Teenage Mutant Ninja Turtles 2: Battle Nexus (Nintendo Game Boy Advance)

No seguimento do Teenage Mutant Ninja Turtles do Game Boy Advance que trouxe cá há umas semanas, chegou a hora de jogar o segundo jogo presente na compilação Double Pack. E este é um jogo que apesar de manter muitas das ideias e mecânicas de jogo do seu antecessor, introduz também algumas novidades. No entanto, algumas foram bem-vindas, outras nem tanto. O meu exemplar foi comprado numa Cash Converters há uns meses atrás por pouco mais de 15€.

Compilação com caixa, manuais e papelada

Ora tal como o seu predecessor este segundo jogo é baseado na “nova” série televisiva de animação introduzida algures em 2003. Não faço ideia se a história é baseada nalgum conjunto de episódios, mas basicamente envolve viagens interplanetárias recorrendo a uma tecnologia de teletransporte, que por sua vez é baseada no misterioso poder de uma série de cristais que o Shredder tem andado a juntar. A primeira metade do jogo é toda passada num outro planeta onde as tartarugas são transportadas para lá e acabam por se ver envolvidas num conflito entre facções que perseguem um robot especial pois contém a mente de um famoso cientista que estava precisamente a estudar essa mesma tecnologia de teletransporte. Mas rapidamente começam a ser tecidas ligações ao Shredder, pelo que na segunda metade do jogo iremos visitar o Japão feudal e novamente a cidade de Nova Iorque onde iremos uma vez mais defrontá-lo.

Pobre Leonardo que uma vez mais não tem nenhuma habilidade verdadeiramente distinta

O jogo anterior era um híbrido entre um beat ‘em up completamente 2D e um jogo de acção/plataformas, com alguns segmentos ocasionais onde conduziríamos algum veículo e mecânicas de jogo distintas. Esta sequela pega nessa mesma fórmula base, mas com algumas mudanças. Agora não há uma campanha própria para cada tartaruga, mas sim todos os níveis podem ser jogados com a tartaruga que desejamos. Para além disso há também um maior foco na exploração, pois os níveis tendem a ser maiores, mais labirínticos e aqueles cristais que poderíamos apanhar (mas não eram mandatórios) no jogo anterior, são agora obrigatórios para avançarmos para o conjunto de níveis seguinte. E muitos desses cristais estão escondidos em locais que apenas uma das tartarugas os poderá encontrar, pelo que acabamos por ser obrigados a jogar o mesmo nível várias vezes para coleccionar todos esses cristais. Ou quase todos, mediante a dificuldade escolhida. Se ao menos desse para trocar de tartaruga no momento, como acontece nalguns outros jogos das tartarugas mais antigos (como o original de NES), seria sem dúvida um jogo menos maçudo neste ponto.

Os cristais que temos de encontrar estão muitas vezes escondidos em blocos destrutíveis e nem sempre ao alcance de qualquer tartaruga

As mecânicas de jogo são muito similares, pelo menos nos níveis “normais” de platforming. Um botão salta, o outro ataca e com diferentes combinações de botões poderemos desencadear diferentes ataques, incluindo charged attacks. Tal como referi acima, todas as tartarugas possuem diferentes habilidades e golpes, excepto o Leonardo, que não tem nenhuma habilidade muito distinta que nos ajude a procurar cristais escondidos. O Michelangelo tem um charged attack que lhe permite atirar os seus nunchakus como se fossem um bumerangue e assim destruir algumas paredes/rochas mais distantes e que tipicamente têm cristais escondidos, assim como pode usar os mesmos nunchakus como uma hélice de helicóptero, permitindo-nos assim saltar mais longe. O Donatello pode usar o seu bastão como “salto à vara” e também saltar mais alto, enquanto o Raphael consegue escalar paredes e assim alcançar zonas inalcançáveis para as outras tartarugas.

Tal como o seu predecessor ocasionalmente temos alguns níveis com mecânicas de jogo bem distintas como shmups

Ainda nestes níveis de exploração há algo de novo a mencionar: as mecânicas de stealth. Tipicamente começamos cada nível sem as nossas armas, estando apenas munidos de shurikens que não causam lá muito dano. A primeira coisa que nos devemos focar em cada nível é precisamente encontrar as nossas armas e enquanto isso não acontece o jogo também nos encoraja a jogar de uma forma mais furtiva, pois sempre que temos de atravessar alguma zona patrulhada por inimigos, tipicamente temos sempre onde nos esconder e caso sejamos descobertos também é despoletado um alarme que alerta os inimigos na sala ou até poderá chamar mais alguns. Mas esse alarme rapidamente também é desactivado quando saimos do seu campo de visão. De resto, temos também os níveis onde conduzimos veículos, que são tipicamente shmups horizontais ou outros na primeira pessoa onde controlamos uma mira e teremos de destruir uma série de inimigos ou obstáculos. Por fim convém também mencionar que existem modos de jogo adicionais como o Battle ou Race mas confesso que nem os experimentei.

Graficamente o jogo é interessante com níveis e inimigos bem detalhados

No que diz respeito aos audiovisuais estamos perante um jogo bem competente uma vez mais. Os cenários são bem coloridos e detalhados e o mesmo pode ser dito das tartarugas e inimigos no geral, que estão tipicamente bem detalhados e animados. Os bosses são bem grandinhos como manda a lei também! A banda sonora é uma vez mais agradável sendo agora mais focada em temas com uma certa toada jazz ou electrónica e que a meu ver até não resultam mal de todo. Temos no entanto menos cutscenes entre níveis que avançam a história, mas confesso que as poucas que existem não foram lá muito interessantes também, tal como no primeiro jogo. Achei-as demasiado longas e com diálogos algo aborrecidos.

Portanto este TMNT 2 Battle Nexus é um jogo de acção interessante para um sistema como o Game Boy Advance. Do ponto de vista técnico é um jogo bem bonito, detalhado e animado, as mecânicas de jogo não são nada más, só tenho mesmo a queixar do facto de ser obrigatório jogar todos os níveis mais que uma vez e explorá-los à exaustão com várias tartarugas em busca de todos aqueles cristais. As versões para as consolas domésticas da altura, PS2, GC e Xbox foram muito pior recebidas por algum motivo, no entanto.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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