Já há bastante tempo que não escrevia sobre a Sega Saturn, uma das minhas plataformas preferidas de sempre. Clockwork Knight é um jogo de plataformas clássico com jogabilidade 2D, mas com os cenários e personagens em 3D, protagonizando o cavaleiro brinquedo Sir Tongara de Pepperouchau III – “Pepper” para os amigos. Juntamente com Bug, Clockwork Knight é uma das séries de jogos de plataforma que a Sega criou nos tempos da Sega Saturn, enquanto um jogo do Sonic em 3D não saía cá para fora. A minha cópia foi comprada algures em 2011 no ebay UK, não me tendo custado mais de 8€, e está completa e em bom estado.

Apesar de Clockwork Knight ser mais antigo, é impossível não comparar com o filme da Pixar – Toy Story, pois afinal o jogo coloca-nos no papel num mundo onde os brinquedos se tornam vivos. Embora não tenha de longe o carisma que o filme da Disney trouxe, Clockwork Knight tem também a sua graça. Aqui a história é o cliché habitual. Uma princesa brinquedo é raptada e Pepper parte à aventura para a salvar, atravessando várias divisões da sua casa, desde o quarto de menina original, passando por um quarto de rapaz, a cozinha e finalmente o sotão, onde o vilão se encontra com a princesa. Não há muito mais a dizer neste aspecto.

A jogabilidade é também simples, com Pepper a ser obrigado a desviar-se de vários obstáculos que cada divisão da casa proporciona, para além de combater outros brinquedos que lhe vão surgindo pela frente. Por um lado eu diria que Clockwork Knight não é um jogo de plataformas extraordinário, apresentando mecânicas de jogo simples e designs dos níveis também algo lineares. Contudo, por outro lado existe sempre o factor nostalgia implícito nestes jogos, onde guardo boas recordações deste jogo, mesmo com toda a sua simplicidade. Todo o conceito de um mundo onde os brinquedos ganham vida, e os objectos banais de um quarto ou uma cozinha se tornam fatais, é algo que me agradou imenso lá para a década de 90, tornando este jogo com um charme único. Clockwork Knight é algo curto, estando dividido em 2 níveis e um boss por cada divisão, mais um boss final. É certo que nos níveis mais avançados a dificuldade também é maior, mas ao fim de algumas tentativas a coisa lá vai sendo superada e a maior parte dos bosses também acabam por ser algo simples, depois de se assimilar os seus padrões de ataque.
Tecnicamente não é um jogo impressionante, devido a ser jogado como se um jogo 2D para a SNES se tratasse. Ainda assim é bastante colorido e conseguiram representar bem todo o charme das brincadeiras de infância. Os níveis no quarto para rapazes então foram um mimo. A banda sonora do jogo é toda ela baseada em música jazz, com a música título e final com vocais femininos, sendo as outras instrumentais e com uma predominância no saxofone. Apesar de gostar de alguns subgéneros de jazz em específico, não foi algo que me tenha cativado neste jogo. Ainda assim, e para os padrões de 1994/1995, Clockwork Knight apresenta uns ending credits bastante bons.

Findo os ending credits, descobrimos que nem tudo está bem e ficou o mote lançado para a sequela. Infelizmente ainda não possuo o Clockwork Knight 2 na minha colecção, mas pelo que me lembro pareceu-me um jogo de plataformas bem mais interessante. Este aqui vale mais pelo factor nostálgico, pois não se compara nem por sombras a obras primas de jogos de plataforma como Super Mario Bros 3 ou mesmo os Sonics clássicos.