Thomas Was Alone (PC)

Tempo para mais uma rapidinha a um indie com este Thomas Was Alone. Desenvolvido por Mike Bithell e com música composta por David Housden, este é um interessante jogo de plataformas com vários elementos de puzzle e uma narrativa original a acompanhar a acção. Sinceramente não me recordo como é que o meu exemplar veio cá parar, muito menos quando ou quanto me custou, mas suspeito que terá vindo nalgum indie bundle por uma bagatela.

O conceito do jogo leva-nos a controlar inicialmente Thomas, uma inteligência artificial que ganha consciência e começa a explorar todo o espaço virtual à sua volta. Thomas é representado por um pequeno rectângulo vermelho e o objectivo dos primeiros níveis é precisamente levá-lo do início ao fim do nível, até ao seu portal de saída que nos desbloqueia o nível seguinte. Mas à medida que vamos progredindo no jogo iremos descobrir outras IAs, cada qual com diferentes traços de personalidade e também representadas por diferentes formas e cores. Chris é o primeiro, um quadrado laranja incapaz de saltar tão alto como Thomas. Os níveis seguintes já obrigarão à cooperação entre ambas as personagens (podemos alternar o controlo livremente entre elas) para ultrapassar certos obstáculos e chegar à saída do nível. À medida que vamos progredindo no jogo iremos desbloquear muitas outras personagens adicionais, como John, um rectângulo amarelo mais alto, mais ágil e capaz de saltar a longas distâncias, Claire, um quadrado grande e o único capaz de flutuar na água, Laura, um rectângulo horizontal que também não salta grande coisa mas serve de trampolim para as outras personagens, James, um rectângulo verde que está sempre com gravidade invertida ou Sarah, um rectângulo roxo capaz de duplo-salto.

Cada personagem possui habilidades próprias e os níveis apresentam-nos diversos desafios onde teremos de utilizar essas diferentes habilidades em conjunto

À medida que estas personagens vão sendo introduzidas, os desafios para ultrapassar os níveis vão necessitar que utilizemos as habilidades de todas essas personagens, para que as mesmas consigam chegar aos seus próprios portais. E a história vai precisamente contar a maneira como todos vão convivendo uns com os outros e formando uma certa amizade. Lá mais para a frente no jogo a história leva-nos a controlar outras personagens mais genéricas, sem grandes habilidades próprias, mas que ao atravessarem certas zonas coloridas irão ganhar a habilidade das personagens anteriores. Por exemplo, uma personagem que atravesse uma zona verde irá ganhar gravidade invertida, enquanto que outra que atravesse uma zona vermelha ganha a possibilidade de servir de trampolim e por aí fora, pelo que as possibilidades e os puzzles que teremos de resolver continuam bastante originais e imaginativos. O jogo está dividido ao longo de 9 zonas com 10 níveis cada, mas assim que o terminemos desbloqueamos ainda 2 zonas adicionais com novas personagens e habilidades, sendo uma prequela aos acontecimentos narrados no jogo principal. Apesar dos muitos níveis, não é um jogo muito longo, tendo-me levado cerca de 5 horas a terminá-lo na totalidade. Vão haver alguns puzzles mais complexos ou obstáculos mais difíceis de ultrapassar, mas nada que seja assim tão frustrante quanto isso.

A narrativa é também apresentada de forma bastante original e com uma narração de qualidade!

A nível gráfico este é um jogo muito particular com os seus visuais minimalistas, cenários maioritariamente escuros e as personagens… bom essas são todas elas quadriláteros bastante minimalistas também. Já no que diz respeito ao som, a banda sonora é bastante relaxante e agradável e a narração é francamente boa (aliás essa foi uma das razões que levaram o jogo a ganhar prémios internacionais). A voz é protagonizada por Danny Wallace (a mesma pessoa que dá a voz à personagem de Shaun Hastings no universo Assassin’s Creed – o historiador dos assassinos) e o resultado final ficou excelente.

Portanto este é um simples, porém interessante e original jogo de plataformas que nos trará diversos desafios para resolver e alguns segmentos de platforming mais exigentes (mas muito longe do que outros precision platformers da época exigiam). A excelente banda sonora e narrativa são outros pontos bastante fortes e em suma acho que é uma excelente opção para uma experiência um pouco mais casual.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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