Voltando à consola cúbica para mais uma análise a um título de lançamento: Wave Race Blue Storm, uma sequela a um dos jogos da Nintendo 64 de maior sucesso (ou não!). Confesso que apesar de ser um óptimo jogo, não sou um grande fã da sua jogabilidade e a minha história com este título já é longa. A primeira vez em que me passou pela colecção foi comprado por 5€ na extinta Singer no Maiashopping, talvez por volta de 2002 ou 2003. Aproveitei uma limpeza de stock que eles andaram a fazer. Tempos depois reuni alguns jogos da Gamecube que não gostava assim tanto e vendi-os, incluindo esse Wave Race que foi vendido ao mesmo preço que o comprei. Passados todos estes anos, há uns meses atrás voltei a encontra-lo na cash converters de Alfragide por 3€, bateu-me a saudade e trouxe-o para casa, apesar de as condições deste jogo já não serem assim tão boas.

Neste Wave Race Blue Storm existem diversos modos de jogo, embora o Championship seja naturalmente o principal. Depois de escolher o conjunto personagem/moto de água que queremos utilizar no campeonato é altura de começarmos as corridas. Os campeonatos estão divididos em vários graus de dificuldade, com novos circuitos a serem desbloqueados conforme a dificuldade vai sendo aumentada. Uma coisa boa é o facto de podermos escolher a ordem pela qual quisermos jogar cada circuito, algo que deve ser “jogado” de acordo com as previsões metereológicas para cada dia, pois alguns circuitos são mesmo bem mais difíceis de ser jogados com mau tempo. Depois lá começamos a corrida e começam aqui os meus problemas pois nunca fui um bom jogador de Waverace. Apesar de existir um mapa do circuito no canto superior esquerdo do ecrã, alguns dos circuitos são demasiado “abertos” o que por vezes faz com que nos percamos nas voltas. Para piorar isso temos um sistema de bóias que devemos contornar pela esquerda (as amarelas) ou pela direita (as vermelhas), e caso não contornemos correctamente um certo número de bóias somos retirados da corrida. Mas isso também acrescenta um interessante conceito de estratégia nas corridas. A cada 6 bóias contornadas correctamente de forma consecutiva ganhamos um turbo e no entanto também existem alguns atalhos que podemos descobrir em cada circuito. Isso aliando à garra dos nossos adversários e por vezes as condições adversas do tempo, pode compensar apanhar um atalho e falhar algumas bóias só mesmo para garantir que cheguemos em primeiro lugar.

Para além do modo campeonato, dispomos de vários outros modos de jogo incluindo o famoso multiplayer que, tal como na Nintendo 64 nos dá a oportunidade de jogar com até mais 3 amigos em qualquer combinação de circuito/condição atmosférica que tenhamos desbloqueado no modo campeonato. Para além desses temos também o Time Attack, onde o objectivo é mesmo obter os melhores tempos possível, mais uma vez nos circuitos que tenhamos desbloqueado anteriormente. Também temos o tal Stunt Mode, onde o objectivo é alcançar o máximo de pontos possíveis ao fazer várias manobras bonitinhas e este é também um modo de jogo que pode ser experimentado por 4 jogadores. Existem ainda 2 vertentes para nos treinarmos. Temos um modo tutorial que nos ensina as mecânicas de jogo num circuito básico e por fim temos um “Free Roam” onde podemos treinar livremente nos circuitos já desbloqueados. De resto devo dizer que este jogo tem uma jogabilidade muito própria e eu nunca me consegui dar lá muito bem com ela, mas dou-lhe bastante valor pela forma como diferentes condições climatéricas alteram completamente a jogabilidade, afinal uma coisa é andarmos em águas calmas, outra completamente diferente é corrermos durante uma tempestade.

Graficamente este foi um jogo que impressionou. Em conjunto com o Star Wars Rogue Squadron II, este Wave Race foram os jogos com um maior poderio técnico. Enquanto o primeiro impressionava pela quantidade de polígonos que enfiavam no ecrã e excelentes gráficos no geral, este também prima por bons gráficos, coloridos e detalhados, mas os efeitos de água e chuva são simplesmente muito bons e certamente dos melhores que se tinham visto até então. Tomara muito jogo de Wii, lançado a mais de 5 anos deste Wave Race ter a mesma qualidade com os efeitos de água que este. Jogar um circuito com uma enorme tempestade e ver as ondas realistas, ou o efeito da chuva forte a tapar-nos a visão, são coisas que ficaram realmente muito bem feitas aqui. As músicas são OK, não tem nenhuma que me agrade particularmente, mas cumprem bem o seu papel. O voice acting dos pilotos e anunciadores das corridas parece-me bem feito e não tenho nada a apontar.

No fim de contas, apesar de este ser um jogo cuja jogabilidade não me agrada assim tanto, na medida em que eu sou um zero à esquerda nele, reconheço que o problema é meu, parece-me ser um jogo excelente para quem gostar do género e surpreende-me a Nintendo, que tanto recicla as suas franchises, ainda não ter voltado a pegar nesta série.
Um pensamento em “Wave Race: Blue Storm (Nintendo Gamecube)”