Indiana Jones and the Last Crusade (PC / Commodore Amiga)

Continuando pela minha demanda em jogar todas as aventuras gráficas desenvolvidas pela Lucasarts que me faltavam jogar, foi tempo de ir a este Indiana Jones and the Last Crusade: The Graphic Adventure, para não confundir o Action Game que acabou por sair também para vários sistemas, entre os quais as versões Mega Drive e Master System que já cá trouxe no passado. E ainda bem que este jogo nada tem a ver com o que a U.S. Gold publicou, pois este é de longe um lançamento largamente superior, para além de potencialmente ter sido a melhor adaptação de um filme que alguma vez havia sido lançada até à época. No que diz respeito a edições físicas, no PC tenho a versão que foi disponibilizada na compilação neerlandesa Tien Adventures, que já cá trouxe no passado quando escrevi sobre jogos como o Maniac Mansion ou o Zak McKraken. Para além disso, tenho também uma versão para o Commodore Amiga, um relançamento budget sobre a alçada da Kixx, que mesmo assim ainda traz algum conteúdo adicional. Também possuo a versão digital do Gog, que por comodidade foi a versão que acabei por jogar, pelo que esta será o principal foco deste artigo.

Compilação da Lucasarts exclusiva do mercado holandês contendo a jewel case e dois CDs com jogos.

Por esta altura, quase toda a gente já deve ter visto o filme em que este jogo se baseia (e, caso contrário, ainda vão bem a tempo de corrigir essa grave lacuna). Por isso, não me vou alongar demasiado na sinopse. No jogo, controlamos o intrépido Indiana Jones na sua busca pelo Santo Graal, uma jornada que o leva a explorar os mais variados locais enquanto compete com o exército nazi pelo mesmo objectivo – sem esquecer outras forças que farão de tudo para impedir o seu sucesso. A adaptação para o jogo mantém-se bastante fiel ao filme, embora omita algumas sequências mais focadas na acção e tome certas liberdades criativas noutros momentos. Ainda assim, a narrativa aqui apresentada está bem mais próxima do material original do que em qualquer outro videojogo lançado até então.

Versão Commodore Amiga num relançamento Kixx, que surpreendentemente até traz alguma papelada.

No que diz respeito às mecânicas de jogo, quem já tiver jogado Maniac Mansion ou Zak McKracken saberá, à partida, o que esperar. Esta é uma aventura gráfica do estilo point and click, onde, na parte inferior do ecrã, encontramos uma série de verbos que devem ser seleccionados antes de clicar num objecto ou parte do cenário. Por exemplo, ao clicar em “open” e depois numa porta, esta abrir-se-á. Verbos como “walk“, “look“, “pick up” ou o já referido “open” serão usados com frequência, enquanto outros terão aplicações mais específicas. Tal como noutros jogos do género, teremos de explorar bem os cenários, coleccionar objectos e resolver puzzles para avançar. Uma das surpresas mais positivas é a existência de múltiplas formas de resolver certos desafios e progredir no jogo. Um exemplo claro disso surge quando temos de explorar um quartel nazi para resgatar Henry Jones, pai de Indy. Invariavelmente, acabaremos por ser capturados e interrogados pelo comandante, que exige o diário de Henry, onde consta toda a sua investigação sobre o Graal. Se o entregarmos, tal como no filme, teremos de viajar até Berlim para recuperá-lo, culminando num encontro fortuito com o próprio Führer, uma das cenas mais icónicas do filme. No entanto, se tivermos um diário falso connosco e o entregarmos em vez do verdadeiro, podemos evitar essa viagem e avançar directamente para o aeroporto. Mesmo aí, existem duas formas de fuga: podemos embarcar num zeppelin (como no filme) ou, caso tenhamos apanhado um certo item bem antes, roubar uma avioneta – o que introduz um puzzle adicional para conseguir descolar, obrigando-nos a seguir uma série de instruções à risca.

Há vários puzzles cuja solução é diferente em cada partida, obrigando-nos a estar atentos a outras pistas.

Infelizmente, o jogo tem também alguns segmentos de acção que não resultam tão bem. O jogo começa com Indiana Jones a regressar à universidade depois de recuperar a Cruz de Coronado. Antes de entrar no seu gabinete, passamos pelo ginásio do campus, onde nos oferecem a oportunidade de praticar boxe. Recomendo vivamente que o façam, pois em vários momentos, particularmente no castelo de Brunwald, teremos de lutar várias vezes. O sistema de combate utiliza o teclado numérico: os botões 8, 5 e 2 bloqueiam golpes altos, médios e baixos; os botões 9, 6 e 3 desferem socos nessas mesmas alturas; e os botões 1, 4 e 7 permitem recuar para evitar ataques inimigos. Se Indy estiver virado para a esquerda, os controlos invertem-se. Não é um sistema particularmente intuitivo, mas, sempre que possível, o combate pode ser evitado através do diálogo ou de subornos. Ambas as opções requerem tentativa e erro, e há situações onde a luta é inevitável. Como existem poucas oportunidades para recuperar vida, os combates, além de pouco elegantes, devem ser evitados ao máximo e manter vários saves é altamente recomendável. Quando tentamos escapar do zeppelin, somos perseguidos por soldados, o que leva a outro confronto inevitável caso sejamos apanhados. Já o segmento da avioneta é ligeiramente menos frustrante, mas ainda assim problemático: temos de evitar o fogo inimigo (mais uma vez usando o teclado numérico) enquanto nos mantemos minimamente estáticos para que Henry possa abater os aviões nazis. Novamente, o jogo oferece alguma liberdade na forma como a sequência se desenrola. Quanto mais aviões conseguirmos destruir, mais longe conseguimos viajar antes de sermos forçados a continuar por terra. Isso leva-nos a uma série de checkpoints militares, onde podemos tentar convencer os guardas a deixar-nos passar ou, caso contrário, teremos de lutar. Mas há também uma solução alternativa: se tivermos conseguido um passe assinado pelo próprio Hitler, podemos simplesmente atravessar todos os checkpoints sem qualquer resistência.

Por outro lado, também podem haver distintas formas de ultrapassar certas situações. Como arranjar bilhetes para uma viagem de zeppelin é um desses casos

No que toca aos audiovisuais, o lançamento original de 1989 para DOS apresenta gráficos em EGA, com baixa resolução e uma paleta de cores limitada. Em 1990, surgiram duas versões melhoradas: uma para o computador nipónico FM-Towns e um relançamento para MS-DOS, ambas com gráficos em VGA, muito mais ricos em cor, embora ocasionalmente possam perder nalgum detalhe. Tal como aconteceu com Zak McKracken, a versão FM-Towns inclui uma banda sonora em formato CD Audio, algo ausente na reedição para DOS. Foi esta última versão que joguei e, embora tenha algumas músicas ocasionais, estas resumem-se a pequenas melodias. A versão Amiga parece-me ligeiramente superior à EGA original, tanto a nível visual como sonoro. Independentemente da versão escolhida, há um elemento comum a todas: o humor, que não só era uma marca registada dos filmes, como também se tornou uma constante nas aventuras gráficas da LucasArts. Alguns diálogos com os soldados nazis para evitar confrontos são genuinamente hilariantes, e há pequenos momentos igualmente divertidos ao longo do jogo. Por exemplo, foi delicioso ler todas as descrições dos corredores da biblioteca de Veneza!

Visualmente o jogo é muito bom e está repleto de momentos de bom humor

Portanto este Indiana Jones foi um jogo que me agradou bastante pela maneira como o mesmo se aproximou do filme. Alguns dos puzzles foram bastante óbvios para quem se lembra do filme, embora ainda assim a Lucasarts tenha surpreendido ao incluir toda uma série de alternativas. O que é menos bom aqui no entanto são os segmentos de acção, mesmo que, felizmente, muitos deles possam ser evitados com uma estratégia de tentativa-erro. Existem também alguns cenários de beco sem saída a ter em consideração, embora num número consideravelmente inferior aos lançamentos anteriores, o que também é um progresso positivo. Segue-se o Loom, que planeio jogar algures durante o próximo mês.

Cadaver (Commodore Amiga)

Vamos voltar ao Commodore Amiga para um jogo que já há muito me despertava a curiosidade: Cadaver, do estúdio britânico The Bitmap Brothers. Isto porque é um jogo de exploração isométrico e com elementos de RPG, baseado num mundo medieval e com uma estética ligeiramente macabra, o que é sempre um ponto positivo para mim. No entanto, como irei detalhar mais à frente, não envelheceu lá muito bem e beneficiaria de um esquema de controlo melhor. O meu exemplar veio de uma loja britânica algures em Setembro do ano passado por menos de 5 libras.

Jogo com caixa e manual

A história leva-nos a controlar um anão mercenário chamado Karadoc e que estava à procura de novas aventuras para fazer um bom dinheiro. E tal leva-o a explorar um longínquo castelo abandonado, habitado por um poderoso necromancer e toda uma série de estranhas criaturas. O jogo está dividido em 5 níveis e à medida que os vamos explorando e particularmente ler todos os documentos que teremos acesso iremos também entender melhor o que lá se terá passado até ao feiticeiro Dianos ter tomado o poder.

Sempre que nos aproximamos de um objecto, o seu nome aparece no canto inferior direito. À esquerda temos uma série de ícones que representam as acções que podemos ter perante esse mesmo objecto

Este Cadaver é então um jogo de aventura onde teremos de explorar um grande castelo com dezenas de salas e resolver uma série de puzzles para progredir no jogo. Desde tarefas simples como procurar chaves para abrir certas portas ou destrancar baús do tesouro, pressionar alavancas, interruptores ou procurar e utilizar uma série de objectos em diferentes contextos. Muitas salas têm também alguns inimigos que poderemos ou teremos mesmo de derrotar. Os puzzles em si vão ficando cada vez mais complexos, pelo que acabei mesmo por ter de consultar um guia para conseguir finalizar o jogo. Isto porque, por exemplo, para gravar o nosso progresso no jogo somos obrigados a ter uma quantia cada vez maior de dinheiro. E em como muitos jogos de aventura dessa época temos também de ter cuidado com armadilhas e venenos, muitas vezes ao abrir baús de tesouro ou mesmo a manusear certos objectos. É por isso que ao explorar iremos ter acesso a diferentes armas, poções e feitiços que nos podem restaurar vida, dar-nos mais velocidade, força ou a capacidade de saltar mais alto de forma temporária, feitiços de dispel ou curar veneno, entre muitos outros, alguns nocivos para nós.

Com um item em destaque no canto inferior esquerdo, significa que o temos equipado na mão. Ao pressionar o botão de acção, não sendo esse item uma arma, significa que iremos atirar a chave

Toda esta premissa é bastante interessante (excepto a parte de os saves custarem cada vez mais dinheiro), mas o problema está mesmo nos controlos. Tradicionalmente os jogos de acção do Amiga, Atari ST e muitos outros microcomputadores das décadas de 80 e 90 quando jogados num joystick apenas requerem um botão de acção, é por essa razão que muitos jogos obrigam-nos a usar o direccional de cima para saltar, em vez de um botão facial dedicado, como na maioria dos jogos de consolas. O caso deste Cadaver já é um jogo complexo que nos obrigará tanto a usar um joystick em conjunto com o teclado do próprio computador para uma série de acções adicionais. Começando pelo movimento, temos logo um obstáculo. É que o jogo é todo apresentado numa perspectiva isométrica e pressionar o direccional em qualquer uma das direcções faz com que nos movamos nas diagonais do ecrã. Isto porque os botões cima, baixo, direita e esquerda correspondem ao norte, sul, este e oeste respectivamente, que por sua vez correspondem aos cantos superior direito, inferior esquerdo, superior esquerdo e inferior direito. A tecla F4 permite-nos alternar o método de controlo de 8 para 4 direcções, o que também pode ser vantajoso, mas não existe nenhuma tecla para alterar a orientação do movimento em si. Felizmente este não é um jogo com tanto desafio de platforming como um Landstalker, mas ocasionalmente temos de o fazer, bem como teremos de nos posicionar estrategicamente para resolver alguns puzzles, pelo que estes controlos de movimento não são de todos os melhores.

Temos um inventário algo generoso, mas rapidamente começa também a ficar cheio de tralha

Para além do movimento, a complexidade deste jogo continua nos restantes controlos. Sempre que nos aproximamos de um item que pode ser interagido surge, no canto inferior do ecrã, um menuzinho com ícones que correspondem às variadas acções que poderemos fazer em relação a esse objecto. Acções como examinar, guardar, largar, ler, equipar, são apenas algumas das opções disponíveis. Se o objecto for uma poção mágica ou comida temos também a opção de beber ou comer, caso seja uma alavanca ou um interruptor surge também um ícone próprio para interagir, caso seja um baú podemos também abrir ou fechar, entre outras acções. As teclas enter e espaço servem para interagir com o inventário e de resto, o botão de acção do joystick pode servir tanto para saltar, como para atacar ou simplesmente atirar algum objecto que tenhamos na mão. Como assim, um botão dá para tantas coisas? Vamos por partes. Se não tivermos nenhum item equipado nas mãos, o botão de acção do joystick serve para saltar. Dependendo do item que tivermos equipado nas mãos, iremos usá-lo para ataque ou simplesmente atirá-lo. No que diz respeito ao ataque, não temos a hipótese de equipar uma arma propriamente dita, mas sim toda uma série de objectos “atiráveis” como pedras ou shurikens, pergaminhos com feitiços mágicos ou varinhas mágicas “descartáveis” que disparam projécteis mágicos, tudo isto com um número de utilizações limitado. No entanto, se tivermos um item que não uma arma ou feitiço na mão e pressionarmos o botão de acção, o item será atirado, podendo inclusivamente partir itens preciosos como poções. Felizmente há uma tecla de atalho (H) para activar/desactivar o objecto que esteja actualmente equipado e assim permitir-nos saltar em segurança. Outras teclas como as S e L servem para gravar/carregar o progresso no jogo, F1 para abrir/fechar o mapa, F2 e F3 servem para alterar a forma como surge no ecrã a informação dos itens e as acções disponíveis para sua interacção.

Pressionar F1 dá-nos acesso a um mapa, mas que não é lá tão útil quanto isso.

No que diz respeito aos audiovisuais confesso que esperava algo um pouco melhor. Isto porque músicas só no início do jogo, na sua introdução e ecrã título. Toda a restante aventura é acompanhada com efeitos sonoros e ocasionalmente algum pequeno jingle sempre que façamos alguma coisa relevante. A nível visual as coisas já são mais interessantes pois este é um jogo bem colorido e detalhado, ocasionalmente com alguns cenários algo macabros, como eu muito gosto. E foi precisamente os seus gráficos o maior chamariz que me levou a experimentar este jogo! Mas sim, ainda haveria ali muita margem para melhorar!

Portanto este Cadaver é um jogo interessante, mas bastante complexo e frustrante com os seus controlos. O facto de nos pedirem cada vez mais dinheiro à medida que tentarmos gravar o progresso no jogo também piora as coisas, pois os maus controlos vão-nos levar a falhar muitas vezes. E tendo em conta que os puzzles são cada vez mais complexos e os níveis mais labirínticos, dava mesmo jeito poder gravar o progresso várias vezes (e em slots distintos) caso façamos asneira. Para além desta versão Amiga, o Cadaver foi também lançado para Atari ST e DOS, que tudo indicam terem mecânicas de jogo similares. Aparentemente chegou a ser planeada uma versão para a Mega Drive que nunca se concretizou o que é pena, pois seguramente teriam de modificar algumas mecânicas dos controlos, o que potencialmente o deixaria um jogo melhor. Só o facto de haver um botão para saltar, outro para interagir com objectos e potencialmente outro para atacar já seria uma grande ajuda!

Alien Breed Special Edition 92 (Commodore Amiga)

Vamos voltar ao Commodore Amiga para mais um clássico. Lançado originalmente em 1991 pela Team 17 (que viria mais tarde a fundar a série Worms), Alien Breed era um shooter com uma perspectiva vista de cima e inúmeras influências retiradas dos filmes Alien, tal como a forma dos aliens que vamos defrontando inicialmente como dos próprios facehuggers que são iguais aos dos filmes. Nem sei como a 20th Century Studios não os processou! Entretanto no ano seguinte a Team 17 lança esta “Special Edition 92”, um lançamento budget que é na verdade uma espécie de expansão do primeiro jogo, incluindo no entanto mais níveis (12) que os seis do lançamento original. O meu exemplar veio do Reino Unido, trazido por um amigo meu algures no passado mês de Setembro e nem chegou a 4 libras.

Jogo com caixa, disquetes e manual

A história leva-nos ao longínquo ano de 2191, onde a humanidade evoluiu imenso na exploração do espaço. Nós controlamos um (ou dois caso joguemos em multiplayer) soldados que recebem a missão de investigar uma estação espacial que há muito deixou de transmitir qualquer informação ou sinais de vida. E de facto quando lá chegamos encontramos a base completamente invadida por extraterrestres super agressivos, pelo que em vez de salvar o que quer que seja, a nossa missão irá passar por ameaçar a ameaça extraterrestre e acabar por a destruir por completo. Toda esta exploração será feita ao longo de 12 andares, cada um o seu próprio nível e onde poderemos ter objectivos diferentes, seja o de destruir uma série de objectivos ou simplesmente o de sobreviver e encontrar a passagem para o nível seguinte.

Publicidades a outros jogos da Team 17? Sim vamos ver alguma

A jogabilidade é simples, com os controlos principais a levarem-nos a usar o joystick para movimentar a personagem e o seu botão de acção a disparar a arma que tenhamos equipada no momento. Existem no entanto algumas teclas de “suporte” que necessitamos de usar no teclado, como é o caso da tecla de espaço para interagir com terminais, a tecla M para activar/desactivar mapa caso o tenhamos comprado ou a tecla ALT para alternar a arma equipada. Para além das influências notórias dos filmes Alien, eu diria que o jogo tem também uma forte influência de títulos como o Gauntlet. Isto porque todos os níveis são bastante labirínticos, os aliens não param de fazer respawn, embora não ataquem em números tão elevados quanto no Gauntlet, e teremos também de encontrar múltiplas chaves que servirão para abrir as inúmeras portas que iremos atravessar.

Quaisquer semelhanças com os xenomorfos mais conhecidos do cinema não são mera coincidência

Explorar os níveis com cuidado é então obrigatório e poderemos também encontrar inúmeros itens, como as já faladas chaves, munições, itens regenerativos, vidas extra ou dinheiro. Ocasionalmente poderemos encontrar uma série de terminais que nos ligam ao sistema Intex, onde para além de podermos consultar informações úteis como os objectivos do nível actual e o seu mapa, temos também uma autêntica loja onde poderemos gastar o dinheiro que vamos amealhando ao explorar os níveis. Este pode então ser usado para comprar novas armas ou outras utilidades como conjuntos de chaves, vidas extra ou mapas portáteis. A versão original do Alien Breed ainda nos permitia jogar um clone de Pong, mas essa funcionalidade foi aqui retirada desta versão. De resto convém também mencionar que é um jogo bem desafiante, precisamente pelo facto de os inimigos estarem constantemente a renascer, o jogo ter os seus momentos sádicos com armadilhas como vidas extra falsas e claro, a natureza labiríntica dos níveis. É que muitas vezes depois de cumprirmos o objectivo do nível é activada uma sequência de auto destruição, onde teremos de navegar novamente pelo labirinto com poucos segundos para chegar à sua saída.

Ao explorar os níveis iremos encontrar diversos itens

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo interessante apesar de não ter uma grande variedade de cenários, pois o jogo passa-se inteiramente a bordo de uma gigante estação espacial. Ainda assim, a acção está constantemente acompanhada de efeitos sonoros atmosféricos no lugar de música, o que acaba por contribuir bem para o clima tenso. Temos alguns clipes de voz digitalizada com bastante qualidade e ouvir constantemente uma voz a avisar “destruction imminent” enquanto desesperadamente procuramos a saída do nível acaba por resultar muito bem. As músicas apenas existem em certos momentos como no ecrã título ou transições entre níveis e apesar de serem poucas em número são bastante agradáveis e bem conseguidas. O Alien Breed original possuía ainda uma disquete extra só para animações e cutscenes especiais, mas tal infelizmente não foi incluído nesta edição, até porque foi um lançamento barato e tal é até admitido nos créditos finais pela própria Team 17.

O dinheiro que juntamos pode ser usado para comprar novas armas ou outras utilidades

Portanto o Alien Breed é de facto um interessante jogo de acção para os sistemas Amiga e é fácil entender o porquê de ter tido bastante sucesso nos anos 90. Apesar de desafiante e por vezes frustrante, não deixa de ser um óptimo jogo de acção e a Team 17 conseguiu produzir inúmeras sequelas ao longo dos anos, incluindo autênticas maravilhas tecnológicas como eram os Alien Breed 3D, pois os Commodore Amiga nunca foram sistemas com hardware apropriado para videojogos poligonais. Anos mais tarde a Team 17 lançou também um reboot em 2009, trazendo a série para a modernidade, embora a recepção dos fãs e crítica já não tenha sido a melhor. Tenho essa “nova” trilogia algures na minha conta GOG para jogar um dia.

The Duel: Test Drive II (Commodore Amiga)

Vamos voltar às rapidinhas para um jogo que me traz boas memórias pois joguei-o muito em criança, no entanto foi a versão DOS no meu velhinho Pentium, enquanto que a versão que cá trago hoje é a de Commodore Amiga. O meu exemplar foi-me trazido do Reino Unido por um amigo meu, algures no passado mês de Setembro e não me custou sequer 5€.

Jogo com caixa e manual, na sua versão budget

E este é então um interessante jogo de corridas que é por sua vez uma sequela do primeiro Test Drive, lançado originalmente em 1987 para uma série de computadores. Apesar de nunca ter jogado esse primeiro jogo, o seu propósito era simples: poderíamos escolher conduzir um de 5 carros desportivos por uma série de estradas perigosas, com trânsito em ambos os sentidos e ocasionalmente teríamos de escapar à polícia que nos perseguia por excesso de velocidade. Bom, nesse aspecto as coisas não mudam muito nesta sequela, a grande diferença é que temos agora um carro rival que compete connosco. Infelizmente no entanto apenas temos dois carros distintos que poderemos conduzir: um Porsche 959 ou um Ferrari F40. Os controlos são relativamente simples, com o joystick a permitir acelerar/travar bem como virar o carro. O botão de acção serve então para engatar mudanças e o teclado usa algumas teclas de atalho para certas acções secundárias como pausar o jogo ou activar/desactivar música ou efeitos sonoros.

Ao escolhermos que carro queremos controlar temos acesso a uma série de especificações e outras informações

Mas vamos analisar a jogabilidade um pouco mais a fundo: aqui dispomos de dois modos de jogo, um contra relógio (onde obviamente teremos de bater cada circuito dentro de um tempo limite) ou contra um rival, que irá utilizar o carro que nós não escolhermos. Depois lá poderemos escolher qual dos circuitos queremos competir, bem como o nível de dificuldade no geral, cuja escolha influencia o facto de usarmos mudanças automáticas ou não, assim como qual será a velocidade máxima do nosso carro, do rival, da polícia e o próprio trânsito também. Depois lá somos então largados na corrida propriamente dita onde o objectivo será o de vencer o tempo do relógio ou chegarmos ao final primeiro que o nosso rival. No entanto este jogo tem também um certo quê de simulador, pois teremos de ter atenção aos níveis de combustível bem como a temperatura do motor, particularmente para quem jogar com mudanças manuais, já para não falar dos excessos de velocidade que poderão ser punidos pela polícia, caso esta nos apanhe em excesso de velocidade, nos persiga e nos apanhe.

Naturalmente temos de ter em atenção ao trânsito existente na estrada, com cada percalço a custar-nos uma vida e vários segundos de penalização adicionais

Antes de nos aproximarmos de algum radar de polícia, existe no habitáculo do carro (canto superior esquerdo) uma espécie de alarme que nos avisa uns segundos antes da presença de um radar. Se conseguirmos abrandar o suficiente e de forma atempada até poderemos passar abaixo do limite de velocidade e a polícia não nos apanha. Caso contrário começam a perseguir-nos e aí o melhor é mesmo mandar prego a fundo! Claro que temos também de ter em conta os perigos da estrada, como outros condutores (incluindo em sentido contrário) bem como rochas, penhascos, túneis, entre outros. Sempre que batemos perdemos uma vida e alguns segundos de penalização que nos serão subtraídos ao nosso tempo total. Em relação ao combustível, é sempre boa ideia parar numa estação de gasolina sempre que passamos por uma (o canto superior direito dá-nos a informação da distância restante para a próxima), pois para além de nos permitir abastecer, serve também de checkpoint onde poderemos ver como estão os nossos tempos perante o rival, ou o tempo a bater no caso do contra relógio.

Parar numa bomba de gasolina é sempre recomendado, não só para abastecer o carro mas também para servir de checkpoint e termos uma noção de como estamos perante o nosso adversário

A nível audiovisual confesso que o jogo até é interessante para a sua época, lembrando que o lançamento original de 1987 já possuía gráficos muito similares. A versão DOS suportava no máximo gráficos com cores em EGA (apenas 16 cores em simultâneo) e efeitos de som em PC speaker, o que era obviamente horrível, mas era o que havia. A versão Commodore Amiga não possuía qualquer uma destas limitações, com gráficos mais coloridos e música e efeitos de som amplamente superiores. Agora se estão à espera da fluidez de um Out Run, então é melhor tirarem o cavalinho da chuva. Sinceramente não me lembrava de o jogo ser tão lento (tanto na versão DOS como Amiga) mas sinceramente para o nível de detalhe que possui (para os padrões de 1989), é algo bem desculpável.

Sempre adorei as perseguições policiais!

Portanto foi bom voltar a jogar este The Duel: Test Drive II, aproveitando também para ir explorando um pouco melhor a emulação desta família de sistemas. As mecânicas de jogo são interessantes para um jogo de corridas da década de 80, embora a performance esteja longe de ser óptima. Um detalhe interessante a mencionar é o facto de posteriormente a Accolade ter lançado várias “expansões” com mais carros ou circuitos adicionais, que teriam de ser compradas separadamente. De mencionar também o facto de existirem conversões para consolas como a Mega Drive ou SNES que incluem de raiz um carro adicional (Lamborghini Diablo) e múltiplos circuitos.

Sensible World of Soccer 95-96 (Commodore Amiga)

O artigo de hoje será uma super rapidinha, pois ultimamente as minhas horas de jogo têm sido quase exclusivas para um outro videojogo de PS4 que deverei cá trazer em breve. Aproveito então para fazer uma breve alusão a este Sensible World of Soccer 95-96, na sua versão original de Commodore Amiga. O meu exemplar foi comprado numa feira de velharias algures em Julho deste ano por 5€.

Jogo em formato big box, com caixa manual e papelada. É incrível o que conseguiram colocar em duas disquetes de 1.44MB!

Ora o Sensible World of Soccer foi a primeira verdadeira sequela do clássico da Sensible Software, não contando claro com os imensos updates anuais, conversões para consolas e edições especiais do seu título original, claro. O SWoS foi uma verdadeira sequela devido a principalmente dois motivos distintos: o modo treinador, e o facto de possuir uma enorme base de dados de clubes e os seus jogadores reais da época (são mais de 1000 equipas!). Poderão ler uma análise um pouco mais detalhada desse jogo aqui.

Same old Sensible Soccer

Este lançamento visa então a época de 1995-1996, com clubes e jogadores actualizados nos mais variados escalões. A jogabilidade é muito similar à do original (um botão de acção para tudo) e efeito after touch depois de rematar e temos visuais idênticos a todos os outros Sensible Soccer da época, como seria de esperar. No que diz respeito aos modos de jogo está também tudo aqui, várias competições distintas para competir, modo treinador e a possibilidade também participar em partidas amigáveis, assim como editar/criar equipas.

Portanto é uma vez mais um excelente jogo de futebol, mas é apenas um mero update ao lançamento original, pelo que se já possuirem essa versão, não perdem nada de extraordinário aqui.