Vamos voltar à Turbografx-16 para um jogo que já cá tinha em backlog há algum tempo. Houve uma altura em que comprei vários lotes de jogos PC-Engine / Turbografx-16 a um particular na vinted que se estava a desfazer da sua colecção, entre os quais alguns jogos selados. De Turbografx-16 comprei o Pac-Land e este Bravoman mas, apesar de eu acabar por jogar practicamente tudo o que seja retro através de emulação por conveniência, gosto sempre de os experimentar no hardware original. O Pac-Land foi então aberto, mas não tive coragem de fazer o mesmo com este Bravoman, pelo que me fiquei 100% por emulação neste jogo.

Este Bravoman acaba por ser uma adaptação de um jogo arcade da Namco chamado de Chouzetsu Rinjin Bravoman. É um híbrido de um jogo de acção/plataformas, com alguns níveis intermédios com mecânicas de shmup. É também um jogo onde encarnamos no papel de um super herói (o tal Bravoman) que terá de travar uma série de vilões liderados pelo Dr. Bomb e assim salvar o mundo. Ou algo do género. É que o original arcade sempre foi uma espécie de paródia aos super heróis nipónicos e isso acaba por se traduzir aqui também de certa forma.

A nível de mecânicas de jogo, na sua essência estas são bastante simples. Na maioria dos níveis, que são de plataformas, um dos botões salta e o outro ataca, onde Bravoman estica os seus braços tipo o Dhalsim do Street Fighter II. Ao pressionar combinações de botões como o de salto e/ou direccional em conjunto com o ataque permite-nos desencadear diferentes golpes também, com Bravoman a dar também cabeçadas e pontapés, uma vez mais com essas partes do corpo a serem “extensíveis”. Já nos níveis de shmup, um dos botões faciais serve para lançar mísseis para a frente e o outro para bombas em arco. De resto, e independentemente do nível em questão, vamos poder encontrar também toda uma série de diferentes itens, desde comida que nos regenera a nossa barra de vida, power ups que nos deixam temporariamente mais poderosos, invencíveis ou dão-nos pontos ou vidas adicionais, entre outros. Algo de notar é a aparição de outros super heróis que nos podem ajudar. O Lottery Man surge sempre que apanhemos uma série de itens com símbolos ou derrotamos um boss e dá-nos alguma comida ou outros itens para nos ajudar. Temos é de ter cuidado para não o atacar muitas vezes, caso contrário fica chateado connosco e deixa de aparecer. Ocasionalmente também surge no ecrã o Alpha Man, o super herói que nos deu os nossos poderes, para nos dar algumas dicas.
Depois o jogo é super bizarro em vários aspectos, a começar pelo design de muitos dos inimigos e bosses que é simplesmente estranho. Todos os diálogos são apresentados como balões de banda desenhada e muitas vezes, mesmo com má tradução para inglês, lá vemos algumas mensagens bastante bizarras também. As sprites são grandes e com um bom nível de detalhe, o que pode ser um problema pois acabamos por ser um alvo maior. Por outro lado também o nível de detalhe dos níveis é algo inconsistente. Alguns níveis apresentam bonitos efeitos de parallax scrolling, enquanto outros têm detalhe apenas na parte inferior dos cenários, com o restante céu sem qualquer detalhe ou gradiente de cor. Portanto, apesar deste não ser propriamente o jogo mais bonito de PC Engine acaba por cumprir bem o seu papel. Já no que diz respeito ao som, nada de especial a apontar a não ser o facto de a nossa personagem gritar bravo! sempre que ataca, o que nos vai levar à loucura ao fim de algum tempo. De resto, as músicas são agradáveis mas infelizmente repetem-se bastante.
Portanto este Bravoman é um jogo de acção cujo ponto forte é precisamente a estranheza e bizarrice das personagens e inimigos que vamos encontrar. Tudo o resto já não é nada por aí além e a versão arcade parece ser bem mais detalhada como seria de esperar.


