Power Stone (Sega Dreamcast)

O jogo de hoje leva-nos à Dreamcast para um dos muitos jogos que a Capcom decidiu lançar nessa plataforma. Afinal este Power Stone é um jogo de luta em 3D bastante original para a época e o seu lançamento original nas arcades tinha como base o hardware Naomi da Sega, com uma arquitectura bastante semelhante à da própria Dreamcast, pelo que uma conversão para essa consola era algo óbvio de se fazer. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu no passado mês de Abril por cerca de 25€.

Jogo com caixa e manual

A história leva-nos algures ao final do século XIX, onde um conjunto de personagens de todo o mundo parte em busca da power stone, um cristal capaz de dar bastante poder a quem o possuir. Já o tipo de jogo em si, já referi acima que é um jogo de luta em 3D, mas é também bastante diferente de um Virtua Fighter ou um Tekken. Aqui nós podemo-nos movimentar livremente pelas arenas e usar os seus objectos como armas de arremesso, bem como poderemos também encontrar outras armas brancas, de fogo, ou mesmo vários outros power ups, como itens que nos regenerem parcialmente a barra de vida, por exemplo. Também espalhadas ao longo das arenas vão surgir vários cristais coloridos. A cada cristal que apanhemos ficaremos um pouco mais fortes, até que caso coleccionemos os 3 cristais transformamo-nos numa forma mais poderosa e, durante um tempo limitado, poderemos desferir uma série de poderos golpes especiais. Podemos também arrancar à pancada eventuais cristais que o nosso oponente já terá coleccionado! É quase então um party fighter, com uma jogabilidade simples porém bastante empolgante e divertida.

As arenas possuem imensos objectos interactivos que podem ser usados como arma de arremesso, bem como muitos itens que vão também surgindo para serem apanhados

Os controlos são também bastante simples: um botão para socos, outro para pontapés e um outro para saltar. O botão B tem a mesma funcionalidade de pressionar o botão de soco e pontapé em simultâneo, que é usado para apanhar/atirar itens. Os botões de cabeceira são atalhos para o salto+soco ou salto+pontapé, que por sua vez são as combinações necessárias para desencadear os power fusions, os tais specials super poderosos e capazes de causar imenso dano. Sempre que temos os 3 cristais na nossa posse transformamo-nos numa forma mais poderosa como já referi, podendo desencadear power drives (simplesmente ao pressionar os botões de soco ou pontapé), o que faz diminuir a nossa barra do special mais rapidamente, ou então poderemos desencadear os todos poderosos power fusions, se bem que ao usar estes fazem com que toda a restante barra de special se gaste de uma vez só, pelo que devem ser usados de forma algo estratégica para melhor tirar partido da nossa forma mais poderosa.

Apesar de as personagens estarem renderizadas em 3D não deixam de ter um aspecto muito de desenho animado

Visualmente é um jogo interessante, pois todas as personagens possuem um aspecto cartoon e muitas delas parecem mesmo retiradas daquela época como é o caso do Falcon, aviador britânico ou o Jack, um assassino insano cujas semelhanças ao Jack o Estripador não são mera coincidência. Cada arena vai também buscar um pouco das influências de cada personagem e como um todo este é um jogo graficamente bem conseguido, pelo menos para os padrões de 1999. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros que são bem competentes e como é habitual nos jogos de luta da Capcom desta era, todas as personagens vão tendo alguns parcos diálogos em Japonês. A banda sonora é também bastante agradável e algo eclética nos diferentes estilos musicais.

Coleccionando os 3 cristais coloridos disponíveis permite-nos transformar temporariamente numa forma bem mais poderosa e desencadear golpes especiais bastante fortes

Portanto este Power Stone é um jogo de luta com mecânicas de jogo simples, porém bem divertido, uma espécie de um Super Smash Bros. mas com uma jogabilidade inteiramente em 3D. Esta versão da Dreamcast não inclui no entanto nenhum extra de relevo (a não ser talvez a possibilidade de se desbloquearem os bosses, que sinceramente não sei se é possível fazer na versão original), pelo que contem apenas com o modo arcade e versus para dois jogadores. No entanto o potencial está lá, pelo que a Capcom não tardou em lançar uma sequela e essa sim, já com caos a 4 jogadores.

Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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