Daemon Summoner (Sony Playstation 2)

Depois de uma longa ausência relacionada com picos de trabalho e um longo e merecido período de férias, é tempo de voltar à carga e vamos recomeçar as escritas com um jogo que não é lá muito bom, mas eu já deveria saber disso antes de o ter comprado pois é um dos muitos jogos que a Midas publicou para este sistema. Ao menos seguramente o comprei bastante barato, embora já não me recorde quando e onde o terei feito.

Jogo com caixa e manual

Este é um first person shooter que decorre em Londres em plena época Victoriana no ano de 1888, onde nós encarnamos numa espécie de caçador de vampiros que procura vingança pela sua esposa ter sido transformada num vampiro. Iremos então percorrer as ruas de Londres (e não só) em busca dos vampiros que a tornaram nessa abominação, mas vamos também enfrentar várias outras criaturas como lobisomens, zombies ou outras criaturas demoníacas.

Esta besta é a nossa primeira arma, pena que demore 5 segundos entre cada disparo! Mas ao menos, se continuarmos a andar para trás não sofremos dano.

Os controlos não são assim tão maus quanto isso, com os analógicos a servirem para controlar o movimento e a câmara, sendo que o L3 e R3 servem para agachar e ampliar a mira, respectivamente. O R1 serve para disparar, R2 para atirar lanternas como se fossem cocktails Molotov, já os restantes botões de cabeceira têm usos mais particulares e alguns sinceramente nem entendi bem (até o manual não é claro neste aspecto). Os botões faciais servem para ataques corpo-a-corpo (triângulo), recarregar a arma equipada (quadrado), mudar de arma (circulo) e interagir com objectos ou escalar certos obstáculos (X).

Infelizmente não há uma grande variedade de criaturas, mas os lobisomens são das mais perigosas.

Infelizmente no entanto a jogabilidade é francamente má. O sistema de detecção de colisões é péssimo, com inimigos exactamente iguais a precisarem de um número diferente de tiros na mesma zona do corpo para serem derrotados. Mas o que leva a cereja no topo do bolo é o facto de os inimigos não nos conseguirem atacar enquanto nós andamos para trás. Tendo em conta que os níveis são grandes, com espaços amplos ou inúmeros corredores idênticos, conseguimos passar uma grande parte do combate sem sofrer qualquer dano se utilizarmos este truque. Para além de ser muito habitual os inimigos ficarem também presos em esquinas ou outros obstáculos. O segundo nível é uma excepção, na medida em que o temos de completar sem sermos detectados, pelo que o combate aí está completamente fora de questão, resultando num game over imediato. Mas mesmo aí o jogo é bastante inconsistente, pois podemos passar muito perto de alguns inimigos sem que nada aconteça, ou não termos ninguém próximo de nós e mesmo assim sermos descobertos, obrigando-nos a repetir o nível. É de longe a parte mais frustrante do jogo, mas uma vez ultrapassado esse obstáculo, mais umas 2 horinhas em cima e temos o jogo terminado. Sim, Daemon Summoner é muito curto.

O detalhe gráfico de alguns inimigos até que está bastante bom!

A nível audiovisual o jogo até tem os seus méritos. Os inimigos, apesar de não serem muito variados, estão muito bem detalhados para um jogo da PS2. Já os níveis, apesar de alguns efeitos de luz ou meteorológicos interessantes, não são nada de especial. Isto porque dentro dos mesmos níveis, não há uma grande variedade nas texturas, muitas vezes temos corredores labirínticos intermináveis e dois dos níveis até se repetem em fases distintas do jogo. A música título até é bastante boa, orquestral e com uns toques que se adequam perfeitamente ao clima mais de “terror” que o jogo tenta transparecer. O voice acting é bastante competente, mas pena que fora das cutscenes, a voz da nossa personagem esteja a um volume bastante baixo quando comparado com o do ruído ambiente, pelo que nem sempre se entende bem o que o homem está para ali a dizer.

Portanto este Daemon Summoner é um jogo com imensos problemas e que dá mesmo a sensação de ser um produto inacabado e apressado para sair para o mercado. E aparentemente, depois de alguma investigação na internet, parece que foi mesmo esse o caso, com o mesmo a ter sido desenvolvido por um estúdio independente britânico e que atravessou sérias dificuldades financeiras. O que aqui temos é um produto com 3 meses de desenvolvimento e com uma equipa de elevada rotação. O pouco que se conseguiu fazer nesse período de tempo já me parece bastante bom e o que aqui temos é um jogo que tinha potencial para ser bastante superior.

Desconhecida's avatar

Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.