Os Dracula anteriores eram jogos de aventura interessantes, mas tinham o seu quê de amadorismo, tanto nos visuais como nos próprios diálogos, que tiveram direito a traduções e voice overs integrais em Português e o resultado não foi grande coisa. Mas algo mudou no terceiro jogo da série, uma vez mais com a Microids à sua frente, este The Path of the Dragon revelou-se num excelente jogo de aventura, bastante competente a todos os níveis. Tal como os anteriores no steam, este deu entrada na minha conta através de um bundle, onde foram todos comprados a um preço bastante reduzido.
Este novo capítulo descarta os acontecimentos narrados nos dois jogos anteriores, acabando por decorrer no início da década de 1920. Encarnamos no padre Arno Moriani, que pertence a uma ordem sagrada no Vaticano e é enviado para a Transilvânia de forma a investigar a possível canonização de uma Martha Calugarul, médica e cientista que havia recentemente falecido. E ao lá chegar, teremos de invariavelmente investigar o passado de Martha e à medida que o vamos fazendo, começamos a notar que algo de estranho se passa naquela zona, até que acabamos mesmo por investigar o paradeiro do próprio Drácula.

A jogabilidade é idêntica à de muitos jogos deste género, pois este continua a ser um jogo de aventura na primeira pessoa, onde temos a liberdade de olhar em qualquer direcção, mas apenas nos podemos movimentar onde os ponteiros do rato nos levem. Dialogar com outras pessoas, interagir e combinar objectos é algo que iremos também fazer bastante. Mas desta vez tudo (ou quase tudo) tem bastante lógica e acabaremos mesmo por nos sentir detectives, ao investigar salas, procurar por pistas escondidas e resolver alguns puzzles de forma a progredir no jogo. E textos e gravuras são coisas que não faltam para analisar, até obras inteiras como a Bíblia ou o Drácula de Bram Stoker podem ser consultadas na íntegra no nosso inventário. Para quê? É verdade que podemos ler ambos os livros se estivermos bastante entediados, mas temos ali uma opção que se chama de “random page”. Em certos pontos do jogo teremos mesmo de usar essa opção para recolher algumas pistas de como prosseguir.

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo de 2008 e como tal apresenta um grafismo muito melhor aos seus predecessores. É verdade que mesmo sendo gráficos pré-renderizados se poderia esperar muito mais, mas sinceramente acho que fizeram um bom trabalho. As animações e expressões faciais são muito mais convincentes, assim como os cenários que fazem um óptimo papel em nos levar até uma zona rural e algo decadente ainda com um clima de pós-guerra. A narrativa está também muito bem conduzida, com algumas personagens bem caracterizadas. Sem dúvida um salto muito grande a nível de qualidade face a quase qualquer jogo da Microids que tinha jogado até então.



