De volta à Mega Drive para uma rapidinha a um interessante jogo de plataformas que, apesar de não fazer nada de extraordinário a nível de mecânicas de jogo, é visualmente um jogo impressionante. Estou claro a referir-me a este Garfield: Caught in the Act, produto da Nintendo of America cujo lançamento deu-se já em 1995/1996. Curiosamente foi um jogo que sempre me passou algo despercebido, mesmo quando explorei de forma veemente a biblioteca de Mega Drive através de emulação entre 1999 e 2001, o que até foi bom, pois agora tive direito a uma surpresa agradável. O meu exemplar deu entrada na colecção neste mês de Março, depois de ter sido comprado a um particular.
A história é simples: Garfield é assustado pelo seu companheiro canino Odie e com o salto que dá acaba por partir a TV. Com receio de irritar o seu dono Jon, Garfield apressa-se a a tentar recompor a televisão, mas não corre bem: o aparelho ganha vida própria e transporta Garfield para o seu interior, pelo que iremos acabar por explorar uma série de níveis influenciados por várias temáticas habituais em séries televisivas ou filmes como vampiros, pré-história, Egipto antigo ou um nível todo a preto e branco intitulado de Casablanca com uma estética muito similar dessa época.

No que diz respeito às mecânicas de jogo, as mesmas são consideravelmente simples, pois este é um platformer que não reinventa a roda. O botão C salta, enquanto que os botões A e B servem para atacar, tanto com projécteis de médio alcance, como com armas de combate próximo, se bem que os primeiros possuem munição limitada e devem ser utilizados com algum critério. O objectivo é o de simplesmente encontrar a saída do nível (assinaladas por controlos remotos gigantes), mas pelo caminho iremos encontrar inúmeros obstáculos e inimigos. Tantos que a própria barra de vida de Garfield tem 10 secções e os itens regenerativos (comida) são bastante frequentes. Para além desses itens podemos também coleccionar canecas de café que nos dão invencibilidade temporária, munições, vidas extra, um urso de peluche que serve de checkpoint caso percamos uma vida, ou uma marreta que nos leva a um nível de bónus com um mini-jogo do tipo whack-a-mole onde poderemos ganhar continues adicionais.

A nível audiovisual, este jogo é muito bom pelo menos a nível gráfico. Para além dos níveis serem variados entre si, são também bastante bem detalhados e muito coloridos. As sprites são grandes, e igualmente bem detalhadas, coloridas e bem animadas. O jogo está também repleto de pequenos detalhes muito interessantes, com o aspecto do Garfield (e as armas que usa) serem completamente distintos de nível para nível. Por exemplo, no mundo da selva, Garfield tem um chapéu de pirata e ataca com uma espada de madeira, enquanto os seus projécteis são bombas com fuso. Já no mundo da pré-história, Garfield aparece como uma espécie de tigre dentes-de-sabre, ataca com um osso e os projécteis são espinhas de peixe. Por outro lado, a nível sonoro não achei o jogo nada de especial. As músicas não são propriamente desagradáveis, algo muito comum em jogos que utilizem o driver de som GEMS, mas também não são propriamente músicas memoráveis. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros.

Portanto estamos aqui perante um jogo de plataformas simples nos seus conceitos e jogabilidade, no entanto este Garfield prima pelos seus grafismos em 2D muito colorido, detalhado e animado e só por aí já vale a pena ser jogado. De notar também que existe uma versão para Game Gear, PC (com um nível extra) e uma outra versão para o serviço Sega Channel, que nunca chegou até nós. Essa versão para o Sega Channel é intitulada de Garfield: The Lost Levels e supostamente possui o mesmo conteúdo que esta versão, o nível exclusivo da versão PC mais dois níveis inéditos, cujos estavam também presentes na versão Game Gear.

