O artigo de hoje é uma rapidinha a uma expansão do fantástico Medal of Honor: Allied Assault. Por algum motivo, achei que tinha na colecção a edição Warchest que incluía o jogo base e ambas as expansões (Spearhead e Breakthrough). Quando recentemente um amigo meu jogou este jogo é que me apercebi que a minha edição é a Deluxe, que inclui alguns extras interessantes e a expansão Spearhead. Felizmente, uma ou duas semanas depois, encontrei a expansão que me faltava numa feira de velharias, tendo-me custado uns 2€.

Esta expansão leva-nos ao longo de várias campanhas, tanto no norte de África como em várias outras batalhas em solo italiano. Controlamos sempre um sargento da infantaria Norte-Americana (John Baker) e sendo esta apenas uma expansão, isto significa que não existem grandes mudanças na jogabilidade perante o original. Este é então um FPS de contexto histórico mas ainda com mecânicas old school, com a possibilidade de carregarmos várias armas, a vida é recuperável através de medkits e, apesar de existirem alguns checkpoints, temos sempre a possibilidade de gravar o nosso progresso no jogo sempre que bem nos apetecer. E já não me lembrava que nestes Medal of Honor ainda não podíamos apontar com aim down the sights, excepto nas armas sniper com mira telescópica. De resto são no entanto introduzidas novas armas que poderemos utilizar ao longo do jogo, tanto de origem italiana como britânica.
Já não me recordo se a expansão Spearhead sofria do mesmo mal, mas é historicamente habitual que expansões de first person shooters sejam consideravelmente mais desafiantes que o jogo base e aqui não é excepção. Logo a primeira missão leva-nos a combater em plena tempestade de areia, pelo que a nossa visibilidade é muito reduzida, já a dos nossos inimigos nem por isso. Mesmo depois deste, vamos ter vários outros níveis com visibilidade reduzida. Outro dos problemas é o facto de a munição neste jogo ser mais escassa o que nos obriga a uma maior disciplina de fogo, ou usar armas que nem sempre são as mais recomendadas para cada situação. Lá a meio do jogo, uma das missões que teremos envolve a defesa de uma casa e teremos uns quantos tanques inimigos que se vão aproximando. Para nos defendermos temos de utilizar uma dupla de morteiros que, como é de esperar, não é assim tão trivial para lhes acertar em cheio, pelo que este foi também um momento algo frustrante.
A nível audiovisual, tal como o jogo original, este utiliza o mesmo motor gráfico originalmente desenvolvido para o Quake III, que por si só já permitia visuais um tanto mais realistas que os seus predecessores. E se por um lado esta é uma tecnologia largamente ultrapassada, a experiência de o jogar ainda continua bem positiva. Os cenários vão sendo então algo variados e bem detalhados, atravessando distintas paisagens e localidades da Tunísia e de diversas zonas italianas, como a ilha de Sicília ou outras regiões montanhosas. Nada a apontar ao som, continua bastante competente e a banda sonora está repleta de músicas orquestrais que acabam por resultar muito bem na atmosfera mais épica que o jogo nos tenta (e bem) incutir.
Portanto, foi um prazer voltar a jogar um destes Medal of Honor dos velhos tempos, embora esta expansão seja um pouco mais frustrante devido aos ambientes com pouca visibilidade onde muitas vezes teremos de combater e a escassez de munições.



