The Walking Dead Season 2 (Sony Playstation 3)

Já há algum tempo que não trazia cá nada da Playstation 3, e o último jogo que vim jogando “às prestações” que o tempo não tem sido muito, foi mesmo este Walking Dead, a Season 2. Na altura em que o comprei, poderia ter optado antes pela versão PS4, mas visto que joguei o primeiro na PS3, e queria importar o save para a nova aventura (se bem que não muda muita coisa), acabei antes por levar esta versão. O meu exemplar, tal como o da primeira temporada, veio da Worten, da secção dos usados, custando-me 10€. Foi comprado algures durante o ano passado.

Jogo com manual

Ora o primeiro The Walking Dead foi um jogo que gostei bastante pela sua narrativa bem construída e por nos colocar diversas vezes em situações críticas, onde teríamos de tomar decisões difíceis e alombar com as suas consequências ao longo do jogo, sejam salvar uma personagem em detrimento de outra, ou no meio de alguma discussão mais acesa, sermos obrigados a tomar lados que podem deixar parte do grupo bem chateado connosco e mais tarde isso a vir ao de cima. Estava entusiasmado por pegar no jogo, principalmente depois do final da primeira temporada, mas no fim de contas, acabei por ficar um pouco desiludido com o resultado final, mas já lá vamos. Aqui a personagem principal acaba por ser a menina Clementine, que cresceu muito psicologicamente depois das aventuras no jogo anterior. Iremos ver algumas caras conhecidas da primeira temporada, mas não me quero alongar muito na história, é um apocalipse zombie e basta!

Mais uma vez temos várias hipóteses de escolha nos diálogos e pouco tempo para reagir.

Para quem jogou a primeira temporada, já sabe com o que contar a nível de mecânicas e estrutura de jogo, ou seja, a aventura está dividida por episódios e com mecânicas de jogo similares aos jogos de aventura point and click, misturando alguns quick time events e diálogos com escolhas, onde temos um tempo limite para escolher o que queremos dizer ou fazer. Caso passe o tempo limite, o jogo assume que optamos por ficar calados ou não fazer nada, o que geralmente nunca é muito bom. A parte de aventura consiste em andar de um lado para o outro e com o cursor apontar para objectos ou pessoas que poderemos falar ou interagir com os mesmos, o habitual. Por vezes temos é segmentos de acção, onde poderemos ter de participar nalguns quick time events, que agora possuem mais algumas possibilidades diferentes do jogo anterior, usando os analógicos direccionais enquanto pressionamos um botão, para simular acções com movimento. Nos segmentos de acção temos de por vezes entrar em lutas com zombies e/ou humanos, envolvendo combates com armas brancas ou pistolas. Na verdade, isto acaba também por serem quick time events mascarados, a diferença é que temos de guiar o cursos para um ponto chave e depois pressionar um botão para atacar. Por exemplo, num close encounter com um zombie e connosco indefesos no chão, poderemos ter de primeiro guiar o cursor para uma arma que esteja no chão, pressionar um botão para a apanhar, e depois levar o cursor de novo para o zombie, de forma a pressionar um outro botão para atacar. Quando temos de disparar, entra o mesmo raciocínio.

Nas partes de acção, muitas vezes temos alguns quick time events para participar

O meu problemas com este jogo passam pela história e pelas escolhas que temos de fazer. Apesar de aqui ser a pequena Clementine que passa por uma série de situações complicadas e que a obrigam a crescer, no geral não gostei tanto da história como no anterior. Isto porque por um lado, apesar de haverem na mesma algumas reviravoltas no decorrer da história, a maior parte delas não foram tão surpreendentes assim e já estava à espera que viessem a acontecer. As maiores surpresas para mim foram mesmo aquele episódio com o cãozinho, logo no início da aventura, e um dos acontecimentos mesmo na recta final que prefiro não divulgar para não estragar a surpresa. A outra coisa que não gostei foram as escolhas que temos de fazer, pois tirando uma ou outra situação, onde somos forçados mesmo a escolher quem salvar e podemos fazer a diferença, a maior parte das outras escolhas não têm grandes consequências para o resto do jogo. E mesmo havendo 3 finais diferentes, os mesmos são determinados nas duas últimas escolhas, pelo que não há grande vontade em voltar a pegar no jogo, para explorar outras alternativas.

O elenco deste jogo inclui uma ou outra cara conhecida da primeira temporada e do DLC 400 Days

A nível técnico já sabem com o que contar. O jogo utiliza o mesmo estilo gráfico que se assemelha a um cell shading, o que acaba por resultar muito bem em alguns detalhes, como o das expressões faciais, algo muito importante num jogo deste género onde temos de tentar agradar a toda a gente. No entanto, não acho que os zombies fiquem muito bem com este estilo gráfico. O voice acting continua bastante bom, como seria de esperar.

Portanto, esta segunda temporada do The Walking Dead da Telltale deixou-me um pouco desiludido por ser um jogo mais curto, pela história não ser tão empolgante quanto no primeiro jogo e pelas escolhas que tomamos trazerem poucas consequências para a narrativa. Ainda assim não deixa de ser um jogo de aventura competente e não posso negar que tenha passado um bom bocado enquanto o joguei.

Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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