Dungeon Explorer (Turbografx-16)

Vamos voltar à plataforma da NEC/Hudson para um daqueles jogos que é considerado por muitos como um clássico na plataforma. Desenvolvido pela Atlus e publicado pela Hudson, este é um jogo largamente influenciado pelo Gauntlet, embora possua um pouco mais de elementos RPG. O meu exemplar foi comprado algures em Abril num lote de vários jogos Turbografx-16 que comprei a um particular, sendo todos eles edições distribuídas oficialmente em Portugal, com um manual adicional em português.

Jogo com caixa e manuais, edição distribuída em Portugal

A história leva-nos a controlar uma de várias personagens possíveis que, a pedido do rei lá do sítio, teremos de procurar um poderoso artefacto. Para isso, e como o próprio nome do jogo bem o indica, teremos de explorar toda uma série de dungeons repletas de inimigos. Antes de tudo isso, no entanto, teremos de escolher que personagem queremos representar. O jogo oferece-nos 8 personagens distintas que podemos controlar, cada qual com diferentes características e ainda poderemos desbloquear mais algumas ao decorrer da aventura. Independentemente da personagem escolhida, todas elas possuem ataques à distância. Para além de ataques físicos, cada personagem terá também diferentes habilidades de magia branca ou negra que poderá utilizar.

Cada personagem possui diferentes atributos físicos e habilidades mágicas

O jogo está então dividido num castelo central, o qual iremos visitar recorrentemente quanto mais não seja para tentar descortinar qual a masmorra a visitar a seguir, com várias outras localizações e masmorras à sua volta e cujas passagens se vão desbloqueando à medida que vamos progredindo. As dungeons, tal como no Gauntlet, vão sendo cada vez mais labirínticas e estão repletas de geradores de inimigos, que deverão ser destruídos assim que possível. No final da mesma, teremos um boss para derrotar. Explorando iremos também encontrar vários itens, desde “munições” para as magias, outros melhoram temporariamente algum dos nossos stats, regeneram a nossa barra de vida ou até nos dão vidas extra. E sim, tal como no Gauntlet poderemos destruir estes power ups se não tivermos cuidado. No que diz respeito aos controlos as coisas não poderiam ser mais simples, com um botão para atacar, outro para usar magias e o select para alternar a selecção entre magia negra ou branca.

Sim, este jogo permite-nos jogar com 5 pessoas em simultâneo!

De resto, como podem calcular, o jogo não é propriamente fácil e não adianta nada fazermos “grinding” de experiência pois a nossa personagem apenas sobe de nível (e por conseguinte fica mais forte) sempre que derrotamos um boss. Mas também não é muito castigador, pois apesar de termos um sistema de vidas, sempre que as perdemos todas temos uma password que poderemos reutilizar. Essa password grava o nosso nível actual e o progresso do jogo no geral, embora o recomecemos na área de início, perto do castelo, tendo por isso de fazer o caminho todo de volta até à dungeon onde estávamos. E sim, apesar de o jogo ser linear, saber ao certo para onde ir a seguir pode ser um pouco intimidatório. Por fim convém mesmo referir o facto de o jogo suportar multiplayer com até 5 jogadores em simultâneo, apesar de todos os jogadores no activo partilharem a mesma pool de 5 vidas.

Tal como no Gauntlet, temos vários geradores de inimigos que deveremos destruir sempre que possível. E os power ups também podem ser destruídos por acidente!

A nível audiovisual sinceramente até acho o jogo muito bem conseguido para um lançamento de 1989. O ecrã inicial está repleto de múltiplas camadas de scrolling, algo que o hardware não suporta nativamente e as dungeons em si vão sendo algo variadas, embora não tenham assim tanto detalhe quanto isso. A banda sonora é bastante boa, do melhor chiptune que a Turbografx/PC-Engine tem para oferecer, na minha opinião! Pena no entanto que a narrativa do jogo não seja grande coisa.

Portanto estamos aqui perante um jogo desafiante mas bastante interessante do catálogo deste sistema. A possibilidade de multiplayer cooperativo para 5 pessoas em simultâneo, cada qual controlando uma personagem com características e magias diferentes pareceu-me bastante interessante e creio que o jogo até deve ter tido relativo sucesso pois 4 anos depois sai uma sequela (agora em formato CD-ROM²) que por sua vez acaba por ser localizada e lançada em solo americano também no mesmo ano.

Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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