King of Fighters: Maximum Impact (Sony Playstation 2)

Vamos voltar à Playstation 2 para mais um dos seus jogos de luta, desta vez para este KOF Maximum Impact. Apesar de a SNK já ter tido alguma experiência com jogos de luta 3D, todos eles desenvolvidos para o sistema arcade Hyper Neo Geo 64 que acabou por ser um fracasso comercial, este é o primeiro KOF desenvolvido como um jogo de luta em 3D e foi desde logo pensado como sendo um spin-off à série principal, tal como acontece nos Street Fighter EX. O meu exemplar foi comprado em 2015 quando visitei a cidade de Oslo na Noruega. Na altura descobri uma interessante loja de videojogos e, apesar dos seus preços serem maioritariamente elevados, ainda descobri alguns títulos bem em conta, como foi o caso deste Maximum Impact que foi comprado selado por um valor que não chegou aos 15€.

Jogo com caixa, sleeve exterior de cartão, manual com instruções rápidas, disco bónus e um manual adicional bem mais luxuoso

No que diz respeito aos modos de jogo, os controlos base usam os mesmos 4 botões faciais do comando da PS2 para executar socos ou pontapés, fracos e fortes. Temos também uma barra de specials que se vai enchendo à medida que vamos distribuindo porrada e que nos permitirá executar alguns golpes poderosos. Apesar dos seus visuais completamente em 3D poligonal, na sua essência este jogo mantém as mesmas mecânicas de um jogo de luta em 2D, embora também nos permita de certa forma mover-nos num plano tridimensional. Para isso teremos de pressionar os botões soco e pontapé fracos em simultâneo, em conjunto com uma direcção. Esquerda ou direita activa os rolls evasivos que já estávamos habituados, enquanto que cima ou baixo nos permitem desviar à volta do nosso oponente. De resto, para além desta transição para o 3D, a maior mudança a nível de jogabilidade é a de, pelo menos no modo história, este ser um jogo inteiramente de lutas 1 contra 1, ao contrário dos restantes KOF que nos obrigam a usar equipas de 3 lutadores, podendo ainda ter acesso a mecânicas de tag. A nível de personagens temos aqui 19 personagens ao todo mais uma desbloqueável (o boss Duke). Dessas 20, 6 foram especialmente criadas para esta subsérie Maximum Impact e, que eu saiba, ainda não surgiram em mais nenhum KOF da série principal.

Tal como nos Street Fighter EX, nesta série são apresentadas várias novas personagens que nunca mais ouviremos falar

No que diz respeito os modos de jogo, temos aqui o modo história que nos leva a lutar contra 6 oponentes mais um boss final, o tal Duke. A história em si sinceramente não é nada de especial pois leva-nos a participar em mais um torneio King of Fighters realizado por uma organização criminosa com algum plano macabro por detrás. Isto é-nos dito por uma personagem que mais parece um palhaço e que também nos apresenta o próximo adversário entre cada round. A história é então completamente genérica para a maioria das personagens e apenas 3 das 6 novas personagens nos darão acesso a alguns diálogos adicionais que enriquecem um pouco mais a história. É o caso dos irmãos Meira e da femme fatale Lien Neville. Para além do modo história temos também um modo versus que tanto pode ser jogado sozinho ou contra um amigo e aqui já temos a possibilidade de criar equipas de 3 assim como o modo practice que dispensa apresentações. Para além disto temos também um modo challenge que se subdivide nos mission mode e time attack, onde neste último o objectivo é o de obter o melhor tempo possível. O mission mode apresenta-nos uma série de desafios como fazer um certo número de combos, derrotar um oponente dentro de um certo tempo limite, usar algum golpe especial, entre muitos outros. Completar missões desbloqueiam-nos novas arenas e fatos para as personagens.

Por vezes os uniformes alternativos de certas personagens remetem-nos para outros jogos, como é a vestimenta de Terry Bogard do Mark of the Wolves

A nível audiovisual sinceramente não acho o jogo mau de todo. As arenas vão sendo bastante variadas entre si e consideravelmente bem detalhadas. As personagens são todas em 3D poligonal e apesar de não serem propriamente mal detalhadas, há, a meu ver, uma grande perda de qualidade no design e animações das personagens quando estas transitaram para o 3D poligonal. Mas isto é mesmo uma questão de gosto pessoal, que sempre achei as sprites da SNK extremamente boas! E sinceramente acho a maior parte das novas personagens desinteressantes, acho que só mesmo a Lien Neville se aproveita (e não, não é devido ao seu decote e atributos femininos). A banda sonora vai sendo também algo eclética, abrangendo géneros como o rock, pop e electrónica e é de forma geral agradável de se ouvir. O mesmo não pode ser dito do voice acting que foi todo regravado para inglês no lançamento ocidental e sinceramente fica muito a desejar na sua qualidade.

O jogo abre com uma cutscene em CGI que por acaso acho muito bem trabalhada.

Portanto este KOF Maximum Impact é um jogo de luta bastante competente e divertido de se jogar, embora, por gosto pessoal, prefira de longe o design artístico dos clássicos em 2D da Neo Geo. Ainda assim o jogo deverá ter tido algum sucesso, pois a SNK Playmore ainda lançou pelo menos dois sucessores. Esta edição europeia vem acompanhada de um disco adicional com um making of do jogo, bem como um manual inteiramente a cores que é de tão boa qualidade que nem cabe dentro da caixa do jogo, obrigando assim que o mesmo viesse acompanhado de uma sleeve exterior de cartão para comportar ambos.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

Um pensamento em “King of Fighters: Maximum Impact (Sony Playstation 2)”

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