Baseado num desenho animado do qual eu não tenho quaisquer memórias, este é um jogo de plataformas que nos faz lembrar títulos como Marko’s Magic Football ou Soccer Kid, isto porque este Hurricanes é um jogo de plataformas onde controlamos alguém com uma bola de futebol agarrada aos seus pés. O meu exemplar foi veio de uma loja do Reino Unido através de um amigo meu, tendo-me finalmente chegado às mãos algures no mês passado.
Presumo que a história siga alguma coisa dos desenhos animados, mas como nunca os vi (ou se vi confesso que não me recordo de rigorosamente nada) posso estar redondamente enganado. Basicamente a trama anda à volta da equipa de futebol Hurricanes que iria participar num jogo importante algures numa ilha remota. No entanto a viagem até esse destino está constantemente a ser sabotada pela equipa rival, os Gorgons. E isso é a desculpa necessária para acabarmos por explorar os mais variadíssimos cenários, desde florestas, selvas, aeroportos, casas assombradas, ruinas indígenas, entre muitos, muitos outros.

No que diz respeito à jogabilidade, este é um jogo de plataformas genérico, onde o objectivo de cada nível é o de descobrir a sua saída, marcada pela forma de um símbolo dourado e brilhante. Ocasionalmente teremos alguns bosses para enfrentar também. A diferença é que, tal como no Marko’s Magic Football, a personagem que controlamos tem (quase) sempre uma bola de futebol aos seus pés, pelo que esta é usada como o método de ataque. A nível de controlos, botão A salta, botão B (em conjunto com o direccional) serve para correr e o C é utilizado para chutar a bola. Cima e C em simultâneo resulta num pontapé picado em arco que poderá ser útil em certas circunstâncias. Sendo este um jogo de plataformas europeu, espalhados pelos níveis vamos ter também inúmeros itens e power ups para apanhar. Tudo o que é alimento serve para regenerar a nossa barra de vida, medalhas são vidas extra, chuteiras coloridas podem aumentar o poder dos nossos ataques, velocidade ou capacidade de saltar mais alto, outros itens podem-nos dar invencibilidade temporária, paralizar/destruir todos os inimigos no ecrã ou simplesmente dar mais pontos. Ocasionalmente vemos uns “baldes” coloridos e com uma figura de uma bola de futebol. O objectivo é, através de um pontapé em arco, conseguir encaixar a bola dentro desse balde. O resultado é uma bola da mesma cor que também poderá dar alguns efeitos temporários, como maior poder de ataque ou mesmo um escudo.
Antes de cada nível podemos escolher com qual das personagens dos Hurricanes queremos jogar, mas essa escolha é meramente estética, pois nenhuma das personagens disponíveis possui habilidades ou características que as distingam, o que é pena. De resto este é então um jogo de plataformas algo simples, mas ao menos é um jogo onde não nos obrigam a coleccionar toda uma série de objectos antes de podermos avançar de nível (o que aparentemente fizeram na sua versão Game Gear). A excepção para mim vai para os últimos dois níveis, onde os inimigos e obstáculos são inúmeros e é muito difícil não sofrer dano. O último nível em particular é super linear, mas tem dezenas de polícias que nos mandam parar, impedindo-nos assim de progredir no nível. O que temos de fazer ali é chutar a bola em arco para que a mesma lhes acerte na cabeça e aí os polícias já nos deixam avançar. O problema é que temos de fazer isso enquanto nos desviams/atacamos vários outros inimigos em simultâneo.

A nível audiovisual sinceramente este jogo até é bem conseguido, particularmente nos seus gráficos. Apesar de não ter o charme do Marko’s, os gráficos são bastante coloridos e com um bom nível de detalhe, não deixando de incluir alguns bonitos efeitos de parallax scrolling ocasionalmente. Para além do que eu já mencionei algures acima, os níveis são bastante distintos entre si, assim como os inimigos que iremos enfrentar. Ou às vezes temos também outros detalhes interessantes, como o árbitro que surge do nada para nos mostrar um cartão amarelo de cada vez que percamos uma vida (e um vermelho quando perdemos todas). Já a banda sonora sinceramente, apesar de ter achado as músicas agradáveis no geral, acabou por me passar um pouco despercebida, tirando uma ou outra música mais mexida que já achei melhor conseguida.

Portanto este é um jogo de plataformas que apesar de colorido, bem detalhado e acima de tudo bastante variado nos níveis que nos apresenta, não deixa de ser algo genérico. A possibilidade de jogarmos com várias personagens distintas onde nenhuma possua diferentes características também me pareceu uma oportunidade perdida, sinceramente. Mas não é um jogo mau de todo.


