector’s Edition (PC)

Foi já no longínquo ano de 1993 que o PC receberia um jogo que para sempre iria revolucionar a plataforma PC para um patamar superior no que diz respeito à jogatana. A iD software já há uns anos que tentava revolucionar o mercado com shooters 3D em primeira pessoa com o lançamento de jogos como Catacomb 3D e Hovertank 3D. Wolfenstein 3D foi o passo seguinte já atingindo um considerável sucesso, mas foi mesmo Doom que revolucionou toda uma indústria, colocando o género de first person shooter como um novo nicho de mercado e influenciando uma série de jogos que lhe sucederam.

Doom Colletors Edition
Caixa, cd e folhetos

Doom é uma das séries de maior sucesso da indústria e os jogos clássicos viram conversões para practicamente todas as plataformas existentes no mercado desde o seu lançamento. Umas conversões melhores que outras, muitas delas (nas consolas) com alguns níveis exclusivos, mas é no PC que Doom realmente brilha. Em 2001 saiu para PC uma compilação dos Doom clássicos lançados nessa plataforma, contendo Ultimate Doom, Doom II e Final Doom. A minha cópia foi comprada numa cadeia de lojas que já não existe algures em 2001/2002, acho que se chamava Inforjogos.

Aproveito para incluir aqui também a jewel case do Doom II, um jogo que me foi oferecido ainda nos anos 90 mas que eu estupidamente deitei fora a sua big box.

Em relação ao jogo em si, acho que não preciso de gastar muito latim, visto toda a gente o conhecer. Basicamente controlamos um Space Marine, que foi enviado para uma base militar em Phobos, uma das luas de Marte. Supostamente seria um castigo para esse Space Marine, tendo ele desobedecido a uma ordem que incluiria matar civis inocentes. As coisas em Phobos em Deimos eram uma seca, essas bases estariam a ser usadas apenas com o propósito de estudar o teletransporte, criando portais entre as duas luas. Infelizmente no dia em que o Space Marine lá chega as coisas correm muito mal. Sem querer abrem um portal directamente do inferno que dizima toda a base e cabe ao infeliz soldado impedir a invasão dos demónios que alastre à terra. Esta é a premissa do primeiro jogo. O Doom original consiste em 3 diferentes “episódios”, o primeiro em Phobos, depois em Deimos e finalmente no próprio Inferno. Doom inicialmente era comprado apenas por encomenda à própria iD, tendo sido lançado finalmente em lojas no ano de 1995, sob o nome de Ultimate Doom, contendo um episódio extra: “Thy Flesh Consumed”.

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Despedaçar zombies com uma moto serra nunca foi tão divertido

Doom é um marco na história dos videojogos. A sua atmosfera aterradora, os monstros assustadores, armas poderosas, violência sem fim, a acção frenética e a introdução de multiplayer por LAN, tornaram Doom num dos jogos mais populares de sempre. Muitos Deathmatches de Doom se jogaram por esses PCs fora…

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Artwork da caixa original

Uma outra coisa que desde Doom tem vindo a marcar os jogos da iD é a sua customização por parte dos utilizadores. Desde cedo que a iD incentivava os utilizadores criar níveis para o jogo, bem como introduzir diferentes artworks e efeitos sonoros, os vulgos “mods” que nos referimos hoje em dia. Isto é possível pois o jogo consiste na aplicação principal, e nos ficheiros WAD (Where is All the Data), que contêm toda a informação relativa aos níveis em si. Dessa forma seria possível iniciar a aplicação Doom com outros ficheiros WAD criados por fãs. Muitos níveis e mods completos foram lançados para Doom, mas isso não está presente nesta compilação (quer dizer, mais ou menos, mas já lá vamos).

Doom II: Hell on Earth foi lançado em 1994 (sim, antes de Ultimate Doom) e ao contrário de Doom teve o seu lançamento directamente nas lojas. Foi também um sucesso, embora não tenha apresentado grandes novidades face à sua prequela, no que diz respeito ao gameplay. Introduziu uma nova arma, alguns novos monstros e uma série de novos níveis. A nível de história, após os acontecimentos de Doom, o nosso space marine regressa finalmente à Terra, mas descobre que os demónios já a tinham invadido. Com as principais cidades em ruínas, a raça humana tenta abandonar o planeta, mas os demónios invadiram também os “aeroportos espaciais”- Os exércitos tentam atacar os demónios, mas acabam todos por ser chacinados. Cabe mais uma vez ao pobre marine salvar a raça humana da extinção.

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Arma nova em Doom 2, caçadeira de 2 canos

Final Doom é uma compilação de 2 expansion packs feitos por estúdios amadores, inicialmente planeados para sairem como lançamentos não oficiais gratuitos, tendo sido posteriormente comprados pela iD e lançados ao público como um jogo comercial. Final Doom contém 2 packs de 32 níveis cada um, o “The Plutonia Experiment” e o “TNT: Evilution”, sendo todos esses níveis baseados na versão de Doom II, introduzindo poucas novas texturas e sons.

Em “The Plutonia Experiment” a história diz que após a invasão do Inferno à Terra, os governos mundiais tentam arranjar maneira de prevenir futuras invasões. Desenvolvem um acelerador quântico que após uma nova tentativa de invasão dos demónios, consegue fechar o portal quase instantâneamente. A investigação prossegue até que ao dia em que  Inferno abre uma série de 7 portais. Os aceleradores quânticos numa hora conseguem fechar 6 portais, até que a invasão se torna demasiado forte, as tropas padecem face ao ataque e os demónios colocaram um guardião a proteger o último portal. Já todos sabemos quem é que entra em acção a seguir… Já em TNT Evilution a acção decorre em Io, uma lua de Júpiter, onde mais uma vez o exército continua a estudar a tecnologia de criação de portais. Claro que a coisa acaba por não correr bem como de costume e o mesmo Space Marine acaba por ter de defrontar as forças do Inferno. O gajo devia receber bem pelo trabalho que tem.

Final Doom shot
O inferno não parece um sítio muito amigável…

Em jeito de conclusão, esta compilação usa a conversão do motor de Doom para Windows e diria que é uma compilação definitiva dos Doom clássicos para PC. Peca apenas em 2 razões, na minha opinião. Não inclui a expansão oficial do Doom 2 (os Master Levels) e inclui os manuais em pdf no cd. Uma edição de coleccionador não deveria ser assim… trás apenas um folheto com instruções de instalação, bah. Infelizmente isso era prática corrente em muitos jogos de PC, actualmente já nem sei bem como é pois esse Doom acho que até foi o último jogo de PC que eu comprei. Se tivesse incluído os mapas exclusivos que existem nas conversões de Jaguar, Saturn e Playstation também seria um bom extra.