Teenage Mutant Ninja Turtles (Nintendo Gameboy Advance)

Depois do enorme sucesso que os desenhos animados das tartarugas ninja tiveram no final da década de 80 e uma boa parte dos anos 90, a série ficou algo adormecida nos anos seguintes. Mas em 2003 lá decidem fazer uma nova série de animação, agora com um estilo artístico bem mais moderno e urbano e lá estava a Konami para adquirir os direitos para produzir videojogos uma vez mais. E assim o fizeram, com vários títulos lançados para as consolas de sexta geração e os sistemas portáteis de renome que a acompanharam. Este artigo refere-se então à versão Game Boy Advance do primeiro jogo desta nova série das tartarugas ninja e o meu exemplar é na verdade uma compilação com o segundo jogo que planearei jogar em breve.

Compilação com os primeiros dois jogos desta nova série. Completo com caixa, manuais e papelada

Ora e o primeiro apontamento a fazer é mesmo em relação à estrutura do jogo. Esta é uma experiência completamente single player e cada tartaruga terá um conjunto próprio de níveis para jogar, cada qual com a sua história. Uma vez concluídas as 4 campanhas é então desbloqueado o conjunto de níveis final, onde invadimos a torre de Shredder para o confrontar no final. A sensação que me dá é história de cada uma das tartarugas parece-me ser baseada nalguns dos episódios da primeira temporada dessa nova série, mas posso estar completamente errado visto que nunca vi esta série animada moderna. Digo isto porque temos histórias onde personagens como a April e Casey Jones são introduzidos como se ninguém os conhecesse, por exemplo.

No lugar das pizzas são estes itens verdes genéricos que nos regeneram parte da nossa barra de vida

Já no que diz respeito à jogabilidade, bom esta é inspirada tanto nos beat ‘em ups das antigas, como ocasionalmente com alguns elementos de plataforma. Isto porque apesar de andarmos à porrada como num beat ‘em up, a acção resume-se a um plano 2D apenas. Os controlos são simples com um botão para saltar, outro para atacar, e caso os pressionemos em simultâneo (ou então com o R), podemos desferir um poderoso golpe mas que também nos causa algum dano a nós próprios, pelo que teremos de o utilizar com alguma calma. Mantendo o botão de ataque pressionado faz com que lancemos um charged attack que é distinto de tartaruga para tartaruga, com o Michelangelo a atirar os seus nunchakus como se fossem bumerangues, o Leonardo e Donatello lançam poderosos ataques horizontais e verticais respectivamente e o Raphael dá uma de Chun Li ao desferir uma chuva de pontapés.

Visualmente o jogo até que é bem apelativo, com gráficos coloridos, bem detalhados e animados

De resto cada tartaruga possui ainda mais diferentes habilidades, entre si: o Michelangelo consegue saltar entre paredes, o Donatello utiliza o seu bastão para saltar mais longe, o Raphael consegue escalar paredes e o Leonardo… bom… esse consegue esgueirar-se em túneis de esgoto. Acho que a Konami não conseguiu pensar numa habilidade de jeito para ele. De qualquer das formas, com a campanha de cada tartaruga a ser diferente uma das outras, também é esperado que ocasionalmente tenhamos de utilizar estas habilidades únicas de cada tartaruga. Por fim convém também esclarecer que cada campanha está dividida em 4 actos (mais 2 da campanha final) sendo que em cada uma delas teremos um nível com veículos que também usa mecânicas únicas por tartaruga. No caso do Donatello temos um nível tipo shmup horizontal onde este voa numa asa-delta, com o Raphael conduzimos uma moto a alta velocidade e de certa forma até me faz lembrar o Excitebike, com o Leonardo conduzimos um veículo blindado e teremos de disparar para uma série de inimigos que nos vão surgindo à frente e por fim o nível do Michelangelo leva-nos a conduzir um skate por um circuito tubular, que me faz lembrar os níveis de bónus do Sonic 2.

Ocasionalmente somos surpreendidos com níveis com mecânicas completamente distintas dos outros

A nível audiovisual o jogo até que é bem competente, com gráficos bem detalhados e coloridos e os cenários até que vão sendo algo variados, alternando entre túneis do metro e do esgoto, as ruas da cidade de nova iorque ou o interior de fábricas e laboratórios científicos. Os inimigos e as próprias tartarugas estão também bem detalhadas, coloridas e animadas. Entre cada nível vamos tendo sempre cutscenes com imagens estáticas e que vão avançando a narrativa, pecando no entanto por serem demasiado longas e algo enfadonhas. As músicas são também agradáveis com uma vez mais a banda sonora a ter toda uma toada de rock.

Pena no entanto que as cutscenes sejam bastante enfadonhas

Portanto este primeiro jogo das tartarugas ninja para a Gameboy Advance até que é algo interessante, mas está longe de ser uma obra prima. Não há nada de muito errado com a sua jogabilidade, mas aquele meio termo entre beat ‘em up e jogo de plataformas faz com que o jogo não seja particularmente excelente num ou noutro campo. O facto de algumas das habilidades diferentes entre as tartarugas não serem assim tão úteis quanto isso também mostra que o jogo terá sido algo apressado no seu desenvolvimento. Ainda assim foi uma experiência agradável de se jogar e os seus gráficos são também um ponto bastante positivo.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

Um pensamento em “Teenage Mutant Ninja Turtles (Nintendo Gameboy Advance)”

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