Continuando por exclusivos nipónicos, vamos agora voltar à PC Engine CD para um jogo da Hudson e Red que tira todo o partido das capacidades deste sistema, em particular da memória extra que a tecnologia Super CD-ROM² inclui. É que este é uma aventura gráfica / visual novel repleta de vozes, animações e gráficos coloridos e bem detalhados. Para um lançamento de 1992 é impressionante e sim, felizmente existe uma tradução feita por fãs que eu aproveitei. O meu exemplar foi comprado na vinted a um particular algures em Janeiro de 2022, já não me recordo quanto custou ao certo, mas foi barato.
A história leva-nos a controlar a jovem Yuna Kagurazaka, que havia recentemente vencido um concurso de “beleza galáctica” ou algo do género, tornando-se então bastante popular pelo universo fora. A certa altura Yuna é visitada por Elner, um pequeno robot algo semelhante a uma fada que lhe diz que ela é a salvadora do Universo, que estava prestes a ser invadido pelas forças das trevas. Elner confere-lhe também alguns poderes e uma armadura toda sci-fi, pelo que lá teremos então de salvar o universo. E por salvar o universo entenda-se explorar vários planetas e combater várias outras adolescentes da mesma idade da Yuna que teriam sido corrompidas pelos poderes das trevas.
O jogo é então, na sua maioria, uma aventura gráfica / visual novel, onde, tal como em títulos como o Snatcher, vamos poder explorar vários locais e interagir com diversas pessoas com base num menu com várias acções que poderemos tomar em cada situação. Tipicamente essas resumem-se a “observar”, “falar” ou “mover”, se bem que em situações específicas vamos tendo outras acções que poderemos tomar. É uma aventura simples onde muitas vezes apenas conseguimos avançar para o ecrã seguinte enquanto não exaustamos todas as opções. Mas para além da exploração vamos tendo toda uma série de combates contra as restantes fraulein. E estes combates são travados como se um RPG por turnos se tratasse, onde poderemos atacar de diversas formas (incluindo através do insulto!) ou defender entre turnos. Tipicamente os nossos ataques causam sempre mais dano que os dos nossos oponentes, portanto creio que seja difícil perder esses combates também.
Mas onde o jogo impressiona mesmo é na sua qualidade visual. Isto porque o mesmo está repleto de cutscenes animadas e diálogos com vozes, para além de termos a possibilidade de visitar diversos planetas bastante distintos entre si, o que resulta numa grande variedade de cenários que nos são apresentados. Até tem uma cut-scene de abertura como se um anime se tratasse! As batalhas também são graficamente bem animadas e detalhadas e não posso deixar de dar os meus parabéns à equipa que trabalhou na tradução não oficial deste jogo. Isto porque o jogo possui imensas cut-scenes com voz apenas (sem legendas) e tendo em conta as limitações técnicas da PC Engine, conseguir fazer um hack para adicionar legendas nesses trechos é um feito que não está ao nível de muitos. De resto, nada de especial a apontar às vozes que me parecem bem competentes para um jogo de 1992. A banda sonora é também composta de vários temas agradáveis e, como o jogo tem imensos clipes de voz, a maior parte da banda sonora é composta por músicas chiptune para economizar espaço no CD. A PC Engine tem um bom chip de som, portanto nada se perdeu!

Portanto este primeiro Yuna é um título que apesar de ser bastante simples na sua história e mecânicas de jogo, não deixou de ser bastante agradável de se jogar, quanto mais não seja por todos os “luxos” que o mesmo tem na sua apresentação. Apesar deste Yuna ter sido uma propriedade intelectual criada especialmente pensada para videojogos, ainda teve um sucesso considerável no Japão, com várias sequelas e relançamentos a surgirem para diversos sistemas, assim como animes ou CDs de música. O Galaxy Fraulein Yuna foi traduzido para inglês pela mesma equipa e planeio jogá-lo em breve!




Um pensamento em “Galaxy Fräulein Yuna (PC Engine CD)”