The Ninja Saviors: Return of the Warriors (Nintendo Switch)

O The Ninja Warriors é um clássico arcade da Taito lançado originalmente nesse sistema em 1987. Acabou por receber conversões para os mais diversos sistemas, incluindo a PC Engine cuja versão já cá trouxe no passado. Algures em 1994/1995, a Natsume lança um remake desse jogo para a Super Nintendo que sempre me pareceu excelente. Infelizmente no entanto essa versão encareceu bastante! Felizmente em 2019, a Natsume, que entretanto mudou o nome para Natsume Atari (nada a ver com a Atari que conhecemos) decidiu lançar um remake do remake para os sistemas modernos. E é fantástico! O meu exemplar veio da Amazon algures em Dezembro do ano passado, tendo-me custado pouco mais de 25€.

Jogo com caixa

A história é algo similar à do original: um ditador governava a maior super potência global com mãos de ferro e um grupo de rebeldes, incapazes de o remover do poder, decidem criar uma série de robots super poderosos para que façam esse trabalho sujo. O original arcade trazia apenas 2 robots, um com corpo de macho outro de fêmea, já o remake da Natsume de 1994 aumentou esse número para três e agora todos os robots possuem habilidades/golpes que os distinguem totalmente entre si. Ora este novo remake permite-nos inicialmente jogar com os mesmos 3 robots mas à medida que vamos completando o modo arcade iremos eventualmente desbloquear mais dois, sendo que, uma vez mais, todos eles com habilidades e estilo de combate completamente distintos entre si.

Inicialmente temos 3 robots para escolher, mas eventualmente conseguimos desbloquear mais dois.

A jogabilidade é mais ou menos simples: o direccional ou o joystick esquerdo servem para controlar a personagem que escolhemos, enquanto que os botões faciais servem para desferir golpes, saltar ou usar habilidades especiais. Para além da nossa barra de vida (que pode ser regenerada ao apanhar alguns itens para esse efeito, tendo para isso de destruir algumas objectos que os podem conter) temos imediatamente abaixo uma barra de energia das baterias que se vai enchendo com o tempo e é essa a tal barra que vamos gastando ao usar os specials de cada robot. Independentemente da personagem escolhida, quando essa barra se encontra completamente preenchida podemos também activar uma poderosa bomba que causa dano em todos os inimigos no ecrã. Algo também a ter em conta é que de cada vez que sofremos dano considerável, perdemos também toda essa energia que vamos acumulando.

Pancadaria da grossa, com visuais 2D muito bonitos

Mas também tal como referi acima cada robot possui mecânicas de jogo completamente distintas entre si. O Ninja, com um porte bem possante, é a personagem mais pesada (ou era, até terem introduzido o Raiden) e mal consegue saltar, porém os seus golpes são bem poderosos, tem uma habilidade de dash bastante útil e os seus specials incluem usar as suas nunchucks a média distância, causando dano mesmo a inimigos que estejam à defesa. Por outro lado a Kunoichi é mais balanceada, enquanto que o Kamaitachi é a personagem mais ágil mas também a mais fraca e os seus specials exigem alguma estratégia adicional. As personagens desbloqueáveis possuem também mecânicas de jogo inteiramente distintas entre si, o que é bom para a longevidade de um título que é bastante curto.

Os novos robots possuem alguns ataques invulgares que nos obrigam a uma maior estratégia

E sim, a nível de conteúdo temos aqui o modo single player, que inicialmente apenas se pode jogar na dificuldade normal, com o hard a ser desbloqueado assim que o terminamos pela primeira vez. À medida que vamos completando cada um dos níveis, estes vão ficando também disponíveis para um modo de time attack. De resto temos também um modo multiplayer que sinceramente não experimentei. Felizmente que o normal não é o jogo mais difícil do mundo! A versão PC Engine ainda me deu bastante trabalho mesmo com a facilidade dos save states em emulação e aqui o jogo tem apenas uma vida, mas continues infinitos, que nos fazem recomeçar a partir do último checkpoint, o que é justo. No entanto, se decidirmos interromper o jogo e não aproveitar o continue, então sim, teremos de o recomeçar do zero. Mas mesmo assim é um jogo curto, também não custa muito. E sempre que gastamos um continue temos a possibilidade de escolher um robot diferente, o que é sempre bom, quanto mais não seja para tentar estratégias diferentes.

Como tem sido habitual, no final de cada nível temos um boss para derrotar

Graficamente este é para mim um jogo soberbo, com visuais inteiramente 2D e com uma pixel art, detalhe, cor e animações excelentes. Já o da SNES era muito bom para um sistema de 16bit, este remake apresenta gráficos 2D mesmo como eu gosto! Os cenários estão todos muito bem detalhados, sendo na sua maioria cenários urbanos/industriais ou militares como seria de esperar tendo em conta o conceito do jogo. Nada a apontar aos efeitos sonoros que cumprem bem o seu papel, já as músicas são também excelentes, misturando o rock/electrónica com temas orientais/nipónicos o que a meu ver também resultou muito bem.

Portanto este remake de um remake é um excelente jogo, mesmo que não adicione tanto conteúdo novo assim. A jogabilidade é excelente e variada consoante o robot escolhido, os gráficos são fantásticos para quem gostar deste visuais mais retro, pecando apenas por ser um jogo curto e talvez um ou outro nível novo fosse benvindo. Ainda assim acho um excelente jogo e um excelente lançamento para todos os que gostam de jogos de acção em 2D, particularmente tendo em conta o elevado preço que as versões de SNES têm vindo a atingir no mercado.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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