Mystic Quest (Nintendo Gameboy)

Mystic QuestÉ comum existirem mudanças de nome de determinados jogos em diferentes regiões. O que já não é muito comum é o mesmo jogo ter nomes completamente diferentes nos 3 mercados principais. O que aqui na Europa se chama Mystic Quest, nos Estados Unidos tem o nome de Final Fantasy Adventure. Já no Japão é o primeiro Seiken Densetsu, a mesma série que nos trouxe títulos como Secret ou Legend of Mana. Porquê tanta confusão? Vá-se lá entender as decisões da Nintendo e da Squaresoft no início dos anos 90… O nome europeu pode ter a ver com o Final Fantasy Mystic Quest da SNES, lançado na Europa com o nome de Mystic Quest Legend, na mesma altura que este jogo da Gameboy por cá. Já o meu exemplar, foi comprado há uns meses atrás na cash converters de Alfragide por cerca de 2€.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

E este é então o primeiro jogo da série Mana. As referências a Final Fantasy ficam-se pelos chocobos e por algumas sprites muito parecidas, como as dos Red Mages. Aqui a jogabilidade está muito mais próxima de um The Legend of Zelda clássico, com mais elementos de RPG, como os pontos de experiência, possibilidade de comprar novos equipamentos, diferentes estados (envenvenamento, transformado em moogle, etc). Ocasionalmente lá teremos alguns elementos de puzzle que nos obrigam a pensar, como usar magias como Ice para congelar algum inimigo e transportá-lo até uma plataforma de forma a abrir (e manter aberta) uma passagem para a sala seguinte. Ou usar picaretas nas cavernas para cavar túneis e desvendar salas secretas! Outras coisas como as diferentes propriedades de cada arma. Correntes podem transportar-nos através de abrismos, com machados gigantes podemos mandar árvores abaixo e abrir caminho, ou o mesmo com a morning star, para partir rochas.

Sim, as magias usadas também piscam um olho aos Final Fantasy
Sim, as magias usadas também piscam um olho aos Final Fantasy

A história anda à volta da Mana Tree e de um jovem herói que se vê incumbido com a tarefa de impedir o imperador Dark Lord e seu ajudante feiticeiro Julius de destruirem a Mana Tree, trazendo com isso grande desgraça para aquele mundo. Anos mais tarde, a Squaresoft, já Square-Enix, decidiu recontar toda esta história, acrescentando e alterando um ou outro ponto, através do jogo Sword of Mana para a Gameboy Advance. Esse jogo já possui uma história bem mais complexa e uma jogabilidade muito mais próxima àquela que a série Mana nos habituou desde o velhinho Secret of Mana da Super Nintendo.

Ocasionalmente lá teremos de defrontar alguns bosses.
Ocasionalmente lá teremos de defrontar alguns bosses.

Graficamente é um jogo bem detalhado para uma Gameboy clássica. Tal como já referi acima, há algumas referências visuais à série Final Fantasy como sprites clássicas como o Fighter, o Red Mage, os chocobos e moogles. E dentro das limitações da Gameboy, este jogo acaba por apresentar mundos bem definidos e na minha opinião é um trabalho muito mais bem conseguido do que os Final Fantasy Legend (que de Final Fantasy também têm muito pouco, mas isso seria assunto para um artigo diferente). As músicas são bastante variadas e agradáveis, como a Squaresoft sempre nos habituou.

Final Fantasy Adv-err…  Mystic Quest, é um óptimo RPG de acção, um género que se mostra bastante agradável de se jogar numa consola portátil, até porque aqui podemos gravar o nosso progresso no jogo a qualquer altura. Para os fãs da série Mana, poderão também querer espreitar o Sword of Mana, o remake feito para a Gameboy Advance, um verdadeiro remake em todos os sentidos.

McDonaldLand (Nintendo Game Boy)

McDonaldLandPara não fugir ao habitual, hoje é tempo de mais uma rapidinha. O jogo escolhido é o McDonaldLand para Gameboy, uma conversão daquele que nos Estados Unidos é conhecido como M.C. Kids para a NES. Na verdade, esta conversão para a Gameboy apenas é conhecida como McDonaldland aqui pela europa, já que nos Estados Unidos o mesmo jogo é um reskin com a personagem Cool Spot, mascote da 7up por aquelas bandas. O meu exemplar sinceramente já não me recordo onde foi comprado, nem quanto custou, mas calculo que tenha vindo da Cash Converters de Alfragide.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

O jogo remete-nos para a McDonaldland, um mundo fantasioso de onde fazem parte muitas personagens que conhecemos dos happy meals da década de 90. Podendo jogar com uma dupla de jovens rapazes que me parecem o Mick e Mack do Global Gladiators, teremos de procurar um saco mágico do Ronald McDonald, que tinha sido roubado pelo Hamburglar. Não, eu não conheço estes nomes, fui pesquisar à internet.

Antes de começar a aventura, podemos escolher o grau de dificuldade.
Antes de começar a aventura, podemos escolher o grau de dificuldade.

Tal como o M.C. Kids, as mecânicas deste jogo são um pouco peculiares. É um platformer, mas a única maneira que temos de atacar os inimigos é pegar numa caixa e atirar-lhes com ela em cima. Como jogo de plataformas em si, acaba por ser um pouco exigente, porque os saltos não são lá muito fluídos. Para saltar mais alto, temos de carregar para baixo e posteriormente no botão de salto, mas isso impede-nos de controlar o salto desde o início, o que se torna algo chato. Mais valia ter as boas velhas mecânicas de inércia do Super Mario Brothers.

Sim, a troco de Big Macs
Sim, a troco de Big Macs

No que diz respeito aos audiovisuais não tenho muito a apontar, são ambos competentes. É mesmo a jogabilidade que se sobressai aqui, nem sempre pelas melhores razões. Mas também não me pareceu ser um jogo tão mau que mereça um vídeo de rant do AVGN (versão NES).

Kirby’s Dream Land (Nintendo Gameboy)

KirbyVamos lá a mais uma rapidinha para fazer render as minhas férias e compensar os dias em que vou estar fora e sem poder actualizar aqui o blog. E posso desde já dizer que nunca fui o maior fã de Kirby. De todas aquelas franchises mais “importantes” que a Nintendo possui no seu catálogo, a de Kirby sempre foi a que menos interesse me causou. Não que sejam maus jogos, mas é tudo bastante cor de rosa e cutxi-cutxi para o meu gosto. Este Kirby’s Dream Land é o primeiro jogo dessa franchise, tendo saido originalmente para a Game Boy algures durante o ano de 1992. Este meu exemplar veio da Cash Converters de Alfragide há uns meses atrás, custou-me cerca de 2€.

Apenas cartucho. Mais um da edição "Francisco" que por cá tenho.
Apenas cartucho. Mais um da edição “Francisco” que por cá tenho.

Kirby é um ser estranho, cor-de-rosa, com a habilidade de engolir os seus inimigos. Mais tarde ganhou também o poder de herdar as habilidades dos inimigos que engole, o que acaba por expandir muito mais as possibilidades de diferentes mecânicas de jogo, mas neste primeira obra ainda não fazemos isso. E o vilão de Kirby é o King DeDeDe, que tenta sempre tramar os habitantes de Dream Land.

Gostava de saber que mal é que esta árvore fez para ser sempre mal tratada pelo Kirby
Gostava de saber que mal é que esta árvore fez para ser sempre mal tratada pelo Kirby

Na sua essência, este é um jogo de plataformas em 2D algo tradicional, mas também possui algumas nuances. Uma é precisamente as habilidades de Kirby, que lhe permitem comer itens ou inimigos, podendo usá-los depois como arma de arremesso ao cuspi-los. Ou podemos simplesmente digeri-los. Ao saltar, é possível também Kirby ingerir ar e com isso conseguir voar, enquanto mantiver a boca cheia de ar. Ao cuspi-lo causa também dano nos inimigos. Os níveis estão divididos em salas grandes, onde ao atravessar cada porta serve de checkpoint do jogo. No final de cada nível teremos então de enfrentar um boss, algo que no último nível os teremos de enfrentar novamente, um a seguir ao outro. Basicamente é isso. Temos power ups que restauram alguma da energia de Kirby, outros que fazem Kirby cuspir bolas de fogo (um em terra, outro a voar) ou mesmo um microfone que faz com que todos os inimigos no ecrã sejam derrotados. Chegando ao fim do jogo normal, poderemos experimentar o Extra mode, que é essencialmente o mesjo jogo, mas muito mais desafiante.

Ao engulir ar durante os saltos, podemos voar enquanto não cuspirmos o ar para fora
Ao engulir ar durante os saltos, podemos voar enquanto não cuspirmos o ar para fora

Graficamente é um jogo competente para uma Game Boy. As sprites e backgrounds são bem detalhados e o facto de ser tudo monocromático também oculta alguma de toda a “fofura” em demasia pela qual a série é bem conhecida. Até porque na própria capa da versão ocidental o Kirby ainda é branco. As músicas são igualmente alegres, bem como a HAL e a Nintendo nos habituaram. No fim de contas acho um jogo competente, embora aqui Kirby ainda pouco mais seja do que um Yoshi cor-de-rosa. Afinal Yoshi também podia comer e cuspir inimigos, e até quase que conseguia voar. O poder de Kirby ganhar as habilidades dos inimigos que consome é que demarca a série das demais e isso só mais tarde é que foi introduzido.

Nemesis (Nintendo Gameboy)

NemesisUltimamente tenho andado um nadinha mais afastado do blogue, confesso. Por entre compromissos profissionais e a azáfama da preparação da Páscoa em família não tem sobrado muito tempo para outros lazeres. Mas eis que hoje vos trago mais uma rapidinha a um outro jogo não lá muito longo para a Nintendo Gameboy. Nemesis é um shmup da Konami com um logo muito familiar, pois na verdade este Nemesis é uma conversão/adaptação para Gameboy do primeiro Gradius, uma das mais famosas séries de shmups clássicos. Este meu exemplar foi comprado na cash converters de Alfragide há uns bons meses atrás, custando-me 2€.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

E apesar de ser uma versão muito minimalista de Gradius devido às limitações de hardware impostas pela Game Boy, a sua essência mantém-se, pois continuamos a controlar uma nave em scroll horizontal e com um sistema de power-ups bastante peculiar. Isto porque podemos armazenar uma série de diferentes power-ups e utilizá-los em simultâneo até ao final do nível ou perder uma vida. A única excepção a esta regra são os itens Double e Laser que na realidade são diferentes modos de disparo que não podem ser utilizados em conjunto. O primeiro dispara projécteis em mais que uma direcção, o segundo dispara raios laser que podem atingir mais que um objecto em cada rajada, pois atravessam-nos. Os outros power ups são coisas como aumento de velocidade, mísseis ar-terra que percorrem o solo até atingirem algum alvo, escudos ou as naves auxiliares que nos aumentam o poder de fogo. E sim, também temos umas bombas especiais que limpam todos os inimigos do ecrã.

Apesar do nome diferente, isto é na verdade uma adaptação do Gradius
Apesar do nome diferente, isto é na verdade uma adaptação do Gradius

De resto a jogabilidade continua excelente, com o jogo a presentear-nos com 5 níveis passados em diferentes locais, mas sempre com um boss gigante no final. Os gráficos possuem detalhe quanto baste e quanto a Gameboy também o permite, com backgrounds simples mas que também acabam por ser sacrificados quando surge um dos imponentes bosses, onde as únicas sprites presentes no ecrã são a de ambas as naves e os seus projéceis. As músicas são bastante agradáveis e, tal como a NES, a Gameboy possui uma qualidade própria de chiptune que sempre me agradou.

Os bosses quando aparecem deixa-se de ver os backgrounds, comportamento muito usual em jogos 8bit
Os bosses quando aparecem deixa-se de ver os backgrounds, comportamento muito usual em jogos 8bit

Nemesis, para todos os fãs de shmups, acaba por ser uma óptima proposta da Konami para a Gameboy. Apenas se têm de lembrar que é um jogo ainda algo das primeiras gerações e que a Gameboy mais tarde se viria a provar ser um sistema mais capaz tecnicamente.

Teenage Mutant Hero Turtles III: Radical Rescue (Nintendo Gameboy)

TMNT III Radical RescueA rapidinha de hoje mantém-se pelas consolas portáteis, desta vez mais uma incursão no mundo dos videojogos das tartarugas ninja que tantas alegrias nos deram quando éramos mais novos. Por acaso nunca tinha jogado os títulos da Game Boy, e este terceiro revelou-se uma óptima surpresa. O meu cartucho foi comprado há uns meses atrás por cerca de 2€ na Cash Converters de Alfragide.

Teenage Mutant Hero Turtles III Radical Rescue - Nintendo Gameboy
Apenas cartucho

Os dois primeiros títulos para a Gameboy eram sidescrollers que se assemelhavam ao primeiro jogo da série para a NES, nada a ver com os beat ‘em ups que a Konami começou por lançar para as arcades e que acabaram também por receber adaptações para as consolas domésticas da altura. Neste terceiro jogo surpreenderam-me bastante ao apresentar mais um sidescroller, mas desta vez fortemente inspirado pela série Metroid. E então como isso funciona? Vamos começar pela história: coisas acontecem e April, Splinter, Leonardo, Raphael e Donatello foram feitos prisioneiros de Shredder e os seus súbditos. A tartaruga que resta é o Michelangelo que tem a missão de salvar toda a gente. Michelangelo tem uma habilidade especial que lhe permite usar os nunchakus como hélices, tornando os seus saltos bem mais longos. Com essa habilidade pode chegar a um sítio e enfrentar o primeiro boss, que o recompensa com uma chave. Depois somos levados a explorar um pouco mais o mapa até que conseguimos abrir uma cela que alberga uma das outras tartarugas, que por sua vez possui uma outra habilidade especial que lhe permite alcançar outras zonas no mapa. E isto repete-se com todas as tartarugas e, com a possibilidade de alternar de tartaruga em tartaruga sempre que nos der jeito, está lançado o mote para mais um metroidvania.

Surpreendentemente, este jogo é um metroidvania bem competente
Surpreendentemente, este jogo é um metroidvania bem competente

Leonardo consegue quebrar alguns blocos ao rodopiar com as suas espadas, Raphael consegue encolher-se na sua carapaça e atravessar passagens demasiado estreitas para os outros e Donatello tem a habilidade de escalar paredes. De resto, a jogabilidade em si é bastante simples mas funcional, com um botão para atacar e um outro para saltar.

No que diz respeito aos audiovisuais é um jogo relativamente bem trabalhado, tendo em conta as limitações da plataforma. Há variedade nos visuais ao longo do mapa, com o mesmo a atravessar cavernas, florestas ou zonas mais high-tech ou industriais. As sprites também são bem detalhadas tendo em conta as circunstâncias e as músicas agradáveis. Pelo menos espero que gostem da música tema da série de animação televisiva, pois a irão ouvir aqui vezes sem conta.

O mapa do jogo, com vários locais de interesse marcados
O mapa do jogo, com vários locais de interesse marcados

No fim de contas para mim este foi um jogo que me agradou bastante. Primeiro pela surpresa de ser um metroidvania, depois por ter visto que foi um pequeno metroidvania mas bem implementado e com uma boa jogabilidade. Está aprovado!