Super Spike V’Ball (Nintendo Entertainment System)

A Technos Japan, para além de nos ter trazido inúmeros beat’em ups como Renegade, Double Dragon ou toda a série Kunio-Kun (River City Ramson, etc), também produziram alguns jogos de desporto bastante entusiasmantes, como é o caso do Nintendo World Cup ou este Super Spike V’Ball que não são nem tentam sequer ser uma simulação realista do desporto, mas sim com uma jogabilidade bem mais arcade e divertida, o que me agrada muito mais. O meu exemplar foi comprado numa feira de velharias neste passado mês de Setembro por 5€.

Jogo com caixa

Ora aqui dispomos de vários modos de jogo, desde diferentes competições (que tanto podemos jogar sozinhos ou com um amigo), bem como partidas amigáveis em multiplayer que podem suportar até 4 jogadores em simultâneo. Dentro dos torneios, temos um modo de treino e depois as duas competições em si: o circuito americano, e o campeonato do mundo. No circuito americano, vamos defrontar partidas em Daytona (Miami), Nova Iorque, Chicago, Las Vegas e Los Angeles. O campeonato do mundo, mais difícil, decorre no Hawaii, onde iremos enfrentar uma série de equipas de outras nações. Se os conseguirmos derrotar todos, teremos ainda dois confrontos finais ainda mais difíceis: jogar contra a dupla da Marinha norte americana, e uma partida final contra uma dupla Soviética (ah, os tempos da Guerra Fria…).

Cada partida termina quando uma equipa fizer 15 ou mais pontos, logo que hajam uma diferença de 2 pontos para a equipa adversária

No que diz respeito à jogabilidade, esta é algo simples, pois temos apenas 2 botões faciais no comando da NES. E quando estamos a receber uma bola, temos usamos o botão A para a receber e passar para o colega, que por sua vez deve pressionar o botão A também para lançar a bola bem alto para posteriormente o colega “rematar” a bola por cima da rede e para o campo adversário, na esperança de obter pontos. Para isso devemos saltar com o botão B e pressionar o botão A no momento certo para rematar. Ainda assim, o jogo possui profundidade suficiente que nos permite executar uma série de jogadas especiais, como os Super Spikes, que são remates tão fortes que podem atordoar quem os interceptar na equipa adversária, inclusivamente fazendo-o perder o controlo da bola. Para isso teremos de pressionar o botão B por várias vezes para ir acumulando força enquanto saltamos, para depoir rematar com o A. Se o fizermos com sucesso, a nossa bola sai disparada para o campo dos adversários e, caso seja interceptada, o receptor fica atordoado durante uns meros segundos e vemos um grande “KABOOOM” no ecrã! Existem outras técnicas que podem ser usadas que requerem timings precisos, mas isso seria uma questão de práctica também, e o facto de cada equipa possuir diferentes características de velocidade, força e defesa também irá afectar a sua performance.

Para além de saltarem mais que o Ronaldo, os power shots são o ingrediente para o sucesso

No que diz respeito aos audiovisuais, acho sinceramente o jogo bem implementado para uma NES. Foi lançado originalmente nas arcades que é uma versão que acaba naturalmente por possuir mais detalhe, mas a transição para a NES, para além de todos os extras que inclui, no departamento audiovisual não ficou nada má mesmo. Cada campo de vólei de praia está muito bem detalhado, só é pena que o campeonato do mundo seja (quase) todo passado no mesmo ringue, excepto os confrontos finais com os militares americanos e soviéticos que já possuem uma arena diferente. As músicas são também bastante agradáveis!

A versão ocidental mudou o ringue soviético para não parecer tão opressivo, pois originalmente tinham tanques de guerra

Portanto este Super Spike V’Ball acaba por ser um jogo de desporto bem divertido, principalmente se jogado com amigos, pois as jogadas especiais dão sempre outro gosto às partidas! A Technos ocasionalmente ia fazendo alguns outros jogos de desporto assim divertidos, especialmente dentro da série Kunio-Kun, mas aí muito poucos devem ter saído fora do Japão.

Call of Duty Black Ops II (PC)

Gostei bastante da história do primeiro Black Ops, por se centrar no período da Guerra Fria, nas décadas de 60 e 70. Este segundo jogo da subsérie Black Ops já decorre no futuro, no ano de 2025, onde controlamos principalmente David Mason, o filho de uma das personagens principais do primeiro jogo. Mas teremos também umas quantas missões passadas anos antes, ainda durante a Guerra Fria, que irão mostrar as origens do novo antagonista e a sua relação com elementos do primeiro jogo. O meu exemplar foi comprado em Maio de 2017 na Worten por 15€.

Jogo com caixa e papelada diversa

O antagonista é Raul Menendez (não é typo), líder de um grupo paramilitar que, em 2025, lança ataques tanto contra a China como contra os Estados Unidos, que naquela altura eram as maiores superpotências do planeta e aparentemente também estavam num clima de Guerra Fria, em luta pelo controlo de metais raros. Tal como referi acima, a história vai-se dividindo no confronto principal de 2025, mas também na década de 80, onde acompanhamos Alex Mason, Hudson e Woods numa série de operações que irão desvendar mais detalhes sobre o passado de todos eles e do próprio Raul Menendez. Uma coisa de realçar neste Call of Duty é o facto da história ser algo não linear e é influenciada por algumas acções que tomamos, como matar ou não determinados alvos ou falhar um ou outro objectivo principal. Isso irá ter algumas repercussões no final do jogo.

As missões de 2025 têm muita tecnologia

No que diz respeito à jogabilidade, bom, é um Call of Duty! Esperem por umas quantas missões furtivas, outras mais de conflito aberto. Tanto num caso como no outro, esperem também por algumas reviravoltas e as coisas complicarem-se sempre mais do que o previsto. Antes de começarmos cada missão podemos também customizar o equipamento a levar, mas confesso que nunca explorei muito isso, tenho-me contentado com as armas recomendadas para cada nível. Já estas são bastante variadas e, claro, nas missões que decorrem em 2025 teremos umas quantas armas futuristas que nos permitem identificar melhor os alvos mesmo que estejam atrás de objectos e algumas das armas até nos permitem disparar através de superfícies. Um fato com capacidades de invisibilidade também é algo que podemos usar, bem como poderemos (e muitas vezes teremos) de vir a controlar drones e outros robots blindados em algumas missões.

Lembro-me da polémica que foi terem retratado Savimbi como um herói neste jogo

Outra das novidades trazidas neste jogo são mesmo as Strike Missions. Estas são missões secundárias onde teremos um esquadrão de tropas para comandar, desde infantaria, drones, os tais robots blindados, entre outros. As missões possuem objectivos diferentes como defender objectivos, conquistar objectivos aos inimigos, escolta, entre outros, onde tanto poderemos controlar directamente qualquer um dos intervenientes do nosso esquadrão, bem como ir para uma vista aérea e controlar as nossas unidades como um RTS se trata. Tipicamente temos um tempo limite para completar a missão e os inimigos vão estar sempre a chegar em grande número, se bem que ocasionalmente também teremos alguns reforços do nosso lado. É uma novidade interessante para adicionar um pouco mais de longevidade à campanha principal, mas não sou grande fã de jogos de estratégia, portanto não posso dizer que me tenha divertido muito com estas strike missions. De resto contem com um extenso modod multiplayer, incluindo os Zombies, mas confesso que nem sequer os experimentei, pelo que não me irei alongar neles.

Ao longo do jogo poderemos optar por tomar certas acções que irão alterar o decurso da história

Graficamente acho que o jogo envelheceu melhor que os seus antecessores, em particular no detalhe gráfico dado às personagens principais. Os seus antecessores ainda apresentavam cenários bem detalhados para a época, mas com algumas texturas pobres e geometria simples em alguns edifícios e aqui, parece-me que este motor gráfico é bem mais capaz. É um jogo de 2012, a correr em settings ultra num PC de 2019, devo dizer que fiquei satisfeito com o nível de detalhe. Mas mais importante que isso é mesmo o jogo oferecer missões agradáveis em locais bastante distintos entre si, desde as planícies mais áridas de Angola ou mesmo do Afeganistão durante a década de 80, ou as metrópoles um pouco mais futuristas. As novas armas e gadgets estão também bem apelativos! De resto a narrativa é excelente, assim como a banda sonora que se vai adaptando bem à ambiência que cada missão requer.

Antes de cada missão principal podemos customizar as armas e restante equipamento que queremos levar

Portanto, e uma vez mais reafirmando que não experimentei nenhum do multiplayer nem os Zombies, que são habitualmente os maiores selling points dos Call of Duty, devo dizer que gostei bastante da campanha oferecida por este Black Ops II. É curta, é certo, e se calhar gostaria mais se estivesse focada maioritariamente no período da Guerra Fria tal como no primeiro jogo, mas as armas e gadgets futuristas também foram bem interessantes. As strike missions foram uma adição interessante à série, mas eu não sendo um grande fã de jogos de estratégia (e com o número limitado de tentativas que temos para as completar) devo dizer que pessoalmente, foi o ponto que menos gostei nesta aventura.