Grand Theft Auto 2 (Nintendo Gameboy Color)

Continuando pelas rapidinhas, vamos visitar a versão 8bit do Grand Theft Auto 2, depois de eu já cá ter trazido a versão Playstation, cujo artigo servirá de base para esta rapidinha. O meu exemplar foi comprado algures em Julho deste ano, tendo vindo de um grande lote de jogos e consolas que comprei a meias com um amigo a um particular. O preço por jogo ficou bastante em conta, pelo que este GTA não me tenha ficado nada caro.

Jogo com caixa

Agora qual a piada de jogar GTA2 numa portátil de 8bit? Bom, já na altura a franchise Grand Theft Auto era sinónimo de sucesso e em 2000 a Gameboy Color era a portátil de referência no mercado, e mesmo que a Rockstar decidisse lançar uma versão para a Neo Geo Pocket, o resultado final não seria muito diferente deste. E sim, temos aqui uma versão bem compacta do GTA2 para explorar, com uma cidade dividida em diferentes districtos que temos de explorar separadamente, cada qual com 3 diferentes gangues com os quais devemos ganhar respeito e cumprir uma série de missões. Mesmo num sistema tão limitado como este, as missões são o habitual: roubar carros, assassinar pessoas chave, raptar pessoas, entre outros. A polícia pode também ser alertada para as asneiras que começamos a fazer, pelo que em certas alturas convém ir a uma garagem e pintar o carro de outra cor para enganar toda a gente. O habitual portanto!

Se não tivermos missões assignadas, no canto inferior direito do ecrã temos setas a indicar postos telefónicos controlados por cada um dos gangues

Agora se por um lado é impressionante ver uma versão de GTA a correr num sistema 8bit, naturalmente que não foi feito sem as suas limitações. Quando andamos a pé, o jogo está todo silencioso, não se ouvem pessoas a caminhar, nem os ruídos característicos das cidades, como os outros carros a passar ou mesmo as sirenes da polícia quando nos perseguem. Por outro lado, assim que entramos num carro, ouvimos a música do seu rádio. Bom, de facto seria impossível para um sistema como a Gameboy Color ter toda esta fidelidade de som como vemos no PC ou na Playstation, mas a verdade é que não deixa de ser estranho jogarmos numa cidade completamente silenciosa. Depois os peões também são practicamente indistinguíveis entre si, o que não ajuda muito quando queremos identificar polícias ou mesmo membros dos diferentes gangues.

No final de cada missão é-nos atribuida uma password gigante pois aqui não temos bateria para gravar o progresso no jogo.

Para além disso, o jogo tem alguns slowdowns quando há muita acção no ecrã, o que é de certa forma de esperar, pois mesmo numa Gameboy Color, o mapa que podemos explorar é bem grandinho, e a cidade está repleta de carros e outros peões que vão fazendo a sua vidinha.

Portanto, para mim apesar deste GTA2 ser uma implementação tecnicamente impressionante tendo em conta o hardware limitado onde corre, não deixa de ser uma versão largamente inferior, mesmo que tente ser o mais fiel possível ao original. Recomendo apenas para coleccionadores!

Space Station Silicon Valley (Nintendo Gameboy Color)

Vamos continuando com as rapidinhas pois o tempo não dá mesmo para mais. Space Station Silicon Valley é um jogo produzido originalmente pela DMA Design, os mesmos que estiveram por detrás da série Grand Theft Auto. Mas ao contrário da violência de GTA, este era um jogo de plataformas em 3D repleto de um bom sentido de humor mesmo britânico. Saiu originalmente para a Nintendo 64 em 1998, com uma versão para a Playstation a sair em exclusivo na Europa 2 anos depois, com o nome de Evo’s Space Adventures. Pelo meio saiu uma conversão para a Gameboy Color que infelizmente não é grande coisa. O meu exemplar veio num pequeno bundle de material de GBA que apanhei numa feira da Vandoma no Porto. Ficou-me bastante barato, apesar de o cartucho não estar nas melhores condições.

Apenas o cartucho

A história é uma rambóia total. Uma estação especial foi criada com o propósito de albergar imensos animais. Depois por algum motivo a mesma desaparece e torna a reaparecer misteriosamente quase um milénio depois. Após várias tentativas frustradas de resgatar a estação especial, os heróis Dan e Evo (um robot) viajam também para a estação especial, de forma a tentar descobrir os seus mistérios. Pelo caminho, após uma discussão sobre qual música ouvir a bordo, a nave despenha-se na estação especial. Dan sobrevive, mas o robot Evo é desintegrado em diferentes peças, sobrevivendo apenas o seu core, que convenientemente possui pernas que o deixam andar de um lado para o outro. Os animais da estação ao longo dos 1000 anos, em vez de morrerem todos de fome acabaram por evoluir, fundindo-se com a tecnologia presente na nave, resultando em ratos com rodas, leões-marinhos com lança torpedos, entre outras mutações bastante estranhas.

A cutscene de abertura é bem humorada e provavelmente a melhor coisa desta conversão

O jogo é passado ao longo de vários níveis onde teremos uma série de objectivos para cumprir. A personagem jogável é o core de Evo, que pode possuir os animais robóticos que vagueiam pela estação especial. Os objectivos podem passar por activar alavancas, destruir objectos ou outros animais, sendo que para isso deveremos usar as habilidades que cada animal pode oferecer. Uns não podem saltar, outros podem, outros voam, outros são fortes o suficiente para destruir objectos grandes, a raposa consegue-se teletransportar, entre outras diferentes habilidades como vários ataques diferentes. Concluídos os objectivos, o portal de teletransporte é activado que nos leva para o nível seguinte.

O maior problema desta versão Gameboy Color a meu ver está mesmo nos visuais. Os cenários, apesar de variados contendo várias paisagens naturais diferentes e zonas mais tecnologicamente evoluídas, os níveis e principalmente as sprites dos animais têm tão pouco detalhe que tornam os níveis muito desinteressantes. As animações de ataque de alguns animais, como por exemplo as ovelhas, são practicamente inexistentes! Se pelo menos as sprites dos animais fossem ligeiramente maiores, talvez o jogo fosse mais agradável. Por outro lado gostei bastante das músicas que vão sendo algo variadas em diferentes géneros. Temos melodias mais jazz outras rock clássico e ainda outras mais cartoonescas que me agradaram.

Infelizmente o design dos níveis não é nada apelativo. Deviam-se ter esforçado mais nesse aspecto.

Portanto, infelizmente este é um daqueles jogos que a parte gráfica acaba mesmo por sacrificar o seu divertimento. Os cenários não são lá muito bem desenhados, tornando-se bastante desinteressantes e as sprites dos animais deveriam ser maiores e melhor animadas. No entanto gostei bastante do conceito do jogo e vou colocar a versão Nintendo 64 debaixo do meu radar, para o caso de um dia me aparecer ao desbarato.