Tal como referi no artigo do Pole Position da Atari 2600, os meus artigos sobre jogos do ZX Spectrum serão um pouco mais superficiais, pois eu não vivi essa época e apesar de sempre ter tido bastante curiosidade com essa plataforma, o sentimento e a nostalgia não são os mesmos. E também o jogo que trago cá hoje é um pouco injusto, pois envelheceu muitíssmo mal. Esta cassete do Castle Master foi comprada na Feira da Ladra há umas semanas atrás por 0.75€, é daquelas edições de mercado cinzento que sairam por cá antes da pirataria ser ilegalizada.

O Castle Master é um jogo de aventura na primeira pessoa, com uma particularidade muito interessante de ser completamente em 3D poligonal, mesmo num ZX Spectrum com as suas limitações óbvias. É óbvio que esta versão é muito inferior à do Amiga, ou mesmo à da Commodore 64, quanto mais não seja pela falta de cores nesta versão da Sinclair, mas ainda assim ver um ZX Spectrum a apresentar 3D poligonal foi algo que me surpreendeu bastante. E qual o objectivo do jogo? Explorar um castelo e as suas imediações, para resgatar um príncipe ou princesa que tinha sido raptado por um feiticeiro qualquer, o Magister ou Castle Master (dando assim nome ao jogo). Depois lá podemos explorar os espaços e nos movimentar livremente, com teclas de movimento e outras de olhar para cima e para baixo e uma ou outra de acção. Ao explorar as nossas redondezas vamos encontrar chaves para desbloquear novas zonas do castelo e outros itens para resolver puzzles. Mas antes de enfrentar o Magister e resgatar o príncipe ou princesa (mediante da personagem que escolhemos para jogar) teremos de derrotar alguns espíritos que nos aparecem à frente, podendo também nos matar. Para isso dispomos de um arsenal infinito de pedras que podemos utilizar para atacar os espíritos? Já viram alguém a atirar pedras a um fantasma? Eu não.

Mas infelizmente, e apesar de poder ter sido algo revolucionário para a altura, é um jogo que envelheceu muito mal. Os seus gráficos quase monocromáticos, polígonos tão grandes que não conseguimos distinguir muito bem o que está à nossa frente e o facto de passarmos imenso tempo sem saber o que andamos por ali a fazer, tornam este jogo bastante ultrapassado. Ah, e a versão ZX Spectrum não tem música, apenas alguns efeitos sonoros. Ainda assim acho-o um item interessante de se coleccionar, só tenho pena do meu ser do mercado cinzento, mas irão ver muitos assim por estas bandas.