O artigo de hoje é uma rapidinha que já a devia ter escrito há algum tempo. O Stargunner é um shmup inteiramente feito de raiz para o PC e foi o último jogo a sair com o selo da Apogee clássica, antes de a empresa começar a usar o nome 3D Realms para todos os seus videojogos, algures ainda em 1996. Ainda assim já há algum tempo que relançaram este Stargunner como freeware e apesar de eu já o ter na minha conta GOG há uns bons tempos, recentemente comprei a 3D Realms Anthology para o Steam, onde este jogo vem também incluído, em conjunto com a maioria dos jogos que a Apogee/3D Realms comercializaram até ao Shadow Warrior.
Como devem calcular, este jogo tem uma história que assenta numa guerra galáctica. Em vez de ter o planeta Terra à mistura, o conflito aqui é entre duas civilizações, a do planeta Ytima e dos Zilions, uma civilização agressiva que começa um conflito com os habitantes de Ytima. Como habitual, nós somos a última esperança dos Ytima e com uma nave apenas iremos acabar por defrontar todas as forças militares de Zilion, seja no ar, debaixo de água ou em pleno espaço.

A jogabilidade é bastante simples, com um botão para disparar as armas normais e um outro para usar bombas nucleares capazes de destruir todos os inimigos presentes no ecrã. A diferença é que entre cada nível vamos tendo uma loja para visitar onde podemos gastar o dinheiro amealhado ao longo do jogo em outros power ups como novos motores que tornem a nossa nave mais ágil, ou escolher que armas e satélites (pequenas naves ajudantes) a equipar. Nesse campo é que existe uma grande variedade de itens a escolher. Também ao longo dos níveis, iremos encontrar imensos power-ups, desde bombas, dinheiro, novas vidas ou outros que nos regenerem os escudos.

O jogo está distribuído em 4 capítulos diferentes, sendo que cada um tem cerca de 8 níveis. Os níveis são bem detalhados, alguns deles com diferentes níveis de paralaxe o que lhe confere alguma profundidade adicional. Os níveis vão sendo também bem variados ao longo dos 4 capítulos, com níveis algo urbanos, industriais, várias zonas naturais como desertos, florestas e afins, e até debaixo de água. É um jogo bonitinho, embora em 1996 já os PCs estavam bem cientes do que poderiam fazer. A única coisa que eu não gosto muito é o facto de todas as naves e veículos inimigos serem sprites pré-renderizadas, à moda do que foi feito no Donkey Kong Country de SNES. Pessoalmente eu prefiro pixel-art! Depois há aquele piscar de olho à saga Star Wars, com os textos da história a fluírem de fora do ecrã para dentro em letras amarelas, sinceramente também é algo que não gosto assim tanto. A nível de música é um jogo bem competente nesse aspecto, felizmente, com temas a misturarem a electrónica de outros ritmos mais rock.

Apesar deste jogo não ter sido desenvolvido pela Apogee, existem outro shmup bem mais interessante no seu catálogo, o Raptor: Call of the Shadows. Ainda assim, este Stargunner não deixa de ser um jogo interessante, até porque nessa época eram poucos os shmups feitos de raiz para o PC e que tivessem qualidade.