O terceiro capítulo da saga Alone in the Dark é algo similar nas suas mecânicas aos anteriores, mas já começa a ter alguns pormenores mais interessantes e mais próximos do que viriam a ser os survival horror clássicos. E tal como os 2 primeiros jogos desta saga, o meu exemplar foi comprado na Feira da Ladra em Lisboa algures durante o ano de 2015, tendo sido jogos selados, apenas na caixa em jewel case, e custando-me 2.5€ cada um.

Neste jogo encarnamos uma vez mais no papel de Edward Carnby, um detective privado especialista em assuntos paranormais. O jogo decorre uma vez mais nos anos 20, com Carnby a receber uma nova missão: investigar a cidade fantasma de Slaughter Gulch algures nos desertos da California, onde uma equipa de filmagens teria desaparecido sem deixar rasto. Ao chegar lá vamos encontrar uma série de cowboys zombies para nos receber e a partir daí o mistério vai-se desenrolando.

As mecânicas de jogo são muito idênticas às dos Alone in the Dark anteriores, com a aventura a decorrer em ângulos de câmara fixos, com cenários pré-renderizados como viria a ser feito mais tarde no Resident Evil. A exploração dos cenários continua a ser bastante importante, de onde vamos encontrando vários objectos que podem ser interagidos e utilizados de forma a prosseguir no jogo. O combate é que continua algo estranho, com o sistema de detecção de colisões a continuar a não ser o melhor. E isto também pode ser bom para nós, caso estejamos com problemas de munições e debaixo de fogo inimigo. E o facto de termos de alternar entre “posição de ataque” e de exploração sempre através do menu do inventário também continua a ser um pequeno defeito que à partida seria facilmente resolvido. A grande novidade a meu ver está no facto de jogarmos como um Puma durante uma parte do jogo, o que se revelou numa lufada de ar fresco. Até porque o puma é bastante mais ágil e há uma razão bem interessante por detrás do facto de jogarmos com o animal.

A nível técnico é um jogo melhor que os seus antecessores. Nos gráficos não há assim grandes melhorias, para além das animações e os modelos poligonais das personagens terem mais detalhe, bem como alguns efeitos especiais melhorados. É mais na vertente sonora que este Alone in the Dark marca pontos. Se por um lado o voice acting continua a ser algo amador (como era na maioria dos videojogos desta época), as músicas, ou mais especificamente a falta delas, na grande parte do jogo foram mesmo uma grande melhoria. A atmosfera de um survival horror com uma banda sonora mais minimalista ou com músicas mais tensas acaba por resultar muito melhor do que músicas quase circenses que por vezes ouvíamos nos Alone in the Dark anteriores.
Apesar de achar este Alone in the Dark um passo na direcção certa face aos anteriores, a série manteve-se em dormência por mais de meia década, sendo mais tarde renascida com o quarto capítulo: “The New Nightmare”, cujo chegou até às consolas da geração seguinte e cuja versão eu planeio jogar em breve.