Tempo de voltar à Super Nintendo para um jogo que sempre me despertou a curiosidade desde que o conheci, isto há já vários anos atrás quando comecei a explorar a emulação de Super Nintendo mais a sério após ter conseguido um full romset. O facto de o protagonista parecer o Trunks chamou-me logo à atenção e uma pesquisa na internet levou-me ao manga Go Go Ackman que é da autoria de nada mais nada menos que o próprio Akira Toriyama. É uma obra curta, publicada através de pequenos histórias entre 1993 e 1994, pelo que na altura as li bem rapidinho e gostei bastante! Para além do manga e de uma pequena OVA de 15 minutos, presumo que a série até tenha tido um sucesso considerável no Japão, pois a Banpresto acabou por lançar 3 jogos da mesma para a Super Famicom e um para o Game Boy clássico. O meu exemplar chegou-me às mãos no passado mês de Novembro, tendo sido o meu primeiro leilão ganho no Yahoo Japan, onde me custou cerca de 40€ e trazia ainda um strategy guide que apesar de estar inteiramente em japonês, é incrivelmente bem detalhado.
A série Go Go Ackman conta as aventuras de um demónio adolescente que se vê na altura de se começar a portar como um adulto, ou seja, lá terá de matar humanos e coleccionar as suas almas para as oferecer ao diabo. Mas Tenshi, um anjo seu rival, tenta constantemente impedir Ackman de matar humanos, embora as suas tentativas geralmente terminam sempre em tragédia, acabando por fazer pior figura. É um manga que me faz lembrar de certa forma o Dr. Slump pelo seu humor simples e descomprometido. Neste jogo teremos Tenshi a tentar travar-nos, pelo que teremos uns quantos níveis para atravessar e defrontar uma série de pequenos anjos e outros bosses peculiares que Tenshi recruta para nos vencer, desde um assassino profissional, um campeão de artes marciais ou até uma stripper! Portanto só por esta premissa já dá para entender que vai ser um jogo bem humorado e felizmente existe uma tradução para inglês feita por fãs.

A nível de mecânicas este jogo não complica, pois é um simples jogo de plataformas. O direccional move Ackman e os botões faciais a servirem para atacar, saltar ou usar uma bomba que causa dano a todos os inimigos em simultâneo, embora estas tenham munição limitada e apenas podemos carregar com um máximo de 3 em simultâneo. Temos ainda o L que serve para Ackman correr. Existem vários itens e power ups a coleccionar, desde corações que nos regeneram a barra de vida, as tais bombas referidas acima e uma série de diferentes armas de munição ilimitada que substituem os socos e pontapés assim que as apanhemos. Destas incluem-se uma espada, uma pistola ou uma espada-bumerangue que eventualmente nos volta às mãos depois de a atirarmos. Ocasionalmente teremos alguns níveis onde conduzimos veículos ou com mecânicas ligeiramente diferentes, como é o caso de um dos últimos níveis onde ganhamos um jetpack, conseguindo dessa forma saltar mais alto e longe. Também ocasionalmente teremos a possibilidade de optar por caminhos alternativos que nos levam a jogar segmentos do nível completamente distintos entre si. De resto é um jogo que se jogado com calma não é muito complicado, embora os inimigos façam respawn constante.
Visualmente é um jogo fantástico com cenários bastante diversificados entre si, muito coloridos e bem detalhados. As sprites tanto dos protagonistas principais como dos inimigos no geral estão também igualmente bem detalhadas, animadas e coloridas. A Super Nintendo era mesmo uma máquina fantástica de 16bit para quem gosta de pixel art! A banda sonora é agradável, sendo composta largamente por músicas alegres e animadas, bem características de séries de animação. Entre níveis vamos tendo algumas cut-scenes algo cómicas, pelo que é sempre de louvar o facto de existirem fãs que tenham traduzido os videojogos desta série.
Portanto o Go Go Ackman é um jogo simples de plataformas, mas bastante divertido e competente na minha opinião, sendo ainda enriquecido pelos seus visuais bem detalhados e todas aquelas personagens algo cómicas que o Akira Toriyama bem nos habituou ao longo dos anos. E se este primeiro jogo, que sai no Japão já no final de 1994 tem esta qualidade visual, fico muito curioso para as suas sequelas que sairam no ano seguinte, numa altura em que a geração das máquinas 32-bit já estava presente em força no território nipónico.




Um pensamento em “Go Go Ackman (Super Nintendo)”