Voltando às rapidinhas no PC, vamos ficar agora com mais uma aventura gráfica, desta vez com o terceiro capítulo da saga Dark Fall, que por sua vez são uma série de aventuras gráficas de terror, na primeira pessoa e com todos os cenários pré-renderizados. O meu exempar foi comprado no Steam, algures no ano passado, nalguma steam sale e certamente a um preço muito baixo.
Apesar de não estar directamente relacionado com o primeiro jogo, a história leva-nos uma vez mais à antiga estação de comboios e hotel de Dowerton, pequena localidade rural no interior britânico, agora ainda mais delapidado e sinistro. Nós controlamos um antigo detective que caiu em desgraça após investigar o desaparecimento de Amy, uma jovem menina, há 5 anos atrás. As suas suspeitas recaíam num mendigo muito sinistro e, após o ter incriminado depois de ter plantado provas e ser descoberto, esse suspeito acabou por ser liberdado, a menina nunca mais apareceu e o detective acabou por ser despedido. 5 anos depois, lá visitamos aquela antiga estação e hotel em busca de novas pistas para o paradeiro de Amy.
Sendo esta uma aventura gráfica point and click na primeira pessoa, a exploração dos cenários será o maior foco, onde teremos de procurar objectos, usá-los em locais chave e resolver alguns puzzles de forma a ir progredindo e desmistificar o mistério que envolve o desaparecimento de Amy, mas também o de alguns hóspedes do hotel, cujos espíritos ficaram presos àquele local. Sendo um jogo na primeira pessoa, mas com gráficos pré-renderizados, não temos total liberdade de movimento, devendo no entanto usar o rato para nos movimentarmos pelo ecrã. O ponteiro do rato vai mudando de forma consoante o contexto da zona que tentamos interagir. Por exemplo, ao aproximar o rato das bermas do ecrã, o ponteiro muda para a forma de uma mão com o indicador a indicar a direcção para onde podemos mover a câmara, ou mesmo deslocarmo-nos para outra divisão. Nalguns objectos o rato muda para uma lupa, que indica que podemos ampliar essa área e observá-la com mais detalha, uma mão aberta que indica que podemos apanhar algum item, ou uma chave inglesa, que indica que poderemos usar algum item do nosso inventário ali.

O problema é que, tal como os seus antecessores, teremos alguns puzzles não muito lógicos para resolver e que muitas vezes nos obrigam a apontar algumas notas separadamente, pelo que usar um guia em certas alturas é garantidamente recomendado. Certos objectos, como abrir gavetas ou portas de armários também obrigam a que mantenhamos o rato pressionado e o arrastemos para simular o movimento de abertura, o que nem sempre funciona como gostaríamos. A certa altura também ganhamos acesso a um lockpick e sempre que o tenhamos de usar é também algo fastidioso para tentar destrancar o que quer que seja!
Já a nível audiovisual é também um jogo que me deixou com sentimentos mistos. Por um lado, como tem visuais pré-renderizados, infelizmente não podemos jogar com resoluções em HD, o que para um jogo de PC de 2010 não é lá muito bom. Mas desconsiderando isso, devo dizer que gostei bastante do esforço que fizeram para tornar a atmosfera deste jogo bastante tensa. A ideia de voltar a Dowerton também me agradou, pois sinceramente não fui o maior fã dos cenários do jogo anterior. Aqui as salas do hotel e da estação estão bastante sinistras, seja com manequins dilapidados, manchas de sangue, runas e grafittis estranhos por todo o lado, sempre com pouca luz, claro. A acompanhar os visuais temos um som muito envolvente e atmosférico, seja com músicas antigas, ou simplesmente melodias dissonantes a tocarem em plano de fundo, mas também com muitas vozes, sussurros, grunhidos ou berros à distância sempre a acompanhar a acção. E isso resultou realmente bem.

Portanto este é mais uma aventura gráfica com uma atmosfera de terror bem conseguida, mas uma vez mais possui imensos puzzles que não são lá muito óbvios para resolver. O facto de ser um jogo todo com cenários pré-renderizados e não suportar resoluções em HD também não é muito bom, mas tendo em conta que este foi um jogo quase todo produzido por uma pessoa só, não deixa de ser de louvar esse facto. Entretanto no ano passado a mesma equipa lançou o Dark Fall: Ghost Vigil, que me parece estar com um óptimo aspecto. A ver se o apanho nalguma promoção!

