Invariavelmente, vamos lá a mais uma rapidinha pois se por um lado o tempo teima em não dar para muito mais, por outro esta é uma sequela a um jogo que eu adorei, mas acaba por não trazer nada de especial, o que é pena. E também tal como o primeiro The Book of Unwritten Tales, esta minha cópia digital do steam foi comprada por um preço muito apetecível nalgum Humble Bundle.
Aqui somos uma vez mais levados ao mundo fantasioso e bem humorado de Aventasia, num jogo cuja história serve de prequela ao lançamento original, com Nate e o estranho, mas adorável Critter a assumirem os papéis principais. Infelizmente não há sinal nem do pequeno Wilbur nem a princesa Ivonora, personagens que para mim foram bem mais carismáticas que Nate. No entanto, outras personagens conhecidas como a orc Ma’zaz (ainda a perseguir Nate), o feiticeiro Munkus ou o Arch Mage ainda vão dando o ar da sua graça. E temos muitos mais critters para interagir, embora o original para mim ainda continue a ser o melhor pelo seu dialecto estranho e linguagem corporal bastante cómica.

As mecânicas de jogo são exactamente as mesmas do original, bastante simples e intuitivas para um jogo de aventura point and click, onde mais uma vez poderemos controlar mais que uma personagem (embora de forma alternada), usando as habilidades de cada um para progredir no jogo, bem como muita partilha de itens e objectos entre ambos de forma a resolver alguns desafios. Puzzles mais tradicionais também existem e no geral pareceu-me ser um jogo menos intuitivo no tipo de acções que temos de fazer do que o original. E aqui temos uma dualidade interessante, pois se por um lado os puzzles dão mais que pensar e deixa-nos puxar pelo velho método da tentativa-erro, por outro a aventura em si pareceu-me muito mais curta, com menos regiões a explorar e personagens novas para conhecer. Mas voltando ainda aos puzzles, existem dois graus de dificuldade neste jogo e se escolhermos o difícil então teremos muitos mais itens para apanhar, interagir e combinar do que no modo normal.

Mas também sou sincero, não me incomoda lá muito o facto dos desafios desta vez serem menos intuitivos. Incomoda-me sim pelo curto conteúdo propriamente dito, ou pela falta de personagens carismáticas como havia no primeiro jogo. Aqui o foco parece-me ir para o “Yeti“, a activista de direitos animais chata e casmurra chamada Petra, e claro o Critter, mesmo não percebendo nada do que ele diz acaba por ter uma linguagem corporal e gestual fantásticas. A nível audiovisual o jogo contém uma boa narrativa e voice-acting, os gráficos assentam mais uma vez em cenários 3D, embora algumas localizações sejam muito pobrezinhas em detalhe. As músicas assentam bem ao jogo como sempre.

Não vou dizer que passei um mau bocado ao jogar este Critter Chronicles pois não o passei, mas estava à espera de um jogo um pouco mais longo, com maior diversidade de cenários, e com mais personagens carismáticas, o que aqui não aconteceu, especialmente pelo foco dado ao Nate. No entanto ficaram as memórias do primeiro jogo, cujos acontecimentos acabam por se encaixar com os deste e me deixam com vontade de jogar a verdadeira sequela, o The Book of Unwritten Tales 2.




