Tempo de voltar à Super Nintendo para mais uma rapidinha a um dos seus muitos exclusivos nipónicos. Lançado um ano após o Go Go Ackman, esta sequela introduz várias novidades a nível de mecânicas de jogo, embora sinceramente eu tenha preferido o lançamento original como um todo. E este veio também directamente do Japão, tendo-me chegado às mãos algures em Novembro.
A história leva-nos uma vez mais a controlar Ackman, um jovem demónio que continua a ser perseguido por Tenshi, um anjo irritante e que o quer matar a todo o custo. E tirando o regresso de alguns dos bosses originais logo no primeiro nível, a trama introduz-nos uma série de novos vilões: a banda de rock cristão Metalangels, constituidos por um vocalista todo bombado, um guitarrista rock, outro rockabilly (um Elvis gordo), um baterista rastafari e um teclista nerd, sendo que cada uma destas personagens é um boss nos vários níveis que vamos atravessando. A parte curiosa é que nenhuma dessas novas personagens fez parte do trabalho original de Akira Toriyama, embora acredite que ele tenha sido consultado na sua génese, pois são todas bastante carismáticas de certo modo.
A nível de mecânicas de jogo as coisas são mais ou menos idênticas ao anterior, com um botão para atacar, um para saltar, outro para atirar bombas capazes de causar dano em todos os inimigos no ecrã em simultâneo (estas com munições limitadas) e um outro botão que nos permite agarrar/atirar certos inimigos. Vamos tendo também várias armas que poderemos encontrar e equipar e estas poderão até ser melhoradas até um máximo de 3 níveis, ao apanhar o mesmo power up de forma consecutiva e sem trocar de arma no entanto. Porém basta sofrer o mínimo de dano que se perdem os upgrades, o que é pena. De resto até que há alguma variedade maior nos níveis, embora o jogo como um todo seja mais curto. Para além dos níveis tradicionais de plataformas, ocasionalmente temos segmentos de shmup (incluindo um nível onde é o próprio Tenshi que nos carrega), ou um daqueles níveis com carrinhos de minas.

Visualmente é um jogo muito colorido e bem detalhado, tal como o seu antecessor. As sprites estão bem detalhadas e animadas, onde o traço de Akira Toriyama é bem notório. Já os níveis vão sendo também bem coloridos e detalhados. Entre níveis vamos tendo imensos diálogos que até estão bem engraçados e felizmente que temos um patch de tradução feito por fãs que nos permita apreciar todos esses segmentos de história, sem recorrer a qualquer ferramenta como o Google Lens.
Portanto estamos aqui perante mais um competente jogo de plataformas, embora ache que o original seja ligeiramente superior a nível de longevidade. Ainda assim gostei bastante das novas personagens, o que me deixa um pouco triste pelo Akira Toriyama nunca ter dado grande atenção a esta série. Não precisava de ser um Dragon Ball, mas tinha todo o potencial para ser uma série mais descomprometida e bem humorada tal como o Dr. Slump. A Banpresto lança ainda, no final de 1995, um terceiro jogo que aparentemente é considerado o melhor da trilogia pelos fãs. Infelizmente é também um jogo caríssimo, pelo que ficará para outras núpcias.



Um pensamento em “Go Go Ackman 2 (Super Nintendo)”