Mais uma rapidinha pois infelizmente o tempo não dá mesmo para mais. E o jogo que trago por cá hoje é nada mais nada menos do que uma de muitas adaptações do clássico sidescroller da Sega, o primeiro Shinobi, lançado nas arcades algures por 1987 e convertido oficialmente para uma panóplia de sistemas. A versão da Master System, convertida pela própria empresa nipónica e já aqui analisada é possivelmente a mais conhecida, mas existem imensos outros sistemas que puderam presenciar a primeira aventura de Joe Musashi e o ZX Spectrum é um deles. A minha cópia é mais uma bootleg que circulava pelo mercado nacional e foi incrivelmente barata pois veio num bundle com dezenas de cassetes que me custou uns 10€ no total.

A jogabilidade aproxima-se da original da arcade, com a exigência de se resgatar todos os reféns antes de avançar para o nível seguinte. A possibilidade de alternar entre o plano inferior e superior de cada nível mantém-se, sendo essa exploração necessária para resgatar todos os pobres reféns. O combate também é algo similar, com Joe Musashi a alternar automaticamente os seus ataques de shurikens para golpes melee mediante a distância dos seus inimigos e também poderemos utilizar alguns poderes mágicos – os ninjitsu que provocam dano em todos os inimigos no ecrã, mas apenas poderemos utilizar um por nível. Os níveis bónus estão aqui também presentes nesta modesta conversão para o ZX Spectrum e sinceramente, apesar de se apresentar num cenário monocromático em tons de amarelo, esses níveis estão muito bem detalhados. Basicamente somos levados para uma sala onde estamos estáticos, em primeira pessoa, a atirar shurikens para os ninjas que vão aparecendo à nossa frente. A ideia é não deixarmos que nenhum ninja se aproxime de nós.

Graficamente é um jogo que deixa algumas reservas. Todos sabemos que o ZX Spectrum era um computador limitado e a maioria das adaptações de jogos arcade, bem mais coloridos, detalhados e tudo o mais, acabam por sofrer grandes sacrifícios. Portanto se nos abstraírmos do facto da palete de cores ser muito reduzida, e as sprites monocromáticas com poucas animações e herdarem as cores do plano em que estão de momento a atravessar, este até que nem é um mau trabalho de todo. Os níveis e os bosses tentam ser similares ao que podemos jogar na versão Arcade ou Master System e no caso de estarmos a jogar num Spectrum 128K a música até que é bastante boa. Infelizmente a minha queixa está na escolha das cores dos projécteis que Joe Musashi ou os nossos inimigos mandam. Por vezes é muito difícil conseguir discerni-los no meio da confusão e lá se vai uma vida.

Obviamente que esta não é uma versão definitiva do Shinobi, para quem estiver curioso com as outras adaptações para os computadores, recomendo que espreitem as versões Atari ST e Commodore Amiga, pois parecem-me ser bem mais fiéis à arcade e no campo audiovisual também se safam bem.