Zombie Hunters 2 (Sony Playstation 2)

Zombie Hunters 2O artigo de hoje será mais uma quase rapidinha a uma sequela de uma budget release com origens japonesas que já por cá trouxe. Estou a referir-me claro ao Zombie Hunters e, para o bem ou para o mal pouca coisa muda a nível de mecânicas de jogo e conteúdo, pelo que recomendo a leitura desse mesmo artigo para mais detalhes. Este meu exemplar foi comprado novo e selado na feira da Ladra em Lisboa por 2.5€.

Zombie Hunters 2 - Sony Playstation 2
Jogo com caixa e manual

E mais uma vez começamos por escolher qual personagem a utilizar, podendo uma vez mais seguir o caminho de Aya ou Riho Futaba. Ao contrário do primeiro Zombie Hunters onde me foquei principalmente na Aya, desta vez segui o caminho de Riho. E aparentemente, apesar de o jogo ser mais uma vez raparigas com pouca roupa contra uma legião de zombies e outras criaturas, existe uma história própria para cada personagem, embora sejam coisas simples e não muito importantes.

Temos várias diferentes vestimentas para desbloquear, com o destaque maior ser dado à Aya
Temos várias diferentes vestimentas para desbloquear, com o destaque maior ser dado à Aya

A nível de jogabilidade quase tudo se mantém. Podemos desencadear vários tipos de ataques, incluindo alguns mais poderosos a troco de um pouco da nossa vida, bem como temos de ter em atenção 2 medidores: o sangue acumulado na espada, e o sangue que vai salpincando para as moças. Enquanto o primeiro vai deixando a espada cada vez mais fraca sendo até possível a lâmina ficar encravada no corpo de algum zombie, deixando-nos completamente vulneráveis por muitos e preciosos segundos, o segundo faz-nos transformar no Berserk Mode, onde os nossos ataques ficam muito mais fortes, a troco da defesa ficar mais fraca e a nossa vida ir descendo gradualmente. É possível reverter esse estado ao irmos ao encontro de uma estátua de uma santa ou usar um power up para o efeito. Já a espada sangrenta basta pressionar L1 para a sacudir. De resto a grande diferença neste jogo é a possibilidade de jogar cooperativamente o modo campanha, bem como podermos jogar com 2 raparigas em paralelo (Aya e Riho desbloqueiam uma personagem secundária no final do primeiro nível da sua respectiva história). Assim sendo, é possível ir fazendo tag team entre as ambas as raparigas, com a inactiva a regenerar lentamente a sua vida em background.

Todas as outras peculiaridades se mantêm, como o modo survival, o sistema de achievements interno (quest mode) que nos desbloqueia uniformes alternativos e outras personagens jogáveis, os skill points que nos são recompensados no final de cada nível mediante a nossa performance e que podem ser utilizados para melhorar as diferentes personagens a nível de vida, força, combos ou alcance da espada. Temos também o practice mode que será indispensável para dominar os combos (especialmente os Cool Combos que são super frustrantes de fazer). Acreditem, toda a perícia é bem precisa principalmente nos confrontos com os bosses.

Juro que nunca percebi a cena do sangue cor de rosa
Juro que nunca percebi a cena do sangue cor de rosa

Infelizmente os problemas do primeiro Zombie Hunters a meu ver continuam aqui presentes. Os controlos, principalmente a nível de controlo de câmara em conjunto com os ataques mantêm os mesmos problemas, o que corta alguma fluidez nos combates. Não há mais uma vez uma grande variedade de cenários: começamos uma vez mais num pequeno cemitério e progredimos para as ruas de uma cidade, ou estamos no interior de um centro comercial ou num sistema intrincado de cavernas. E nos seus 6 níveis do jogo, cada área é repetida uma vez. É também um jogo muito repetitivo.

A nível gráfico é um jogo simples, e sendo este uma budget release japonesa, isso é algo compreensível. Algo que continuo sem compreender muito bem é o tom mais cor de rosa do sangue em geral, mas isso parece-me ser algo já inato a esta série, pois o OneeChambara da Wii padece do mesmo mal. As músicas são na sua maioria electrónicas tal como no primeiro Zombie Hunters também.

No berserk mode somos muito mais rápidos e poderosos, mas a nossa vida também desce a cada segundo que passa, pelo que é uma habilidade a ser explorada com moderação
No berserk mode somos muito mais rápidos e poderosos, mas a nossa vida também desce a cada segundo que passa, pelo que é uma habilidade a ser explorada com moderação

Em suma este é um hack and slash interessante, embora bastante repetitivo nos níveis que apresenta e nas waves de zombies que estão sempre presentes. É uma budget release e deve ser encarado como tal, e em jogadas mais descompromissadas torna-se mesmo em algo divertido. Mas as lutas contra os bosses, especialmente na recta final são mesmo bastante complicadas, pelo que é um jogo que vai dar luta e recomenda-se que o practice mode seja visitado com alguma frequência no início. E saber usar bem o modo berserk também é algo importante.

Zombie Hunters (Playstation 2)

Zombie HuntersJá há algum tempo que não escrevia nada da PS2 por cá. Mas de facto a consola tem estado a apanhar pó na secretária, embora ainda tenha muuuita lenha para queimar nos próximos tempos. Mas lá que me deu a vontade de jogar um dos budget releases que cá tinha em fila de espera e o que calhou na rifa foi o Zombie Hunters, cá trazido pela 505 Gamestreet. Eu conheci essa série com o lançamento do OneChanbara: Bikini Zombie Slayers para a Wii, um hack and slash onde controlávamos uma jovem donzela em trajes menores a esquartejar hordas de zombies. Pois bem, os primeiros jogos dessa série tinham sido lançados originalmente na PS2, e o Zombie Hunters foi o primeiro a sair por estas bandas, sendo uma conversão directa do “The OneeChanpurū ~ The Onechan Special Chapter ~”, que na realidade era um upgrade ao primeiro jogo. Portanto considerem este Zombie Hunters uma espécie de Game of the Year Edition com conteúdo extra. Sinceramente já nao me recordo onde o comprei nem quanto me ficou, mas calculo que terá sido numa Cash Converters ou Feira da Ladra e não deverá ter custado mais de 3€.

Zombie Hunters - Sony Playstation 2
Jogo com caixa, manual e papelada

Pois bem, este é uma budget release. Daqueles jogos feitos com meia dúzia de tostões e lá vão servindo para uma pessoa se entreter. Tal como referi acima, este é um hack and slash onde vamos defrontando imensos zombies e outras criaturas estranhas, podendo controlar uma de duas raparigas em trajes menores. E o que é isso relevante para o jogo? Não muito. A história leva-nos para um Japão moderno que por algum motivo se viu a braços com um apocalipse zombie e podemos controlar Aya, ou a sua amiga Riho Futaba, ambas algo avantajadas. Apenas joguei com Aya, e o seu motivo prendia-se em vingar-se da sua irmã, que por alguma razão estaria por detrás desse apocalipse zombie. O facto deste ser uma budget release vê-se logo na história que não é lá muito bem contada e inclusivamente tem alguns erros de tradução para inglês, o que nos remete logo para aquela era dourada dos 8 e 16bits e tiradas do género “All your base are belong to us“.

screenshot
Sabemos que estamos perante uma budget release quando temos Zombie Hunters na capa, manual e disco, mas o ecrã título é completamente diferente

A jogabilidade é simples, com um dos botões faciais a servir para saltar (com a possibilidade de poder fazer o duplo salto), um outro para atacar com a espada, outro para dar pontapés e o círculo a servir para os ataques especiais que apesar de serem óptimos para aquelas situações em que imensos zombies nos rodeiam serem projectados a 20 metros de distância, também nos rouba um pouco da vida sempre que são desencadeados, pelo que devem ser utilizados com alguma moderação. Depois os outros botões poderão servir para fazer lock-on e alterar os alvos ou limpar a espada. Limpar a espada?? Sim. À medida que vão jogando e decapitando ou cortando zombies ao meio vão encher a espada de sangue. Quanto mais sangue tiver a espada, menos eficazes serão os ataques, pelo que de vez em quando lá teremos de “a sacudir”. Mas há uma outra barrinha que vai sendo enchida com a carnificina e essa quando atinge o seu limite transforma-nos numa assassina sedenta de sangue, muito mais rápidos, com ataques mais poderosos, mas a custo de uma defesa mais fraca e da nossa vida ir descendo gradualmente. Mais algo que teremos de ter em atenção. É possível passar para o estado normal ao aproximarmo-nos de umas estátuas de anjo ou usar um power-up com a mesma forma que poderemos encontrar ao longo do jogo.

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Os controlos apesar de aparentemente simples não são dos mais fluídos e o lock-on nem sempre ajuda

Outra coisa relevante é o esquema de experiência. Como hoje em dia querem meter pontos de experiência em tudo, aqui também o fizeram e os mesmos podem ser ganhos consoante a nossa performance em cada nível, bem como por cada zombie que eliminemos. No final de cada nível poderemos distribuir esses pontos de experiência em várias áreas como a força, velocidade, melhorar os combos, aumentar a vida, entre outros. Mas apesar de ter algumas ideias engraçadas infelizmente os controlos não são os melhores pois nem sempre conseguimos controlar bem onde queremos atacar, com o botão direccional ou o analógico esquerdo a influenciar nos combos que fazemos, em vez da sua direcção. O controlo de câmara também não é o mais famoso, mas lá está, este é daqueles jogos budget em que realmente não podemos ser muito exigentes. De resto, para além do modo história podemos participar num survival mode que nos vai colocar a enfrentar números cada vez maiores de inimigos, ou podemos também completar alguns objectivos especiais no modo história para posteriormente desbloquear novas roupas para as nossas meninas ou mesmo personagens extra. Falo em objectivos como matar mais de x zombies em cada nível, ou terminar cada nível no modo “berserk”, por exemplo.

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Alguns zombies são bem poderosos e só os conseguimos derrotar se estivermos no modo Berserk

Os níveis em si também não são lá muito detalhados nem variados. No primeiro começamos num cemitério para depois irmos para as ruas da metrópole, os dois níveis seguintes são passados no mesmo hospital e depois voltamos para a cidade e fazemos o percurso reverso. Não há portanto uma grande variedade e por vezes até é mesmo monótono, pois em alguns níveis, em especial nos dos hospitais, temos de percorrer várias vezes os mesmos corredores idênticos em busca de chaves para abrir outras portas e com os inimigos a fazerem sempre respawn. Nesses níveis, apesar de haver um mapa das salas em que estamos e haver uma indicação da direcção que temos de tomar, mesmo assim acabam por ser algo confusos.

De resto a nível técnico é um jogo budget. Os cenários tal como referi acima não variam muito e os inimigos também não. Não esperem por grandes gráficos e por vezes vão encontrar slowdowns, em especial se “acordarem” muitos zombies de uma só vez. Um outro glitch gráfico que achei piada foi às “boob physics”. Com a mulher parada no sítio conseguem ver uma das mamas a abanar como se não houvesse amanhã, isto para mim foi bem visível com a Riho e até achei bem engraçado. A nível de efeitos sonoros são super simples e as músicas são electrónicas mas passam bem despercebidas, nada de especial.

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La sangrento o jogo é. Mas não pensem que lá por os zombies estarem decapitados ou só terem as pernas inteiras deixam de nos atacar

Ainda assim mesmo com toda a mediocridade este Zombie Hunters é daqueles jogos curiosos. Budget por budget, medíocre por medíocre, prefiro tê-lo na minha colecção do que comprar mais um FIFA, ou um “Imagine Sweet Princess Alpha Turbo”. Em seguida virá o Zombie Hunters 2 ou mesmo o Zombie Driver que me pareceu ainda mais “terribad but cool”.