Astérix and Obélix Take on Caesar (Nintendo Gameboy Color)

screenshotO artigo de hoje será mais uma rapidinha, pois é certamente a pior compra que eu alguma vez fiz. Comprei este jogo na Cash de S. Sebastião há poucos meses atrás, em conjunto com vários outros cartuchos de Gameboy Color e Advance por sensivelmente 3€ cada. A razão pela qual levei o jogo é porque sempre gostei dos videojogos do Astérix na era das consolas 8 e 16bit e como o cartucho tinha a forma de um cartucho da Gameboy normal (embora com a cor preta, o que significa que é um jogo de GBC retrocompatível com as primeiras a preto-e-branco), na altura pensei que fosse um jogo dessa era e como estava com pressa acabei por o levar. Mas eis que depois olho com mais atenção e vejo o símbolo da Cryo Interactive, seguido por uma alusão ao primeiro filme “live action” da dupla gaulesa. “What have I done??” perguntava-me eu, mas já era tarde demais.

Astérix and Obélix Take on Caesar - Nintendo Gameboy Color
Apenas cartucho

Ora tal como referi acima, supostamente este jogo baseia-se no primeiro filme do Asterix com actores reais, que eu sinceramente até tinha gostado de ver quando era mais novo (ai Laetitia Casta…), mas na verdade vai-se a ver e do filme apenas as sprites e uma ou outra foto digitalizada dos actores é que lá vão aparecendo. Tudo o resto parecem-me ser uma miscelânea de mini jogos mas tão maus, tão maus que nem sei como tiveram o descaramento de lançar isto para o mercado. Logo no primeiro vemos uma rixa entre o pessoal na vila, o bardo a “cantar” no seu poleiro. Lembram-se daquela secção do Earthworm Jim 2 onde temos de transportar uns cachorrinhos aos saltos num tambor de um lado para o outro? Aqui é mais ou menos a mesma coisa, mas em vez de cachorros temos os peixes que vão saindo disparados da luta entre os aldeões e apenas temos de os “guiar” até acertar com eles no bardo, com a dificuldade acrescida de termos de evitar as notas musicais que também vão caindo no ecrã.

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Logo no primeiro mini jogo já dá para perceber que vamos passar um mau bocado.

Os outros minijogos também podem ser coisas como variantes do “whac-a-mole” onde romanos vão surgindo alternadamente em posições fixas no ecrã e temos de lhes atirar com um menir, ou simplesmente distribuir um soco bem mandado na cara, um outro em que o Astérix desce um rio num tronco de uma árvore e temos de evitar os obstáculos que nos aparecem à frente ou mesmo um minijogo em que servimos de pombo correio entre os dois druidas, esquivando-nos de estalactites que vão caindo no ecrã. Mas para além dos minijogos serem chatos ainda têm maus controlos, com os movimentos a não serem muito precisos.

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Apenas seguindo o modo “história”, é que dá para saber ao certo o que é suposto fazer em cada mini jogo.

Graficamente é um jogo bastante simples, e as músicas também não me cativaram nada. É uma pena, tendo em conta o bom histórico que os jogos do Asterix tiveram nas plataformas 8 e de 16bit, terem tido esta nódoa tão grande. É que mesmo as versões PC e Playstation, embora graficamente muito superiores, também giram à volta deste conceito de mini-jogos chatos, o que é mesmo muito decepcionante. Não é um jogo que recomende por nada deste mundo, a menos que tenham prazer em coleccionar jogos muito maus.

Pokémon Gold (Nintendo Gameboy Color)

Pokemon GoldQue os primeiros jogos Pokémon foram um sucesso tremendo é inegável. Sendo assim, depois de a Nintendo ter lançado em todo o mundo o Pokémon Yellow, uma espécie de “remake” de Green/Red/Blue mas com mais bases na série anime, uma verdadeira sequela não demoraria muito a ser lançada. E este Pokémon Gold, lançado em conjunto com o “irmão” Silver representava uma nova geração dos bichinhos mais lucrativos dos videojogos, com mais 100 para apanhar e uma região inteiramente nova para explorar. Esta minha cópia foi adquirida há uns meses atrás na Porto Alternativo da Maia por 5€. Edit: Recentemente arranjei uma versão em caixa num bundle grande que comprei.

Jogo em caixa

Mais uma vez encarnamos num jovem treinador de Pokémon onde temos como missão inicial do Professor Oak partir à aventura e descobrir todos os Pokémons existentes, dando-nos à escolha um de 3 pokémons (erva, fogo ou água) para os primeiros passos. O resto do jogo coloca-nos a explorar a nova região de Johto, batalhando outros treinadores, encontrando pokémons selvagens pelo caminho, derrotar os líderes de 8 ginásios e pelo meio ainda destruir uma certa organização de vilões. A fórmula mantém-se essencialmente a mesma portanto e ainda bem, já que o jogo vendeu que nem cerveja num festival de verão. No entanto há também uma série de interessantes novidades.

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Mais uma vez apenas podemos escolher um de 3 diferentes Pokémons para começar o jogo. E são únicos, não aparecendo em mais lugar nenhum.

Podemos começar pelo facto de os Pokémons poderem agora segurar alguns items como berries (pequenos frutos que podem ser apanhados em algumas árvores) que podem ser utilizados a qualquer altura nas batalhas. Ou o facto de agora haver distinção entre Pokémons macho e fêmeas e ser possível fazer criação dos bichinhos. Mas para mim a mudança mais óbvia foi claro o ciclo de noite/dia que usa o relógio da consola. Certos Pokémon aparecem apenas em algumas alturas do dia, para além de aparecerem apenas em algumas regiões. Outra mudança muito benvinda para mim foi a introdução da Poké Gear. Esse aparelho tem várias funções como servir para fazer (ou receber) chamadas de outros NPCs que tanto nos podem convidar para batalhar novamente com eles ou avisar que se cruzaram com algum pokémon raro. Isto porque os Lendários desta geração atravessam várias posições do mapa, não ficam sempre nos mesmos locais. Ah, e temos também os Pokémon Shiny que sinceramente a mim não me dizem nada mas há sempre quem os tente coleccionar.

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Com a hipótese de criar Pokémons, existem também agora Pokémons bébés.

Existem também novos movimentos para cada Pokémon, mesmo os das gerações anteriores. O facto de existirem 2 versões do essencialmente mesmo jogo significa que mais uma vez precisaremos de trocar com amigos vários Pokémons que não aparecem nas outras versões do jogo, havendo inclusivamente alguns Pokémons que apenas evoluem quando trocados. É também possível trocar com jogadores de Red, Blue e Yellow, mas devido a haver novos movimentos, teremos de nos certificar que trocamos Pokémons com um conjunto de movimentos que seja compatível com as versões antigas. Outra coisa que gostei bastante é o facto de não nos limitarmos a explorar Johto. Depois do “final” do jogo podemos ainda explorar toda a região de Kanto do jogo anterior, batalhando os seus Gym leaders e descobrir mais segredos. Isto sim, eu achei mesmo muito bom quando joguei Gold pela primeira vez.

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O sistema de batalhas mantém-se inalterado, e sinceramente nem senti a falta de mudança

Graficamente não há grandes mudanças assim do jogo anterior. Apesar de ter sido desenvolvido com a Gameboy Color em mente, estes dois jogos são também retrocompatíveis com as Gameboys clássicas a preto e branco, notando-se na engine que acaba por ser bastante similar. Ainda assim, ver o jogo inteiramente a cores acaba por ser bem melhor do que o suporte ao Super Gameboy dos primeiros jogos que já nos deixavam com uma paleta de cores limitada. As músicas também são boas, assim como os efeitos sonoros, mas lá está, nada de muito novo ou diferente dos jogos anteriores, o que também não me deixa com razões de queixa.

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Também é possível jogar-se este Pokémon na Gameboy original, talvez um dos últimos lançamentos ainda com suporte para essas consolas

Apesar de ter vários Pokémons ainda na minha lista de espera para jogar (practicamente todos os de DS e seguintes) e hoje em dia eu não ser um grande seguidor da série, apanhei o Pokémon Gold na altura em que o mesmo saiu graças ao fantástico mundo da emulação e perdi imensas horas com o jogo. É muito possivelmente o meu preferido de todos os que joguei até agora embora acabe por recomendar o Crystal devido ao conteúdo extra que acaba por trazer. Mas isso poderá ficar para um outro artigo.

Monster’s Inc (Nintendo Gameboy Color)

Monsters Inc - GBCVamos lá para mais um artigo super curto, pois é sobre um jogo que sinceramente não me diz muito, mas como “a cavalo dado não se olha o dente”, cá vai. Monster’s Inc é um filme da Pixar que por acaso nunca cheguei a ver mas como seria de esperar, uma adaptação para o mundo dos videojogos seria inevitável. Por essas alturas a GBC ainda era uma portátil importante pelo que também acabou por receber uma adaptação do filme. E como também seria de esperar, o género escolhido acabou por se ficar no platforming. Tal como referi atrás, este jogo foi-me oferecido por um particular, já há uma data de anos atrás.

Monster's Inc - Nintendo Gameboy Color
Jogo, apenas cartucho e mal tratado

Ora como não vi o filme, não posso precisar a 100%, mas suponho que o jogo tente seguir a história e os acontecimentos do filme. Controlamos tanto o monstro grandalhão azul, como  seu companheiro, o olho gigante de verde, sendo que ambos têm habilidades diferentes. O azul, apesar do seu tamanho, não consegue atacar inimigos, pelo que deveremos evitar ao máximo o seu contacto directo contra tudo o que mexa. No entanto consegue arrastar objectos, partir algumas paredes finas, ou assustar criancinhas, o que é até pedido logo nos primeiros níveis. Já o baixinho consegue dar duplos saltos e agachar-se para passar por zonas mais estreitas, bem como atacar os inimigos. Para isso devemos coleccionar uma série de latas que vamos ver ao longo dos níveis, que por um lado tanto servem de medidor de vida que nem o Croc, por outro conseguimos ganhar vidas extra se cleccionarmos bastantes. Mas também servem de arma de arremesso, sendo essa a única forma de atacar os inimigos, pelo menos até onde eu joguei. Alguns dos níveis são obrigatoriamente jogados com uma ou outra personagem, mas a partir de certo ponto podemos alternar livremente entre ambos para dar uso das suas habilidades.

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Nos primeiros níveis, o objectivo é atravessar quartos de criança cheios de obstáculos e assustá-las no final

No campo do audiovisual, este é um jogo até bem competente. Os gráficos são bastante coloridos, com sprites detalhadas e o pixel art das “cutscenes” até que está muito bem conseguido para uma Gameboy Color. As músicas por sua vez também são bastante agradáveis. Mas enquanto que a nível técnico este Monster’s Inc até acabou por me surpreender pela positiva, as suas mecânicas de jogo não me agradam muito, acabando por tornar este jogo num platformer bastante mediano.

Tom and Jerry in Mouse Attacks (Nintendo Gameboy Color)

Tom and JerryO artigo de hoje é mais uma rapidinha a um jogo de Gameboy Color que veio cá parar após me ter sido oferecido por um particular há uma data de anos. De outra forma não seria um jogo que eu compraria, apesar de o mesmo nem ser assim tão mau de todo. Apesar de sempre ter gostado dos desenhos animados, e provavelmente depois de escrever este artigo até vou ver alguns só mesmo para matar saudades, este não foi um jogo que me tenha cativado por aí além.

Tom and Jerry in Mouse Attacks  - Nintendo Gameboy Color
Jogo, apenas cartucho

Neste jogo apenas jogamos com o intrépido Jerry, sempre com o objectivo de salvar outros bichinhos que sejam prisioneiros do gato Tom, ao longo de diversos níveis bem distintos entre si, e com as mecânicas de um jogo de plataformas. No entanto, não podemos atacar os inimigos normalmente, pelo que teremos de andar constantemente a evitá-los. Em cada nível temos diferentes items coleccionáveis, enquanto que no primeiro são notas musicais, no segundo já são bolotas. Apanhar estes items é imprescindível, pois os mesmos dão acesso a umas portas em que depois teremos de vencer num minijogo para ganhar alguns itens especiais que serão absolutamente necessários para vencer o nível. Coisas como bombas que podem destruir alguns obstáculos, molas que nos permitem saltar mais alto, ou um guarda-chuva que nos deixa descer suavemente depois de um salto. Cada item destes que vamos desbloqueando apenas lhes temos 3 usos, pelo que os deveremos utilizar nos sítios certos.

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Por vezes temos a oportunidade de ver algum artwork que infelizmente não me parece que tenha muito a ver com os desenhos clássicos

Por outro lado, os mini jogos tanto podem ser coisas chatas como sliding puzzles cronometrados, uma versão do “whac-a-mole” mas para acertar com tartes em gatos, ou outras corridas de obstáculos que nunca são lá muito difíceis. Mas também este é um jog indicado para os mais novos. No final de cada um dos cinco níveis temos sempre uma luta contra um boss que também não são muito difíceis, basta apenas descobrir qual o padrão certo para lhes provocar dano, já que não os conseguimos atacar directamente.

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Tal como a imagem anterior deixou prever, cada nível é passado numa diferente divisão da casa

Nos audiovisuais este jogo até que me surpreendeu bastante. Os cenários são bastante coloridos e bem detalhados para uma Gameboy Color, e o mesmo pode ser dito das sprites de Jerry ou dos bosses mais grandinhos. As músicas também são tecnicamente muito interessantes, com boas linhas de baixo e alguns efeitos que me surpreenderam, como os assobios. Mas como um todo, não posso dizer que as melodias me agradem assim muito, é uma questão de gostos, lá está. Mas não deixaram de ser impressionantes pela “qualidade de som”, se é que me faço entender.

No fim de contas, apesar de este Tom and Jerry até ser um jogo bem sólido no panorama mais técnico, como jogo de plataformas/acção deixa um pouco a desejar, até pela sua curta duração. Sem dúvida um jogo voltado para os mais pequenos, mas que hoje em dia eles acabam por preferir ir jogar no tablet dos pais.

Croc (Nintendo Gameboy Color)

CrocMais uma rapidinha de Gameboy, para mais um dos poucos jogos completos que tenho da plataforma. Croc foi mais uma das séries de plataforma em 3D que surgiram na segunda metade da década de 90, após o sucesso de jogos como Mario 64 ou Crash Bandicoot. E como todos os jogos multiplataforma de relativo sucesso, uma versão portátil do mesmo acabou por ser desenvolvida para a Gameboy Color. Tal como o Halloween Racer já aqui referido, este jogo era da minha irmã, que entretanto mo trocou por uns livros que eu cá tinha.

Croc - Nintendo Gameboy Color
Jogo com caixa, manual e papelada.

Confesso que nunca fui um grande conhecedor da série, tendo jogado apenas durante alguns minutos o primeiro jogo para a Sega Saturn no qual este se baseia. Essencialmente a nossa personagem é um crocodilo que tinha sido abandonado à nascença, tendo depois sido encontrado pelas estranhas criaturas peludas chamadas Gobbos. Certo dia os Gobbos foram todos raptados pelo vilão Lord Dante e os seus minions invadiram a terra de Croc. O resto não será muito difícil de adivinhar, pois recairá em nós o papel de resgatar todos os Gobbos e derrotar Dante.

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Tal como em Super Mario World, temos um overworld que nos mostra os níveis já jogados

Os controlos são simples, existindo um botão para saltar e outro para atacar, nada mais seria preciso, mas infelizmente as mecânicas de saltos e velocidade não foram muito bem implementadas, pelo que controlar Croc poderá ser algo confuso de início. Ao longo dos níveis, para além de chegarmos do ponto A ao ponto B, se os quisermos completar a 100% teremos de salvar os 4 Gobbos existentes, bem como coleccionar as letras que formam a palavra BONUS e finalizar o tal nível de bónus que isso desbloqueia. Esse é o maior desafio deste jogo, pois à parte de alguns níveis com um platforming mais exigente, o resto do jogo não é lá muito difícil. Isto também porque podemos coleccionar vários cristais, tal como em Mario coleccionamos moedas e em Sonic, anéis. Enquanto tivermos cristais na nossa posse nunca perdemos uma vida ao sofrer dano, pois cada golpe que sofremos retira-nos entre 2 a 4 cristais e os níveis estão cheios deles para serem apanhados.

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O jogo até que é bem colorido, algo que nem todos os jogos de GBC se podem gabar

De resto este é o típico jogo de plataformas em 2D, com os cenários a irem desde florestas, zonas com neve, desertos ou mesmo um castelo gigante. Em alguns dos níveis podemos andar num mine cart, noutro esquiar, andar de tapete voador, ou mesmo os níveis subaquático onde podemos nadar livremente. Graficamente é um jogo bastante colorido, e a Gameboy Color safa-se bem. Não é tão caprichado como os Wario Lands por exemplo, mas safa-se bem. As músicas infelizmente são algo repetitivas, pois são usadas em bastantes níveis. Algumas até que são mais catchy, já outras nem tanto.

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E os níveis de bónus são sliding puzzles com um tempo limite. Yay. Nope.

Croc é um jogo de plataformas razoável para a Gameboy Color. Enquanto Shantae ou os Wario Lands levam a melhor, não posso dizer que este seja um mau jogo de todo. Custa um pouco a habituar aos controlos, mas de resto é um jogo competente e quem é apreciador de jogos de plataforma certamente irá encontrar algum divertimento aqui.