Street Fighter II (Nintendo Gameboy)

Street Fighter IIPrevejo que esta vai ser uma semana bem complicada de trabalho, portanto vamos lá continuar com as rapidinhas. E a rapidinha de hoje é a conversão para Gameboy do jogo de luta mais famoso de sempre, o Street Fighter II. E naturalmente escusado será dizer que é uma conversão muito, muito aquém do lançamento original. Este meu cartucho foi comprado na cash converters de Alfragide por cerca de 2€.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

Todos nós conhecemos o Street Fighter II, e o quão importante este videojogo foi, por marcar definitivamente um padrão de um género de videojogos que ainda não tinha uma identidade muito própria. Excelente jogabilidade, gráficos, música, personagens bem diferentes entre si e carismáticas quanto baste tornaram o Street Fighter II num dos maiores sucessos de sempre das arcadas, com imensas revisões e conversões para outros sistemas e claro, com o seu sucesso deu-se uma explosão de fighting games, alguns meros imitadores, outros  que ousavam em fazer algo diferente. E no meio dessa miríade de conversões, a Game Boy também recebeu uma versão já algo tardia, em 1995.

Mesmo com o downgrade gráfico, as arenas continuam inconfundíveis
Mesmo com o downgrade gráfico, as arenas continuam inconfundíveis

Naturalmente é uma versão com alguns cortes, pois o hardware da Gameboy não é de todo o mais indicado para receber uma conversão fiel à arcade por várias razões. A primeira é a falta de botões necessários para se poder desencadear uma série de golpes. A maneira de diferenciar entre um soco/pontapé forte ou fraco depende do tempo que mantivermos o dedo a pressionar o botão respectivo, o que é algo que vai atrapalhar um bocado. A outra restrição óbvia é o ecrã monocromático deixando as personagens sem quaisquer uniformes alternativos. É possível por o Ryu a lutar contra outro Ryu, mas vão ser indistinguíveis no ecrã. Mas esta versão tem também mais cortes, como a não inclusão de algumas das personagens jogáveis como o Dhalsim, E. Honda e Vega.

Os modos de jogo disponíveis nesta versão
Os modos de jogo disponíveis nesta versão

E se a nível de jogabilidade esta é uma versão que naturalmente deixa muito a desejar, o seu desempenho técnico também, com os movimentos das personagens a serem muito pouco fluídos. A nível gráfico propriamente dito a Gameboy faz o que pode. Os cenários são tão parecidos quanto possível aos originais, embora com menos detalhes. O design das personagens é inspirado nas sprites da versão Super Street Fighter II  e as músicas, embora com um chiptune 8bit, mantêm a sua essência e continuam a ser bastante agradáveis. Sinto é a falta das vozes digitalizadas, e ouvir coisas como Sonic Boom ou Shoryuken!

Elenco reduzido na conversão para a Gameboy
Elenco reduzido na conversão para a Gameboy

Posto isto, esta para mim é uma versão do Street Fighter II que vale a pena mais pela curiosidade em ver o downgrade necessário para meter essa pérola a correr em hardware bem mais limitado. Isso ou se estiverem nalguma ilha deserta e as baterias da PSP ou Gameboy Advance já se tiverem esgotado.

Yoshi’s Cookie (Nintendo Gameboy)

Yoshi's CookieE vamos continuar no reino das portáteis com mais uma rapidinha, agora a mais um puzzle game da Nintendo e do universo de Mario, como se Dr. Mario e Mario & Yoshi já não fossem suficientes. Este Yoshi’s Cookie é mais um daqueles jogos em que temos de agrupar objectos iguais de forma a fazê-los desaparecer, mas tem algumas mecânicas de jogo mais interessantes. Este meu exemplar veio da cash converters de Alfragide algures durante o mês passado, tendo-me custado cerca de 2€.

Yoshi's Cookie - Nintendo Gameboy
Apenas cartucho, só tenho pena que alguém tenha rabiscado o seu nome nele

E isto na verdade é quase um Tetris de complexidade acrescida. Isto porque para pontuar, temos de fazer linhas ou colunas de blocos semelhantes, com conjuntos de novos blocos a “cairem” de cima para baixo ou da direita para a esquerda. Isto quer então dizer que o número de blocos que temos de fazer linha ou coluna acaba por ser variável. E como os agrupamos? Bom, seleccionamos o bloco em questão e com o d-pad indicamos qual a direcção que o queremos mudar, o que faz com que a linha ou coluna rode. Se jogarmos sozinhos, é com isto que temos de nos preocupar, ao longo de 10 rounds com 10 stages cada um, com a dificuldade a ir aumentando gradualmente ao introduzir novos blocos e acelerar a velocidade do jogo. Existe também uma componente multiplayer para 2 jogadores através do link cable, onde temos uma grelha fixa de 5×5 e vamos competindo dessa forma ao fazer as combinações de blocos, mas não cheguei a experimentar.

A ideia é fazer linhas ou colunas de blocos iguais... mas temos de ter em conta que novos blocos vão caindo em 2 direcções, potencialmente tornando as linhas e colunas mais longas
A ideia é fazer linhas ou colunas de blocos iguais… mas temos de ter em conta que novos blocos vão caindo em 2 direcções, potencialmente tornando as linhas e colunas mais longas

As músicas do jogo acabam por ser bastante repetitivas e nem sempre são muito do meu agrado, o que não é algo muito habitual num jogo baseado na franchise do Mario. Graficamente é um jogo simples, se bem que vamos vendo algumas pequenas cutscenes entre cada round, mostrando uma certa rivalidade entre Mario e Yoshi, a ver quem é que fica com os bolos.

No multiplayer já temos um desafio diferente, ao manter a área de jogo constante
No multiplayer já temos um desafio diferente, ao manter a área de jogo constante

No fim de contas, apesar de até achar que este é um jogo com um conceito algo original, prefiro de longe a simplicidade de um Dr. Mario. Talvez por esta ter sido uma ideia da Bullet Proof Software e não originalmente da Nintendo, pois sinto que lhe falta algum carisma também.

Batman: Return of the Joker (Nintendo Gameboy)

BatmanHoje voltamos às rapidinhas para não variar muito e o jogo que cá vos trago é nada mais nada menos que a versão Gameboy do Batman: Return of the Joker desenvolvida pela Sunsoft, que acaba por ser uma versão bem mais simples que o original de NES ou o remake da Mega Drive intitulado de Revenge of the Joker. Este meu exemplar foi comprado há coisa de uns 2 meses atrás, tendo-me custado 1.95€ na Cash Converters de Alfragide se bem me recordo.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

Ao contrário de muitos outros jogos do Batman desta época, este Return of the Joker não é inspirado em nenhum dos filmes de Tim Burton, mas sim nas comics, com essas inspirações a virem logo ao de cima no artwork da capa e cartucho. E como o nome indica, este é um jogo em que o vilão principal é o Joker, mas na minha opinião peca por ser demasiado curto, tendo apenas 4 níveis, cada qual com o seu boss.

Este nivel nocturno até que está bem engraçado!
Este nivel nocturno até que está bem engraçado!

A jogabilidade é simples, com o botão direccional a servir tanto para Batman se movimentar como agachar e lançar o seu grappling hook, um botão facial para saltar e um outro para atacar, que tanto serve para lançar os batarangs (bumerangues do Batman), como para dar socos caso gastemos todos os Batarangs. Logo os primeiros 2 bosses são imunes aos batarangs, portanto é bom que os gastemos todos antes de os defrontar. Ainda a nível de mecânicas de jogo, é possível executar saltos em parede, embora se não acertarmos com o timing correcto, é bem possível que as coisas acabem por correr mal para o nosso lado. Para além disso convém também referir que Batman tem uma barra de energia, o que significa que podemos levar com algum dano antes de perder uma vida.

SCREENSHOT
É uma pena que não hajam mais artworks deste género ao longo do jogo

De resto a nível gráfico é um jogo com sprites bem detalhadas, embora na minha opinião peque por ser curto e não haver uma variedade assim tão grande nos níveis. As músicas por outro lado foram bastante agradáveis! No fundo, o que consigo dizer é que este Batman até é um jogo que diverte, mas acho que teria potencial para ser melhor, se fosse um pouco mais comprido talvez.

The Amazing Spider-Man (Nintendo Gameboy)

The Amazing Spider-Man - Nintendo GameboyApesar de ainda ter pelo menos mais um videojogo desportivo que planeio escrever uma rapidinha em breve, o artigo que cá vos trago hoje é sobre o primeiro jogo de Gameboy que eu alguma vez joguei. Foi na escola, durante um recreio, que um colega meu de turma trouxe a Gameboy dele e estivemos a jogar um pouco. O jogo que ele sempre trazia era o The Amazing Spider-Man, um sidescroller algo simples, mas que para mim já dava perfeitamente para viciar. Recentemente comprei o cartucho na cash converters de Alfragide, tendo-me custado cerca de 2€.

The Amazing Spider-Man (Nintendo Gameboy)
Apenas cartucho (e sua capa protectora que não está na foto)

A história é muito simples, Peter Parker/Spider-Man vê a sua namorada Mary Jane a ser raptada e temos de a resgatar. Pelo caminho iremos defrontar muitos vilões conhecidos do aranhiço, como Mysterio, HobGoblin, Dr. Octopus ou o Venom. A jogabilidade é muito simples, com um botão para saltar e um outro para atacar, mas que serve também para usar as teias, seja para as atirar para os inimigos, ou usá-las para nos balancearmos pelo ar – sim, atirar as teias para o céu e esperar que as mesmas se agarrem nalguma coisa. Os níveis são uma mistura de sidescrollers horizontais ou verticais, sendo que estes últimos consistem nalgumas passagens onde temos de escalar alguns prédios, evitando inimigos que nos atiram coisas pelas janelas. Isto seria simples e eficaz, mas infelizmente a implementação dos controlos não é a melhor. O homem aranha não se move de uma forma ágil como se esperaria, as teias são também lentas, o que no geral acaba por atrapalhar bastante o combate contra os inimigos. Isto porque também temos uma barra de energia que diminui bastante ao mínimo contacto com os oponentes, o que não resulta nada bem quando temos controlos que não são os mais refinados. Sim, já na altura achava este um jogo algo difícil e pouco mais longe do que o segundo ou terceiro nível conseguia avançar, hoje em dia a paciência também não é muita, mas felizmente temos os save states nos emuladores que nos ajudam nestas circunstâncias.

screenshot
O primeiro boss é logo o Mysterio, para abrir as hostilidades

A nível gráfico é um jogo muito simples, temos de ver que este é ainda um dos videojogos algo precoces no ciclo de vida da Nintendo Gameboy. É certo que esta sempre foi uma plataforma bastante simples e com recursos mais limitados que os da NES, o que se reflectia perfeitamente nos videojogos destas primeiras gerações. Temos sprites não muito detalhadas, em conjunto com níveis algo simples a nível gráfico, mas no fim de contas tudo acaba por ser perceptível, quer estejamos em zonas urbanas, industriais ou mesmo nos esgotos onde acabamos por defrontar o Venom e resgatar a Mary Jane. As músicas é que achei melhorzinhas, em especial a das cutscenes entre cada nível, onde Spider Man e o próximo boss vão trocando alguns galhardetes. Chiptune ftw!

screenshot
Estas partes em que temos de escalar prédios são um bocadinho chatas

No fim de contas, não deixa de ser um jogo interessante, apesar das suas falhas a nível de controlos e jogabilidade. A minha relação com videojogos de super-heróis é algo estranha, pois gosto bastante dos mesmos que foram desenvolvidos nesta era das 8 e 16bit, mas quando vamos para a era mais moderna é que torço o nariz, até porque a maioria deles é referente aos filmes modernos, aos quais nunca achei grande piada. Mas fica o offtopic para outra altura!

Mortal Kombat (Nintendo Gameboy)

Mortal KombatO artigo de hoje será mais uma rapidinha a uma adaptação de um jogo bem conhecido. O Mortal Kombat original foi um lançamento bastante polémico, mas muito bem sucedido. Como todos sabemos, a série surgiu após o sucesso massivo do Street Fighter II, mas onde desde cedo quiseram fazer algo que os diferenciasse do mundo de clones de SF que se instaurou nas arcades entretanto. O resultado foi um jogo bastante violento e com gráficos com personagens digitalizadas, o que lhes dava um certo realismo. Mortal Kombat foi também um grande sucesso, e naturalmente surgiram imensas versões para outros sistemas. A Gameboy não foi excepção, mas o resultado foi muito mau. Este meu cartucho foi comprado no mês passado na cash converters de Alfragide por quase 2€.

Mortal Kombat - Nintendo Gameboy
Apenas cartucho

Bom, então que tem esta versão do jogo de assim tão mau? Em primeiro lugar, a coisa que salta logo à vista é mesmo o frame rate que é incrivelmente baixo, notando-se perfeitamente a lentidão nas animações e nos movimentos que tentamos executar. Isso naturalmente também afectou a jogabilidade, que com apenas dois botões dificulta as coisas para executar alguns dos golpes especiais. Na versão Game Gear essa dificuldade também existe, mas ao menos dão uso ao botão Start para bloquear. Na Game Boy, onde temos o Start e o Select, para bloquear é necessário pressionar os botões A e B em conjunto. E também tal como as versões 8bit da Sega, aqui o catálogo de lutadores não está completo, faltando-lhe o Johnny Cage. Lá tentam compensar um pouco ao incluir um cheat que nos permite jogar com o Goro, mas na minha opinião não é suficiente. É que como se a má jogabilidade e framerate não fossem suficientes, se bem se lembram a versão SNES deste jogo foi altamente censurada, retirando o sangue e o gore das fatalities. Assim eram as políticas da Nintendo nessa época e infelizmente a versão Game Boy padece do mesmo mal.

Naturalmente esta versão não é das melhores graficamente
Naturalmente esta versão não é das melhores graficamente

Sinceramente… a menos que precisem mesmo de uma versão portátil do Mortal Kombat, eu recomendaria sempre a versão Mega Drive ou DOS. Ou se abandonarmos o reino do retro e queiram um MK1 portátil, há sempre a compilação Midway Arcade Treasures: Extended Play para a PSP.