The Nightmare Before Christmas: The Pumpkin King (Nintendo Game Boy Advance)

Vamos agora voltar à portátil da Nintendo Game Boy Advance para mais um jogo que passou despercebido a muita gente, eu inclusive, até me ter sido recomendado por um amigo, que acabou mais tarde por me vender um cartucho do mesmo jogo. É que para além deste ser um dos videojogos baseados no universo de um dos mais aclamados filmes do Tim Burton, é também um metroidvania! Sim, leram bem, um metroidvania.

Cartucho solto

Este The Pumpkin King é na verdade uma prequela do filme, contando a história em como Jack Skellington conheceu o seu arqui-inimigo, Oogie-Boogie. Este último, invejoso por Jack ser a criatura mais temível da vila do Halloween, decide raptá-lo. Mas os seus minions acabam antes por raptar Sally, uma jovem rapariga recém-criada pelo Dr. Filkenstein lá do sítio. Ainda assim, Oogie-Boogie, o “rei dos insectos” decide libertar uma praga de insectos pela vila, o que acaba por semear o caos pelos seus residentes. Lá teremos de os ajudar, localizar e derrotar o vilão para no fim também salvar Sally.

No início e fim do jogo temos direito a cut-scenes destas com uma arte mais detalhada

E este é então um jogo de plataformas onde um botão salta e o outro ataca. É também no entanto um metroidvania na medida em que a exploração é completamente não-linear, obrigando-nos a revisitar áreas assim que tivermos adquirido algum item ou habilidade que nos permitam progredir e alcançar zonas previamente inalcançáveis. Esses itens e habilidades começam logo pelas diferentes armas que eventualmente viremos a coleccionar. Começamos por uma pistola de um sapo com mau hálito, podendo depois disparar morcegos que por sua vez também nos permitem girar algumas alavancas colocadas em sítios mais remotos. Eventualmente ganhamos abóboras que servem de bombas e podem destruir algumas paredes que de outra forma são indestrutíveis, bem como um pimento que nos transformam numa espécie de Super Jack flamejante, onde conseguimos voar temporariamente e destruir outro tipo de superfícies. Outras habilidades como caminhar sobre paredes, usar sanguessugas que nos deixam num estado gelatinoso e assim esgueirarmo-nos por buracos são apenas alguns dos exemplos.

Visualmente este até que é um jogo com um trabalho de sprites fantástico

Eventualmente ganhamos também power ups para a maioria das armas acima descritas, assim como poderemos também encontrar e coleccionar cabeças encolhidas que servem para extender a nossa barra de vida. Outros bónus que iremos desbloquear são também três mini-jogos que poderiam inclusivamente serem jogados em multiplayer fora da aventura principal. De resto este é então um metroidvania competente, embora por vezes seja difícil adivinhar para onde teremos de ir a seguir e muitos dos bosses (particularmente o último) serem autênticas esponjas, com as suas batalhas a arrastarem-se demasiado. Também espalhados pelo mapa (cujas semelhanças com os mesmos dos Castlevania não-lineares não são mera coincidência) encontraremos pontos para fazer save ou regenerar toda a nossa vida.

Quaisquer semelhanças com os mapas de Castlevania são mera coincidência. Ou não.

A nível audiovisual este é um jogo que consegue, numa portátil algo modesta como a Game Boy Advance, incutir toda a atmosfera do filme, ou seja, aqueles cenários spooky tipicamente de Halloween. Todos os cenários estão bem detalhados e ocasionalmente com boas animações de fundo, pelas múltiplas camadas de parallax scrolling que por vezes temos direito. As sprites são também muito bem detalhadas e animadas, particularmente as das personagens principais. A música também se adequa perfeitamente à atmosfera do filme e jogo, com melodias algo carnivalescas mas com aquele toque mais spooky do Halloween. Por outro lado, devo dizer que não sou o maior fã dos efeitos sonoros. Alguns são até bastante irritantes!

Cadeiras eléctricas regeneram-nos a vida e os espantalhos servem para fazer save.

Portanto estamos aqui perante um jogo interessante desenvolvido pela Tose, que para quem não sabe é um dos maiores estúdios fantasma do mundo, tendo trabalhado em centenas de videojogos até à data, na maior parte de forma secreta. É um bom metroidvania, embora ache que teria potencial para ser um pouco melhor, principalmente se não nos sentíssemos tão perdidos em certas alturas. Não deixa de ser um bom jogo, embora a GBA esteja repleta de metroidvanias bastante superiores como os próprios Metroid e Castlevanias que recebeu. De resto só mesmo deixar a referência que este jogo de GBA sai mais ou menos na mesma época que um outro para a PS2 (este já com o selo da Capcom) intitulado de Oogie-Boogie’s Revenge e também ouvi falar bem dele.