A série Professor Layton foi das que mais gostei de jogar na Nintendo DS. Apesar de ser direccionada para um público casual pois a sua jogabilidade está inteiramente assente na resolução dos mais variadíssimos puzzles que possam imaginar, a sua direcção artística e valores de produção no geral sempre foram fantásticos, especialmente considerando o hardware mais limitado onde corriam. Este Professor Layton and the Miracle Mask é o quinto jogo da saga, segundo da segunda trilogia e o primeiro a sair para a Nintendo 3DS, algures em 2012. O meu exemplar sinceramente já não me recordo nem quando, nem onde o comprei, mas lembro-me que não foi caro.

A segunda trilogia de Layton é uma prequela à trilogia original, iniciando-se 3 anos antes dos eventos de Professor Layton and the Curious Village. Neste Miracle Mask encarnamos uma vez na equipa liderada pelo Layton, professor de arqueologia, Emmy, sua assistente e o jovem Luke, seu aprendiz. Após Layton receber um pedido de ajuda de Angela, sua amiga de infância, estes deslocam-se à metrópole de Monte D’Or, uma cidade erguida do nada no meio do deserto e que muito tem vindo a enriquecer ao longo dos anos. Mas esse progresso corre sérios riscos de ruir, com o aparecimento do “Masked Gentleman”, um vilão que aparentemente teria cometido vários “milagres” de maneira cada vez mais espalhafatosa, como transformar pessoas aleatórias em estátuas, tal como presenciamos assim que chegamos pela primeira vez à cidade. Muitos das mais ilustres figuras de Monte d’Or são também velhos conhecidos de Layton, pelo que invariavelmente a trama estará ligada a vários acontecimentos do seu passado. Para além de explorar essa cidade, teremos alguns capítulos específicos que já decorrem no passado e na pequena aldeia de Stansbury, onde controlamos um Professor Layton bem mais jovem.

No que diz respeito à jogabilidade, a sua essência mantém-se muito semelhante à dos seus predecessores. Temos portanto aquela componente de aventura onde iremos explorar os mais variados cenários, falar com diversas personagens e clicar em vários locais aleatórios em busca de alguns segredos como as hint coins ou puzzles escondidos. Invariavelmente para progredir na história teremos de resolver toda uma série de puzzles que tanto podem ser mais baseados em lógica e a sua solução por processo de eliminação, outros mais interactivos onde teremos de manobrar diferentes objectos para chegar à solução, por exemplo. Já não jogava um Professor Layton desde o Spectre’s Call que o joguei algures em 2013 e devo dizer que ou eu estou completamente destreinado para estes puzzles, ou achei muitos deles bem mais desafiantes que os jogos anteriores. De qualquer das formas, mediante as hint coins que poderemos vir a descobrir poderemos também activar uma série de dicas que nos podem ajudar a resolver todos esses puzzles. E apesar de a esmagadora maioria dos puzzles serem opcionais, ou seja, apenas são activados quando falamos com alguém ou interagirmos com certos objectos nos cenários, existem vários checkpoints ao longo da história onde o nosso progresso no jogo é travado se não tivermos resolvido um número mínimo de puzzles.
Para além de todos esses puzzles, existem também uma série de mini-jogos que iremos desbloquear e que são inteiramente opcionais. Um deles consiste em treinar um coelho de circo, ensiná-lo vários truques e usar essas acções que ele aprende em várias pequenas peças de teatro. Noutro temos de organizar objectos numa prateleira de loja, de forma a que quando um cliente compre um item, seja “encorajado” a comprar todos os outros. Outro ainda são os circuitos onde teremos de guiar, em segurança, um robot mecânico para a sua saída. E claro, mesmo depois de terminarmos o jogo, poderemos desbloquear toda uma série de puzzles adicionais, alguns que requerem que terminemos também os mini jogos mencionados acima, bem como os tais puzzles diários, que seriam 365 puzzles adicionais que seriam desbloqueados diariamente. Existe muito conteúdo neste jogo para quem o quiser completar ao 100%.
No que diz respeito aos gráficos, na sua essência este jogo mantém a excelência das suas animações que muito me fazem lembrar as animações clássicas de filmes europeus, embora se note um ou outro traço mais anime. Para além das várias cutscenes bem animadas e acima de tudo, diálogos narrados com um sotaque britânico exemplar, durante o jogo em si também poderemos ver algumas animações com as personagens modeladas em 3D. A Nintendo 3DS é um sistema mais capaz que o seu antecessor neste aspecto e, apesar de eu preferir de longe os visuais mais 2D (que mesmo assim resultam bem quando ligamos o efeito 3D do sistema), visto que os modelos 3D poligonais mantêm na mesma aquele aspecto de desenho animado, acabam por ser também satisfatórios. A música é uma vez mais também muito bem conseguida, com a banda sonora a ser bastante eclética e as músicas a manterem aquele feeling europeu dos anos 50/60.
Portanto este pareceu-me mais um óptimo jogo da série Professor Layton. A maneira como a série está montada é perfeita para pequenas sessões de jogo e irmos resolvendo um ou outro puzzle de cada vez. E para quem o jogar assim, apenas em sessões curtas, será mesmo um jogo bem duradouro pois teremos 150 puzzles ao todo, mais uma série de mini-jogos para explorar. A história é interessante com vários mistérios para desvendar e uma vez mais a narrativa e apresentação audiovisual estão excelentes. Fico contente por a Level-5 estar finalmente a trabalhar num novo jogo da série! Enquanto esse ainda não sai para o mercado, tenho ainda mais uns quantos para explorar na 3DS.




Eu lembro que joguei um deles no DS, é sensacional!
É uma série excelente sim!