Vamos voltar à Mega Drive para uma rapidinha a um jogo que nunca tinha jogado antes e nem fazia ideia que era adaptação de um filme do mesmo nome, The Pagemaster. Esta adaptação é então um jogo de plataformas ocidental com versões para a Mega Drive e Super Nintendo e tal como se espera de um jogo de plataformas ocidental desta geração, o que não faltam são itens para apanhar e coleccionar mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado numa Cex há umas semanas atrás por 15€.
Nunca vi o filme mas aparentemente conta a história de um rapaz de 10 anos que após entrar numa biblioteca mágica, é transportado para o mundo de vários livros. No entanto, neste jogo em particular, vamos ser levados a três mundos distintos apenas, o de terror, aventura e fantasia. No entanto, cada mundo possui mais de uma dezena níveis e por vezes até temos caminhos alternativos que nos levam a níveis diferentes, não sendo no entanto obrigatório jogá-los a todos para alcançar o final. O objectivo de cada nível é o de encontrar a sua saída (representada na forma de um livro), existindo por vezes múltiplas saídas que nos poderão levar a níveis secretos. Existem no entanto alguns níveis com objectivos distintos, como o de coleccionar um certo número de itens ou derrotar vários inimigos específicos. Se coleccionarmos todos os cartões de biblioteca, escondidos nalguns níveis específicos, desbloquearemos o final verdadeiro, que aviso já que não é nada do outro mundo.

Os controlos são simples, com um botão para saltar (A ou C), com o botão B a ser utilizado para atacar se tivermos algum power up em específico, podendo também ser utilizado para atirar certos objectos que podemos também apanhar recorrendo ao direccional. A maior parte dos inimigos pode também ser derrotada se simplesmente saltarmos em cima deles, Mario style. Como referi acima, o que não faltam aqui são vários itens para coleccionar. As chaves, moedas ou ovos (mediante o mundo em que estamos) servem para nos dar vidas extra a cada 100 que apanhemos, de resto temos também os tais cartões de biblioteca para coleccionar se quisermos alcançar o final verdadeiro, vidas extra, capacetes que nos dão invencibilidade temporária, estátuas que nos desbloqueiam níveis de bónus ou outros itens que nos dão habilidades adicionais. Estes incluem sapatos que nos permitem saltar mais alto ou saltar entre paredes, uma gosma verde que nos permite caminhar pelos tectos com as nossas próprias mãos ou itens que nos dão ataques adicionais, como projécteis ou uma espada. Estes itens, para além das habilidades extra que nos dão, servem também de barra de vida, pois por cada dano que sofremos, perdemos um destes itens (podendo ainda recuperar alguns se formos rápidos). Naturalmente se formos atingidos e não tivermos nenhuns destes extras na nossa posse perdemos uma vida.

O jogo tem portanto algumas ideias interessantes e mecânicas de jogo fora do comum, no entanto os seus controlos não são os melhores, pois por vezes temos de fazer alguns saltos de plataformas bem precisos e o controlo que temos sobre os saltos não são os melhores, assim como as mecânicas de detecção de colisões, pois por vezes saltar em cima dos inimigos resulta em dano causado em nós mesmos, o que no caso de não termos nenhum power up equipado traduz-se numa vida perdida.
A nível audiovisual o jogo até que é interessante, existindo por vezes alguns backgrounds bem detalhados e que bem utilizam as limitações de cor da própria Mega Drive. As sprites são, em regra geral, bem detalhadas e animadas, mas ocasionalmente confundem-nos e nem sempre é claro o que é um inimigo, o que é um power up, ou mesmo uma plataforma. O exemplo mais gritante disso mesmo são os livros, que tanto podem ser inimigos como plataformas especiais ou até as portas de saída do nível. Os níveis bónus são jogados numa perspectiva à lá Space Harrier que também está bem representada na Mega Drive. Já no que diz respeito ao som, sinceramente não achei nada de especial, nem a banda sonora, nem os efeitos de som.
Portanto este Pagemaster é um jogo que até tem algumas ideias interessantes e no que diz respeito a adaptações de filmes para consolas, este nem é um mau jogo de todo. Mas também confesso que há ali algumas coisas que me deixaram um pouco irritado, pelo menos no início, até me habituar às suas peculiaridades. Existe também uma versão para a Super Nintendo que é muito idêntica a esta, com os níveis de bónus a utilizarem no entanto o mode 7.



