Voltando à portátil da Sony, este Maverick Hunter X é um remake do primeiro Mega Man X que havia saído originalmente na Super Nintendo em 1993. Por sua vez a série Mega Man X era uma nova série, que decorre 100 anos após a saga original e que marcou também a entrada do androide azul da Capcom numa nova geração de consolas. Este remake sai numa altura em que a Capcom (e outras empresas também) tentam revitalizar algumas das suas propriedades intelectuais para sistemas da época, com a PSP a receber também um remake do primeiro Mega Man (aqui intitulado de Powered Up) ou até um Ghosts ‘n Goblins. Todos esses jogos mantêm a sua jogabilidade clássica num plano 2D, mas com gráficos tri-dimensionais, tirando o partido das capacidades da PSP nesse aspecto. O meu exemplar foi comprado numa CeX algures em Junho de 2019. Custava 10€ mas comprei-o por uma fracção desse valor pois tinha aproveitado para deixar à troca alguns repetidos que tinha para despachar.
Eu um dia gostava de dar mais atenção às séries clássicas Mega Man (e Mega Man X) mas tendo em conta que os lançamentos originais são cada vez mais caros, tenho-me contentado com compilações e remakes como é o caso deste jogo. E esta série Mega Man X decorre 100 anos após os eventos da saga original e é aqui que são introduzidos os conceitos dos reploids, robots inteligentes e conscientes das suas acções. Tudo isto porque o Dr. Light, o venerável cientista por detrás do Mega Man original criou o Mega Man X antes de morrer, introduzindo nele toda esta nova tecnologia. Eventualmente este Mega Man X é descoberto nas ruínas de um laboratório e a sua tecnologia utilizada para criar imensos reploids que passam a viver em harmonia com os humanos. Mas coisas acontecem e Sigma, um outro poderoso robot, torna-se num vilão e recruta uma série de outros poderosos reploids para a sua causa. Naturalmente que nós como Mega Man X teremos de por um cobro a esses planos.

Na sua essência este Mega Man X não difere muito da fórmula dos Mega Man clássicos. Após um nível introdutório, teremos 8 níveis com 8 bosses distintos para enfrentar, cujos podem ser jogados em qualquer ordem. Derrotando o boss do nível escolhido, herdamos a sua arma que pode posteriormente ser equipada a qualquer momento (se bem que estas já possuem munições limitadas). Como tem também sido habitual na séria, cada boss possui uma fraqueza a uma arma específica, pelo que poderemos tentar seguir uma ordem específica para tentar tirar proveito disso. À medida que vamos explorando os níveis poderemos também encontrar diversos power ups como itens que nos regenerem a barra de vida, outros a barra de energia da arma que tenhamos equipada no momento ou até vidas extra. Ao explorar bem os níveis poderemos também encontrar alguns segredos como subtanks com reservas adicionais de energia, itens que nos expandem a nossa barra de energia ou até upgrades deixados pelo próprio Dr. Light. A habilidade de fazer dash é um deles e é extremamente útil!

Para além do facelift gráfico o que mais traz este remake de novo? A nível de jogabilidade a possibilidade de desistir de um nível a qualquer momento é uma delas, assim como a possibilidade de usar o botão de triângulo para disparar com o Buster enquanto tivermos outra arma equipada. Mas as maiores novidades estão mesmo no conteúdo desbloqueável. Completando o jogo com o X uma vez desbloqueamos a personagem Vile (um dos vilões do jogo) como personagem jogável e que terá uma história ligeiramente diferente. A jogabilidade de Vile é também distinta. Temos 3 armas distintas sempre equipadas e prontas a usar e Vile vai também herdando mais peças dos robots que destrói, permitindo-nos assim ter uma liberdade de customização bem maior. O outro extra desbloqueável é um anime de 25 minutos que conta com maior detalhe os acontecimentos que levaram até ao início do jogo.
Visualmente o jogo foi todo remodelado. Ao invés de gráficos em 2D tipicamente 16bit, todo o jogo foi refeito utilizando gráficos em 3D poligonal. No entanto os gráficos em 3D em nada retiram a identidade visual do original, com os cenários e personagens a manterem o mesmo aspecto anime. Ainda assim, se pudesse escolher, preferia manter uns visuais 2D mas agora bem mais definidos. Para além de novos gráficos temos também algumas cutscenes anime nalgumas fases do jogo assim como algum voice acting em inglês que, não estando excelente, acaba por cumprir bem o seu papel. A banda sonora também me pareceu agradável mas confesso que não lhe prestei muita atenção.

Portanto este remake do Mega Man X até é bastante competente pois para além de um update gráfico, ainda incluiram algum conteúdo adicional de relevo. No entanto, apesar de o jogo até ter sido bem recebido pela crítica, acabou também por ser um fracasso comercial. Supostamente a Capcom tinha previsto lançar mais alguns remakes destes Mega Man X da mesma forma, mas visto que o jogo vendeu muito abaixo das expectativas, acabaram por cancelar esses planos. Temos também de ver que a série Mega Man já estava com uma certa fadiga nesta altura, tal era a quantidade de jogos e subséries lançadas.



Um pensamento em “Mega Man X: Maverick Hunter X (Sony Playstation Portable)”