Ultimamente tenho andado bastante entretido com um jogo que já me levou mais de 100 horas de jogo e não estava mesmo à espera que fosse assim tão longo, daí também não ter publicado muito nas últimas semanas. Entretanto, e para desenjoar, decidi jogar este Zombie Zone para a PS2. O Zombie Zone é a adaptação europeia do primeiro OneeChanbara (Bikini Zombie Slayers), lançado originalmente no Japão em 2004, fazendo parte da colecção de jogos budget Simple 2000 da D3 Publisher. A 505 Games (quando ainda se chamava de 505 Gamestreet) decidiu trazer este jogo para a Europa algures durante o ano seguinte, agora sob o nome de Zombie Zone. O meu exemplar foi comprado ao desbarato na vinted algures durante este ano, numa altura em que surgiram imensos selados e a bom preço (os italianos lá encontraram mais uns quantos caixotes de unidades não vendidas, certamente).
Eu já cá trouxe no passado o Zombie Hunters, que é uma adaptação do The Onechanpuru, que é por sua vez um relaçamento do primeiro jogo, mas com conteúdo adicional. Na altura em que escrevi esse artigo, não tinha conhecimento da existência deste Zombie Zone por cá e é curioso que o Zombie Hunters, apesar de ter esse nome na capa, manual e disco, no ecrã título do jogo em si se chame Zombie Zone: The Other Side. Os Zombie Hunters já foram publicados na Europa pela Essential Games, portanto pode ter havido alguma questão de direitos que os tenha obrigado a alterar o nome, provavelmente à última hora.

Mas o que interessa aqui reter é que este é o mesmo jogo que o Zombie Hunters, mas por sua vez com menos personagens jogáveis e consequentemente com menos vestimentas adicionais para desbloquear. Os níveis creio que são os mesmos, assim como os modos de jogo e a jogabilidade. Indo então muito rapidamente à mesma, este é um jogo de acção do tipo hack-and-slash, onde Aya terá de defrontar dezenas (ou centenas) de zombies e outras criaturas grotescas para se vingar da sua irmã, que está aparentemente por detrás desta catástrofe. O jogo possui algumas mecânicas interessantes no entanto: à medida que vamos esquartejando zombies a nossa espada vai ficando suja de sangue, o que por sua vez faz com que a mesma perca poder de dano ou no limite até possa ficar encravada nalgum inimigo. Temos então de frequentemente pressionar o botão L1 para limpar o sangue da espada! Por outro lado, Aya também vai ficando coberta de sangue à medida em que vai combatendo. Acima da sua barra de vida vemos uma outra barra de energia que se vai enchendo à medida que vamos atacando e que reflecte a quantidade de sangue que Aya absorveu. Uma vez cheia, Aya entra num estado de delírio (berserk), tornando-se extremamente poderosa, porém com o sacrifício de a sua defesa ficar muito pior e a sua barra de vida ser lentamente consumida. A única forma de saírmos deste estado é o de utilizar certos itens para o efeito, ou interagir com algumas estátuas de anjos que eventualmente poderemos descobrir.
Até aqui tudo bem, o jogo até que é algo divertido de se jogar, mas rapidamente se torna bastante aborrecido e repetitivo, a começar pela falta de variedade nos seus cenários e pelo facto de termos de fazer muito backtracking em busca de chaves que nos permitam posteriormente avançar. Sempre que entramos numa àrea mesmo que não seja pela primeira vez, os inimigos surgem novamente no ecrã e são logo às dezenas! O facto de alguns dos níveis serem algo labirínticos também não vai ajudar. De resto convém mencionar que também poderemos ir coleccionando esferas amarelas que representam pontos de experiência. No final de cada nível esses pontos são acumulados, podendo nos permitir subir de nível e tornar Aya mais forte. De resto, para além do modo história (que atravessa apenas 6 níveis que só são longos devido à repetição), o jogo também nos introduz um modo survival e um outro modo quest. No primeiro o objectivo é mesmo o de sobreviver o máximo de tempo possível, enquanto o segundo apresenta-nos vários desafios, ao ultrapassar os níveis do modo história e cumprir alguns objectivos. Obviamente que não perdi tempo com isto.
A nível audiovisual é um jogo interessante, embora muito pouco polido como seria de esperar num jogo deste orçamento. A parte interessante é mesmo todo o gore e sangue pelo ar, para além do detalhe de alguns bosses e inimigos mais imponentes. De resto, a maior parte do orçamento gráfico foi mesmo para o detalhe da Aya e dos seus atributos femininos. Os zombies possuem muito menos detalhe, o que é de certa forma compreensível pois surgem às dezenas ao mesmo tempo e ocasionalmente a própria PS2 tem dificuldade em processar tanta coisa ao mesmo tempo. Por outro lado os cenários são também bastante simples no seu detalhe e pouco variados. Apesar dos 6 níveis, temos 3 tipos de cenários diferentes: urbanos, o interior de um hospital abandonado e cavernas/templos subterrâneos. A banda sonora é toda ela música electrónica algo genérica, nada de especial.
Portanto este Zombie Zone começa por ser um jogo interessante e agradável de se jogar, apesar de toda a sua apresentação de claro baixo orçamento, mas rapidamente também se torna bastante repetitivo e aborrecido. Experimentem-no se tiverem curiosidade com as origens desta série, mas se tiver mesmo de ser façam-no com o Zombie Hunters devido ao conteúdo adicional. Ou então com o OneeChanbara Origin, um remake dos dois primeiros jogos da série lançado em 2019/20 para a PS4.



