Alien Hominid (Sony Playstation 2)

Vamos agora voltar à Playstation 2 para um jogo muito curioso. Surgindo originalmente em 2002 no site Newgrounds como um pequeno jogo baseado na tecnologia Flash (lembram-se??), esse pequeno jogo acabou por ser um sucesso tremendo, tendo sido jogado várias milhões de vezes. Então a dupla que criou essa versão original acabou mais tarde por arriscar e criar um título mais completo, tendo-o convertido para todas as consolas domésticas daquela geração (embora a versão GC se tenha mantido como um exclusivo norte-americano) mais uma versão GBA, produzida por um estúdio diferente. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu algures em Março do ano passado, tendo custado uns 10€.

Jogo com caixa e manual

Mas então o que é mesmo este Alien Hominid, para além de ter como suas origens um jogo flash? É um run-and-gun muito semelhante a nível de mecânicas a títulos como o Metal Slug, mas onde controlamos um pequeno extraterrestre cuja nave é atingida por um míssil assim que se aproxima do nosso planeta e ele só quer é voltar à sua vida, mas o FBI, exército vermelho e exército norte-americano não o deixam!

O que não faltam aqui são diferentes habilidades que poderemos desencadear!

Esperem então por um jogo de acção frenético e com visuais muito particulares, com uma direcção artística muito própria daqueles jogos flash dessa época. A nível de controlos, estes são explicados logo antes de começarmos a aventura, mas o direccional controla a personagem, X salta, o quadrado ataca, triângulo é usado para entrar/sair de veículos, os L1/R1 para evadir para a esquerda ou direita e o círculo para atirar granadas (estas disponíveis em números limitados). Existem no entanto muitas mais manobras que poderemos fazer, como nos enterrarmos temporariamente na terra e assim evadir de fogo inimigo, podendo inclusivamente matar alguns inimigos mais fracos a partir do chão. Outra técnica que poderemos fazer é a de saltar para cima de alguns desses inimigos mais básicos e controlá-los, podendo a qualquer momento comer-lhes a cabeça com o botão de ataque. A nossa arma principal possui munições ilimitadas, sendo que se mantivermos o botão de ataque pressionado durante alguns segundos conseguimos disparar uma bola de energia bem mais destrutiva! Existem também toda uma série de power ups a apanhar, desde diferentes armas ou escudos.

Tal como no Metal Slug, também podemos controlar alguns veículos

Apesar de não ser tão bom quanto os Metal Slugs, este é um shooter bastante divertido e os níveis até vão tendo bastante variedade nos seus desafios. Por exemplo, logo no segundo nível jogamos numa auto estrada onde teremos de saltar de carro em carro enquanto somos atacados por todos os lados, há outro segmento onde controlamos um pequeno disco voador e podemos sugar e atirar os inimigos para uma máquina picadora gigante e os últimos níveis dos mundos 1 e 2 até assumem algumas mecânicas de shmup, pois são todos combates aéreos/espaciais onde controlamos uma nave. E claro, o jogo vai tendo toda uma série de bosses e mini bosses, todos distintos entre si.

Confesso que inicialmente não gostei muito da arte deste jogo, mas acabou por crescer em mim

De resto, para além de poder ser jogado em multiplayer cooperativo, o jogo tem também toda uma série de desbloqueáveis, como diferentes chapéus que poderemos desbloquear para as personagens, bem como uns quantos mini-jogos. Os PDA Games já vêm desbloqueados desde o início e são um conjunto de níveis de plataformas monocromáticos, um pouco a simular o Game Boy original talvez. O modo challenge é uma espécie de score attack para certos desafios, o Super Soviet Missile Mastar já é um jogo com gráficos de Atari 2600 onde controlamos um míssil soviético e o objectivo é o de controlar durante a maior distância possível, sem colidir com nenhum outro objecto. O Neutron Ball é uma mini jogo de desporto e por fim temos o Piñata Boss que é uma espécie de boss rush, onde para além dos bosses vemos uma piñata voadora e o objectivo é o de sobreviver, atacar a piñata e apanhar o máximo número de doces possível. Basicamente qualquer um destes modos de jogo poderia ser um mini jogo flash!

O que não falta aqui é conteúdo de bónus ou desbloqueável

A nível audiovisual este é um jogo muito simples, porém com uma direcção artística fora do comum, pelo menos no que estaríamos habituados a ver nas consolas naquela época. Sim, o jogo tem mesmo um aspecto de jogo flash, mas ao mesmo tempo a direcção artística até que resulta bem e vamos tendo também alguns momentos de bom humor nos cenários de fundo. Estes que vão variando entre zonas urbanas (primeiro mundo), o interior da Rússia (segundo mundo) e uma base secreta norte americana em Roswell. As músicas são também bastante diversificadas nos seus géneros, pelo que a banda sonora até que tem alguns momentos agradáveis.

Posto isto, este Alien Hominid até que foi uma boa surpresa, particularmente para quem gostar de títulos como Contra ou Metal Slug. Aliás, em relação a este último as referências são bastante notórias, desde possibilidade de conduzir veículos, o facto de termos um ataque melee quando atacamos alguém a curta distância, ou até a maneira em como obtemos os power ups é bastante semelhante. Para além destas versões PS2, Xbox e GC, existe também uma versão para a Game Boy Advance que supostamente é também bastante bem conseguida. Nos anos seguintes foram também sendo relançados alguns remasters em HD para sistemas mais modernos.

Guilty Gear X2 #Reload (Sony Playstation 2)

Bom, daqui para a frente não vou mesmo conseguir cumprir a minha meta pessoal de trazer cá um artigo por dia. O tempo para jogar não abunda e o facto de já levar com mais de 50 horas num outro jogo que planeio escrever no futuro também não ajuda. E mesmo quando eu jogo algo tão longo como um RPG, costumo ir sempre alternando com jogos mais curtos, mas também já não tenho muitos jogos curtos para documentar na colecção. Daí também ter trazido cá um número considerável de jogos de luta nas últimas semanas pois são jogos que tipicamente jogo de forma mais casual. E o artigo de hoje não será uma excepção a essa regra e será mais uma rapidinha. Isto também porque este Guilty Gear XX #Reload é um dos vários updates que o jogo recebeu em relação ao Guilty Gear X2 que já cá trouxe no passado. E sinceramente já não me recordo onde ou quando comprei o meu exemplar, mas terá sido certamente barato.

Jogo com caixa e manual

E pelo que joguei este é mesmo um mero update ao título anterior, com alguns balanceamentos no elenco de personagens e que para um jogador mais casual como eu iriam passar completamente despercebidos. E então pesquisando na internet lá consegui encontrar algumas diferenças. A maior está mesmo na personagem Robo-Ky, que para além de ser agora jogável de início, possui também o seu próprio conjunto de golpes. Já no que diz respeito aos modos de jogo, estes são idênticos ao do seu predecessor, como o modo história repleto de cutscenes simples, mas que ilustram bem a história do ponto de vista de cada personagem, bem como finais alternativos que vão sendo desbloqueados se cumprirmos certos pré-requisitos. O que este jogo traz de novo são novas missões no mission mode (agora um total de 100), e o survival mode escala o número de níveis para 1000! Já a jogabilidade continua brutal como sempre, sendo um jogo rápido, com grande foco em combos, e possui muitas particularidades na sua jogabilidade que o tornam um jogo bastante técnico e exigente para ser verdadeiramente dominado.

Tal como é habitual na série, existem inúmeros golpes especiais que são deliciosos de ver, mas muitos são bem difíceis de executar!

A nível audiovisual continua a ser um autêntico festim para os olhos e ouvidos. A Arc System Works já nos mimou bastante com esta série, pois temos personagens muito bizarras, bastante diferentes entre si, mas sempre com muito detalhe e excelentes animações. O facto de haverem muitos specials vistosos também ajuda! As arenas também vão sendo bastante diversificadas entre si e com um bom nível de detalhe. Mas melhor que os excelentes gráficos 2D, pelo menos tendo em conta o meu gosto pessoal, está precisamente na banda sonora, que na série Guilty Gear é tradicionalmente heavy metal, repleta de riffs de guitarra bem orelhudos e melodias bastante cativantes.

Portanto este é mais um jogo de luta bastante competente mas o Guilty Gear X2 recebeu imensos updates, alguns nem sequer chegaram a sair fora do Japão, pelo que me parece ainda prematuro dizer que esta seja a versão definitiva do jogo. Ainda tenho mais alguns para espreitar, creio que está na altura de tirar o pó à Nintendo Wii e ver o XX Accent Core em breve. Ainda bem que dá para usar o Classic Controller!