Kwirk (Nintendo Gameboy)

Vamos a mais uma rapidinha a um dos subgéneros mais abundantes da biblioteca da Gameboy, os puzzle games! Este Kwirk é uma espécie de evolução do Sokoban, o mítico jogo de “empurrar caixotes” que gerou tantos clones e sequelas ao longo da história dos videojogos. O meu exemplar foi comprado no mês passado, numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto, onde por 20€ comprei um lote de 22 cartuchos de Gameboy.

Apenas cartucho

Tal como no Sokoban, o objectivo aqui é o de chegar à saída do nível, sendo que para isso teremos de andar a arrastar blocos de um lado para o outro. Mas aqui as coisas são um pouco mais complicadas pois também vamos tendo blocos rotativos, buracos no chão onde deveremos ter cuidado para não cair e preencher alguns desses espaços com blocos que vão tapando parte dos buracos e assim abrir caminho. Outras vezes não teremos só o Kwirk para levar à saída do nível, mas sim mais uma ou várias outras personagens em pontos diferentes do nível para encaminhá-las à mesma saída.

Por vezes temos de arrastar blocos para certos buracos de forma a formar novos caminhos

Como bom puzzle game que é, temos alguns níveis bem complicados e que nos vão exigir uma catrafada de diferentes movimentos e tentativas para conseguir desembrulhar as coisas. Depois, para além dos 2 modos de jogo single player, existe também uma versão multiplayer que eu sinceramente não cheguei a experimentar. Para além disso temos sempre a opção de alternar entre 2 tipos de câmara diferentes, uma vista de topo, outra vista de um plano ligeiramente inclinado, o que dá mais alguma sensação de profundidade.

Outras vezes nem temos de arrastar nada, apenas navegar por entre vários blocos rotativos.

De resto este é um jogo tecnicamente muito simples. O Kwirk é um tomate com óculos de sol só porque estávamos a entrar nos anos 90 e os seus amigos eram também outros vegetais radicais. De resto os cenários são mesmo muito simples e sinceramente, para o tipo de jogo que é, nem é preciso muito mais. O mesmo pode ser dito da música e demais efeitos sonoros que cumprem o seu papel. No fim de contas, é um puzzle game bastante desafiante!

FIFA International Soccer (Nintendo Gameboy)

Continuando pelas rapidinhas de jogos desportivos na Game Boy, o jogo que cá trago agora é a primeira iteração da série FIFA da Electronic Arts. Tal como no jogo anterior, este também veio num bundle de 22 cartuchos de Gameboy comprado no mês anterior na Feira da Vandoma do Porto por 20€. Mas ao contrário do Baseball, este já é um desporto que conheço bem!

Apenas cartucho

Ao contrário dos outros jogos de futebol que existiam na Gameboy até ao lançamento deste primeiro FIFA, este é um jogo que preza mais pelo realismo do que numa jogabilidade puramente arcade. Mas numa portátil bastante restrita como a Gameboy isso pode não ser uma boa ideia. Mas já lá vamos. Aqui vamos tendo vários modos de jogo, desde as partidas amigáveis, passando por campeonatos, torneios como a taça do mundo ou outros meramente por playoffs. Existem várias opções que poderemos customizar, como activar a fatiga dos jogadores, que nos obriga a ter uma maior atenção às substituições que poderemos fazer ao longo das partidas. Ou então decidir as condições meteorológicas ou se queremos um relvado natural ou sintético. Supostamente terá influência na jogabilidade, mas não notei grandes diferenças assim.

Surpreendentemente é um jogo bem colorido na Super Game Boy

Apesar de ser um jogo com uma grande variedade e leque de opções, como tem sido habitual nos jogos desportivos da Electronic Arts, o problema está na jogabilidade. Para além da acção ser lenta e as sprites apresentarem muito flickering (já o Soccer sofria desse mal!), os controlos também não são os melhores, nem a inteligência artificial. Os passes saem ao lado e correr com a bola é uma miragem, pois este é daqueles jogos que nos obrigam a correr em linha com a bola, caso contrário ela fica para trás, muito provavelmente para ser recuperada por algum jogador da equipa adversária, porque os jogadores da nossa equipa também parece que não se sabem posicionar…

Graficamente os FIFAs clássicos foram jogos que ficaram conhecidos também pela adopção de uma perspectiva isométrica que melhor simulava o 3D e aqui na Game Boy a mesma é também usada. No entanto o preço é alto, com bastante sprite flickering e pouco detalhe nos jogadores, bem como a bola que é minúscula. É também um jogo com suporte ao acessório da Super Game Boy, ganhando logo muito mais cor e uma nova vida. A nível de audio não tenho nada de relevante a comentar. As músicas são minimamente competentes, podendo ser configuradas para se ouvirem apenas durante os menus ou também durante as partidas, e os efeitos sonoros infelizmente também ficam muito aquém das minhas expectativas. É uma pena! E ainda faltaram um aninhos até o ISS sair na Gameboy…

Baseball (Nintendo Gameboy)

Vamos lá a uma super rapidinha a um jogo que só veio parar à minha colecção por ter vindo num conjunto de 22 cartuchos que comprei no mês passado, na feira da Vandoma no Porto, por 20€. Baseball é uma espécie de uma adaptação do jogo de mesmo nome da NES e, tal como a sua versão caseira, foi também um dos jogos de lançamento da Gameboy, pelo menos em solo norte-americano.

Apenas cartucho

O meu problema com este jogo é: não gosto de baseball. Para além de nunca ter entendido bem as suas regras, também nunca sequer senti nenhum apelo pelo desporto. E esta adaptação para a Gameboy parece-me ser ainda mais pobre em conteúdo do que a versão NES, pelo que me apercebi. Temos apenas 2 equipas para escolher, com Mario e Luigi também como protagonistas. Existe a opção de alternar entre equipas americanas ou japonesas, mas não faço ideia se há alguma mudança de regras de jogo, ou se são só os nomes dos jogadores que passam a ser orientais. Se for só isso, é estúpido. De resto é um jogo simples, mas que a mim me passa completamente ao lado até porque nem percebo o desporto em si. Pelo que investiguei, envelheceu muito mal e a própria Game Boy clássica possui jogos de basebol melhores. Vale o que vale.

Soccer (Nintendo Gameboy)

Voltando às rapidinhas, hoje trago cá mais um jogo desportivo que apenas comprei porque me custou meros cêntimos, numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto. Quando olhei para ele, não sei porquê mas fiquei com a sensação que seria um jogo da série Striker, da Rage Software, série essa que já levou com jogos com nomes completamente distintos uns dos outros e pensei que este Soccer seria mais um. Na verdade é um jogo desenvolvido pela Rage Software, mas a única ligação à série Striker que encontrei está no seu nome japonês, World Cup Striker.

Apenas o cartucho

Este é mais um jogo onde temos à disposição várias selecções nacionais e podemos participar em diferentes modos de jogo, desde practicar penalties, passando por partidas amigáveis e 3 diferentes tipos de competições. Aí podemos jogar em pequenas ligas/campeonatos, torneios meramente por eliminatórias, ou um torneio à semelhança do Taça do Mundo, com fase de grupos e depois eliminatórias. Pelo meio podemos também mexer numa série de opções, como alterar a formação da equipa e/ou sua estratégia.

Graficamente não é nada de excitante, mas o que as imagens não mostram é o slowdown que o jogo vai tendo

Os controlos são aparentemente simples, com apenas 2 botões que servem para passar ou rematar quando na posse de bola, e tentar roubar a bola ao adversário, seja por encosto de ombro ou carrinho. Mas sinceramente na práctica não me consegui orientar bem com o jogo, seja pelo aftertouch que estes jogos habitualmente tinham, ou seja, permitir controlar ligeiramente a trajectória da bola com o d-pad, depois de a mesma ser rematada. Mas o que me incomodou mais foi mesmo a fraca performance técnica do jogo, com o mesmo a sofrer vários slowdowns bem notórios e que não ajudam em nada.

As músicas são practicamente inexistentes quando fora dos menus ou ecrã título, os efeitos sonoros não são nada do outro mundo e os gráficos… bom, sinceramente esses são muito maus. É verdade que estamos a falar de uma Gameboy, um sistema altamente limitado tecnicamente, mas para além dos maus gráficos se ainda temos bastantes quebras de framerate, então aí algo não está muito bem. Em suma, este Soccer (que nome tão original) não é um dos jogos mais memoráveis da biblioteca da Gameboy…

Turrican (Nintendo Game Boy)

Voltando às rapidinhas e à Gameboy, o jogo que cá trago hoje é uma interessante conversão do primeiro título de uma das mais interessantes séries de jogos de acção que originaram em micro computadores. Lançado originalmente para a Commodore 64 como obra de um homem só, Turrican era um jogo que misturava de uma forma desafiante os conceitos de jogos de plataformas e shooter. Pensem numa espécie de um Contra, mas ainda mais desafiante e com um progresso não-linear. O jogo teve sucesso, o que lhe garantiu várias conversões para outros sistemas. Esta conversão para a Gameboy foi trazida pela Accolade. O meu exemplar veio da Cash Converters do Porto, há uns meses atrás. Creio que me custou uns 8€.

Apenas cartucho

Turrican é o soldado perfeito, geneticamente modificado para ser uma máquina de matança. Turrican foi feito assim pois viria a ter uma missão muito especial: a de recuperar a colónia artificial teresstre há muito perdida de Alterra, que há muitos anos atrás a inteligência artificial que a controlava revoltou-se e com o decorrer dos anos foi tornando as criaturas daquele mundo artificial seres bastante agressivos e vorazes.

Em Turrican muitas vezes não temos muito espaço para respirar!

Turrican é um jogo que nos dá várias opções de disparo. Temos a nossa arma principal, que pode ser actualizada com recurso a vários power-ups, deixando-a mais forte. Mas ao deixar o dedo pressionado no botão de disparo, Turrican solta aquilo que se assemelha aos raios de plasma dos Ghost Busters. Até a forma de os controlar é semelhante! Podemos também transformar-nos numa esfera, à semelhança de Samus Aran, mas com lâminas e que nos deixa invencíveis, mas com a desvantagem de não podermos saltar. É um ataque muito importante para limpar uma sala de inimigos, mas apenas o podemos usar 3 vezes por nível, ou por vida. Outros ataques consistem nas bombas que limpam todos os inimigos no ecrã ou noutros que lançam ondas de dano em todas as direcções. Estes últimos também possuem munições limitadas, pelo que devem ser usados com precaução.

De resto, Turrican é um jogo bastante desafiante, não só pelos inimigos que vão surgindo um pouco por todo o lado, mas também pelos segmentos mais exigentes de plataformas que por vezes temos de fazer. O facto de as áreas também serem bastante amplas podem fazer com que nos sintamos algo perdidos. Mas o mais chato na dificuldade é o facto de, ao contrário da maioria dos jogos de acção, onde ao sofrer dano, ficamos temporariamente invencíveis durante uns curtos segundos, mas costuma ser tempo suficiente para nos colocarmos em segurança. Aqui não, enquanto um inimigo estiver em contacto connosco, estamos continuamente a sofrer dano. Felizmente o Turrican também estimula a exploração, existindo vários powerups e vidas extra para descobrir, o que podem facilitar um pouco as coisas, pois ao morrermos, recomeçamos a aventura no mesmo local, não é necessário recomeçar o nível.

A forma do Buzzsaw é extremamente poderosa e deixa-nos invencíveis. Mas tem a desvantagem de não conseguirmos saltar.

Do ponto de vista técnico, o Turrican original para a Commodore 64 era um portento técnico, mesmo correndo num sistema bastante limitado. A conversão da Gameboy não é má de todo, as músicas são boas, os gráficos é que são algo mais simples devido ao ecrã reduzido da Gameboy. As sprites tiveram de ser sacrificadas ao possuirem um tamanho mais reduzido, mas o ritmo frenético do jogo original está tambem aqui representado, o que é uma boa notícia.