Tempo de retornar à Super Nintendo para mais um jogo do Go Go Ackman, originalmente um conjunto de pequenas histórias que foram saíndo nalgumas revistas manga, mas que deu origem a 3 jogos para a Super Nintendo e um outro para a portátil Game Boy. O facto de ser uma obra do Akira Toriyama, seguramente contribuiu para esse sucesso. Este era um jogo que eu já tinha em vista há alguns anos, mas infelizmente o seu preço foi-se tornando cada vez mais proibitivo com o tempo. Consegui no mês passado um exemplar na vinted que, aproveitando que tinha lá algum saldo para gastar, no fim do dia até acabou por ser um negócio bem em conta.
A história leva-nos uma vez mais a controlar Ackman, uma criança demónio que tem como seu principal rival Tenshi, um anjo extremamente invejoso do sucesso de Ackman e que lhe tenta sempre infernizar a vida, no entanto, acabando por se meter em alhadas maiores. E é isso que aqui também acaba por acontecer. Para além de algumas personagens introduzidas nos jogos anteriores voltarem a marcar a sua presença, desta vez o destaque vai para um polícia do paraíso (mas com um aspecto muito duvidoso) que prende Tenshi por o considerar o principal suspeito de um homicídio qualquer. Ackman acaba no entanto por ser também feito prisioneiro, pelo que os rivais acabarão por colaborar para fugir da prisão e repor a verdade.
No que diz respeito às mecânicas de jogo, este é também um jogo de plataformas tal como os seus antecessores, mantendo muito da sua jogabilidade de base. O botão B salta, enquanto o Y ataca e o X serve para usar bombas (de munição muito limitada), capazes de causar dano a todos os inimigos no ecrã. Por fim, o botão A serve para utilizar itens, enquanto os botões L e R servem para alternar entre os itens seleccionados. Atacar pode ser feito tanto com golpes corpo-a-corpo, como com diferentes armas como pistolas, espadas ou bumerangues que podemos ir encontrando ao longo dos níveis e estas podem receber também certos upgrades ao utilizar alguns power ups para o efeito.

A grande novidade aqui introduzida está na possibilidade de ocasionalmente alternarmos entre controlar Ackman ou o seu rival Tenshi. Ambos partilham da mesma barra de vida, armas e inventário, mas Tenshi tem a capacidade de poder voar temporariamente, dando-lhe uma maior mobilidade. No entanto, as almas dos inimigos derrotados apenas podem ser recolhidas quando controlamos Ackman, sendo estas utilizadas como unidade monetária nas diversas lojas que poderemos vir a encontrar ao longo do jogo para comprar upgrades ou outros itens importantes. De resto, o jogo vai tendo também alguns segmentos distintos, como é o caso dos níveis onde conduzimos veículos ou um nível em particular onde teremos de procurar um certo objecto num campo repleto de vegetação alta e minas antipessoais.
Visualmente este terceiro título continua a ser um jogo francamente apelativo. As personagens estão muito bem detalhadas e animadas, muito ao estilo que Akira Toriyama nos habituou ao longo dos anos. Os níveis são igualmente bastante coloridos e com um bom nível de detalhe. Entre níveis, vamos tendo também várias cenas que avançam a narrativa e que são muito bem humoradas, tal como Toriyama também nos habituou. Felizmente a trilogia recebeu patches de tradução produzido por fãs e este não é uma excepção. Por fim, nada de especial a apontar aos efeitos sonoros e música, pois ambos cumprem bem o seu papel.
Portanto estamos aqui perante um jogo de plataformas sólido, se bem que uma vez mais é consideravelmente curto, na minha opinião. O seu final antecipava um eventual Go Go Ackman 4, algo que nunca se chegou a materializar, o que até se compreende. Apesar de terem sido jogos bastante competentes e divertidos, a verdade é que a Banpresto conseguiu lançar 4 jogos desta série num espaço de 12 meses. E não estamos a falar de um Dragon Ball com centenas de episódios, mas sim de um Go Go Ackman, cujas todas as suas pequenas histórias juntas não chegam a 60 páginas de conteúdo. Ainda assim, vejo um enorme potencial nesta série e foi uma pena que o próprio Toriyama não a tenha revisitado durante a sua carreira.




