Power Stone 2 (Sega Dreamcast)

Tempo de voltar à Sega Dreamcast para mais um jogo que a Capcom acabou por levar até a esta última consola da Sega. Tal como o seu predecessor, este Power Stone 2 teve também as suas origens na arcade, mais precisamente no sistema Naomi da Sega, o que possibilitou a uma conversão rápida e fiel para a Dreamcast. No entanto é um jogo que apesar de partilhar muitas das suas mecânicas base, foi bastante expandido na sua jogabilidade e conteúdo para esta sequela. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu algures em Abril deste ano também por 25€.

Jogo com caixa, manual e papelada

Os controlos aqui são ligeiramente diferentes, com o botão A para atacar, o B para apanhar itens, agarrar adversários e atirá-los, o X para atacar (ou usar itens caso os tenhamos apanhado) e o Y para descartar algum item/arma. Tipicamente, o objectivo de cada nível é o de derrotar todos os outros oponentes, ao contrário da prequela temos geralmente combates de 4, todos contra todos. Pelo meio poderemos coleccionar uma série de cristais mágicos e quando uma personagem consegue coleccionar 3 desses cristais transforma-se numa forma mais poderosa e, durante algum tempo, poderemos desencadear uma série de poderosos ataques (com os botões faciais) como os power fusions, ataques super poderosos que gastam de uma só vez toda a energia restante dos cristais e podem ser desencadeados com os gatilhos L ou R. Como tipicamente temos 4 personagens à batatada uns com os outros, há agora 7 cristais possíveis de serem apanhados, pelo que é possível haver mais que uma personagem transformada em simultâneo.

Para além dos combates a quatro serem bem mais caóticos, as arenas são também maiores e bem mais dinâmicas, o que torna a acção bastante divertida

Outra das grandes diferenças está mesmo no facto de para além de existirem mais 4 personagens jogáveis, há também muitos mais itens/armas para apanhar, assim como as próprias arenas também possuem muitos mais objectos interactivos que poderemos usar em nosso proveito, como canhões ou simplesmente destruir certas paredes ou colunas que podem fazer com que rochas pesadas caiam em cima de outros. As próprias arenas são agora bem maiores e não só, são também bastante dinâmicas com as mesmas a irem se transformando com o tempo. Por exemplo, uma das arenas coloca-nos a combater em cima de dois submarinos à tona da água. Com o tempo os submarinos vão submergindo ou emergindo, obrigando-nos a mudar de sítio e a certa altura, se o combate ainda durar, podem mesmo chegar a terra onde a porrada continua agora na costa. Ou um nível numas ruínas de um templo, repleto de armadilhas e alguns desafios de platforming ocasionais onde vamos acedendo a diferentes áreas. Isto, em conjunto com as batalhas a 4, torna os confrontos bem mais caóticos e divertidos.

A versão Dreamcast traz bastante conteúdo novo e outros modos de jogo, incluindo a possibilidade de se comprar/vender/criar itens a serem posteriormente utilizados nos combates.

Também nos modos de jogo este Power Stone 2 traz mais conteúdo feito a pensar na Dreamcast, mas vamos começar pelo modo arcade que foi onde perdi mais tempo. Aqui começamos por escolher a nossa personagem e em que arena queremos combater. Os primeiros combates são a 4 e terminam quando duas das personagens tiverem sido derrotadas. No fim de alguns combates podemos também escolher uma de duas arenas para o combate seguinte e ocasionalmente teremos alguns níveis um pouco diferentes. O terceiro nível, por exemplo, é sempre um confronto contra um boss, onde os dois vencedores do confronto anterior têm agora de cooperar e defrontar o boss em conjunto. Segue-se mais uma batalha a quatro e por fim o nível final, uma vez mais jogado a dois de forma cooperativa. A diferença agora é que teremos uns quantos inimigos genéricos para derrotar e um caminho para percorrer antes de chegar ao boss final propriamente dito.

Ocasionalmente teremos também bosses para derrotar que já exigem a cooperação entre duas personagens

Para além do modo arcade temos também o 1-on-1 que é bem mais semelhante ao Power Stone original na medida em que apenas 2 personagens lutam entre si, bem como os modos Original e Adventure. O 1-on-1 apenas dá para dois jogadores, enquanto o Original e Arcade podem ser jogados com até 4 jogadores em simultâneo. O Original é uma espécie de multiplayer mais customizável, onde poderemos inclusivamente definir equipas de 2 contra 2. Já o Adventure é outro modo de jogo especialmente pensado para a Dreamcast e completamente single player mas confesso que não perdi muito tempo com ele. A ideia é, ao longo de uma série de combates ir amealhando dinheiro e coleccionando ingredientes, que podem posteriormente ser utilizados para comprar ou criar novos itens/armas a serem utilizados.

O jogo possui também várias arenas desbloqueáveis que poderão depois serem utilizadas em vários dos modos de jogo

Graficamente é um jogo bem conseguido para a sua altura, agora com arenas bem mais detalhadas e acima de tudo bastante mais dinâmicas como já referi acima. De resto, tudo no jogo são é apresentado em 3D poligonal, apesar de as personagens continuarem com um estilo de desenho animado muito próprio. A banda sonora é agradável, desta vez com um foco bem maior em temas mais orquestrais, com alguns temas folclóricos também quando a situação se proporciona para tal.

Portanto este Power Stone 2 é um party fighter bastante divertido e caótico para se jogar e acredito que seja bem intenso caso seja jogado com 4 amigos na mesma sala. É uma sequela que melhora a fórmula introduzida pelo seu antecessor em todos os aspectos: mecânicas de jogo, modos de jogo novos para a Dreamcast e visuais mais interessantes com todas as arenas dinâmicas. Seria interessante ver a Capcom a voltar um dia destes a esta série, pois para além dos originais arcade e suas conversões para a Dreamcast, Power Stone apenas voltou com uma compilação para a PSP anos mais tarde e assim se ficou até agora.

Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.