Voltando à saga The House of the Dead, foi agora tempo de jogar mais uma colectânea com mais 2 clássicos de light gun que a Sega decidiu trazer para a Wii, em conjunto com a compilação do Gunblade NY and LA Machineguns e Ghost Squad. Afinal o Wiimote, por muito desconfortável que seja para jogar sessões mais longas, não deixa de ser uma interface quase perfeita para imitar os antigos jogos de lightgun, cujas pistolas de luz tradicionais deixaram de funcionar em televisões modernas. Aliás, tanto no Japão como na Europa a Sega chegou inclusivamente a lançar um bundle desta compilação com uma Wii Zapper, um acessório de plástico onde se encaixava o wiimote e o seu nunchuck para se jogar jogos deste género num formato mais confortável. Falei brevemente deste acessório no Link’s Crossbow Training, que também trouxe o mesmo acessório. O meu exemplar é a edição normal, comprada a um amigo meu no passado mês de Março por 12€.
E o que contém então esta compilação? Pelo nome dá para entender que trás tanto o House of the Dead 2 como o terceiro jogo. Infelizmente não incluíram o primeiro jogo, nem sequer como conteúdo desbloqueável, o que a meu ver é uma grande oportunidade perdida. O port de Sega Saturn (e PC) deixaram algo a desejar e só muito recentemente é que terceiros, com a devida permissão da Sega, é que decidiram criar um remake. Em relação ao The House of the Dead 2 o conteúdo aqui presente é similar à conversão da Dreamcast, pelo que vou aproveitar para me focar apenas no terceiro jogo da série. Este foi lançado originalmente nas arcades no final do ano de 2002 no hardware Sega Chihiro, que por sua vez era muito similar ao da primeira Xbox. Portanto, uma conversão para a Xbox não tardou muito, tendo sido lançada algures no ano seguinte. Por acaso essa versão sempre me escapou por um motivo o outro, mas agora tendo este lançamento na Wii vou deixar de me preocupar em procurá-la para a colecção. Se aparecer ao desbarato nalguma feira de velharias, não direi que não, mas até lá fico-me por esta versão.
E este The House of the Dead 3 é um jogo que já decorre 20 anos depois dos acontecimentos do primeiro jogo. O prelúdio leva-nos a controlar nada mais nada menos que Thomas Rogan (herói do primeiro jogo) a investigar um laboratório secreto do Dr. Curien. Naturalmente zombies aparecem e Rogan acaba por ficar lá preso. O jogo avança então para algum tempo depois onde passamos a controlar a sua filha Lisa Rogan, acompanhada de G (outro dos heróis dos jogos anteriores) a investigar o laboratório em busca de Thomas.

No que diz respeito aos controlos, este é um light gun shooter super simples. Ao contrário dos dois primeiros jogos onde usávamos primariamente um revólver, aqui usamos uma shotgun, que naturalmente possui uma área de dano bem maior e bem que vamos precisar dela, pois teremos quase sempre mais que um zombie para enfrentar ao mesmo tempo e muitos deles poderão precisar mais de um disparo para serem derrotados. Recarregar é feito ao apontar o wiimote para fora do ecrã e tal como nos outros The House of the Dead, teremos ocasionalmente alguns caminhos alternativos para avançar. Em certas partes do jogo poderemos inclusivamente escolher a ordem dos níveis, mas no final tudo converge ao mesmo. Salvar civis foi no entanto substituído por certos segmentos onde teremos de salvar o nosso parceiro de ser atacado por zombies. Se o fizermos, somos recompensados com uma vida extra. Vidas extra e outros itens podem também ser encontrados ao destruir certos objectos dos cenários. Os bosses são também um pouco diferentes. Enquanto nos antecessores atingir o ponto vulnerável do boss é suficiente para parar o seu ataque, aqui teremos de os atingir repetidamente, o que por vezes não é assim tão simples quanto isso. De resto, a versão Xbox tinha também introduzido um modo de jogo adicional (time trial) que foi também trazido para esta versão. Aqui o objectivo é mesmo o de completar certos segmentos do jogo no intervalo de tempo disponível. A novidade introduzida nesta versão da Wii é no entanto o Extreme mode, que introduz inimigos mais fortes, a nossa shotgun é mais fraca e temos também acesso a um golpe melee defensivo que requer controlo de movimento e nos obrigará a recarregar a arma. É portanto um modo de jogo mais desafiante!

No que diz respeito aos audiovisuais, o The House of the Dead 2 já se nota que é um jogo algo datado, particularmente nas suas texturas de baixa resolução. Por outro lado, o voice acting embaraçoso está aqui presente uma vez mais em toda a sua glória! Já o The House of the Dead 3 é um jogo mais moderno pois as suas origens estão na Sega Chihiro, basicamente uma Xbox com mais RAM. E esta versão da Wii parece portar-se muito bem, mantendo a mesma performance e perdendo apenas algum detalhe gráfico mínimo, pelo menos comparando com a versão Xbox. O voice acting é um pouco mais profissional, mas não esperem por diálogos dignos de um filme merecedor de um óscar. A banda sonora é agradável em ambos os jogos, mas confesso que não lhe prestei grande atenção tendo em conta todo o caos que decorria no ecrã.

Portanto esta compilação de dois jogos da saga The House of the Dead é mais um lançamento muito interessante para a Wii. Apesar de o wiimote não ter a fiabilidade de uma light gun a sério (nem ser tão confortável quanto isso para sessões de jogo mais longas) esta é uma versão bem interessante a ter em conta para jogar numa televisão moderna. Existe também uma versão da Playstation 3 disponível de forma apenas digital e que suporta o move para ser jogável, e, assumindo que essa versão inclui também o The House of the Dead 2 como conteúdo desbloqueável (tal como acontecia na versão Xbox), é também uma alternativa merecedora de atenção. Pena que no entanto a Sega não tenha incluido o primeiro House of the Dead nesta compilação! É mesmo uma falha incrível, pois o facto de o jogo ser mais obsoleto não impediu a Sega de lançar o Gunblade NY (também Model 2) numa outra compilação!



Um pensamento em “The House of the Dead 2 and 3 Return (Nintendo Wii)”