Frog Bog (Mattel Intellivision)

Continuando pela saga de rapidinhas a jogos da Mattel Intellivision, vamos finalmente ficar com um jogo que não é de desporto, mas sim uma criação original da Mattel para este sistema (apesar de terem também posteriormente lançado uma versão deste jogo para a Atari 2600 sob outro nome). Neste Frog Bog controlamos um ou dois sapos e o objectivo é o de saltitar entre nenúfares e comer o máximo de insectos possível, vencendo no final quem tiver mais pontos, sendo que diferentes insectos valem também pontos distintos. O meu exemplar, tal como os restantes jogos Intellivision que cá tenho trazido veio num lote que comprei a um particular com uma consola também.

Jogo com caixa, manual e folhas de plástico para se inserirem dos comandos

Já descrevi acima o objectivo do jogo, mas como é que isto funciona mesmo? Bom, começamos por escolher que tipo de jogo queremos jogar: se durante o dia, ou à noite, que por sua vez é mais difícil pelo ecrã estar mais escuro e não conseguirmos ver bem os insectos a apanhar. E isso é definido pelos botões do teclado numérico devidamente assinalados nas folhas de plástico que acompanham o jogo. Uma vez escolhida a partida, somos levados à acção, onde vemos dois sapos coloridos, cada um no seu nenúfar e vários insectos a passearem-se pelo ar. Devemos então apenas pressionar o direccional que o sapo salta numa trajectória pré-definida e o próprio CPU activa a língua do sapo para tentar apanhar os insectos que se atravessem no nosso caminho. Bom, pelo menos é o que acontece nas opções por defeito… se repararem na tal folha que deveremos colocar no comando temos também 3 outros botões mapeados para o teclado numérico do comando, que correspondem às opções Fixed Arc, Dir e Dir & Tongue. A primeira está activa por defeito e representa esse controlo automático da trajectória dos saltos e do uso da língua. A qualquer momento no jogo no entanto poderemos alternar entre todas estas opções! A Dir permite-nos controlar a direcção do salto usando o direccional e quanto mais tempo mantivermos o direccional pressionado nessa direcção, mais alto/longe o sapo saltará e corremos o risco de cair fora dos nenúfares, perdendo alguns segundos até que o sapo nade novamente para a superfície. Com essa opção activada o controlo da língua mantém-se automático, enquanto que na opção Dir & Tongue já temos o controlo total do sapo, com a língua a ser activada recorrendo a qualquer um dos botões laterais do comando. Infelizmente, tendo em conta que o direccional da Intellivision permite movimento em 16 direcções distintas, a experiência no emulador não me parece de todo a mais fiel e se calhar os saltos até são bem mais intuitivos no hardware original.

Detalhe da folha de plástico inserida no comando com os controlos a usar. Só não refere no caso de usarmos o controlo 100% manual teremos de utilizar os botões laterais para controlar a língua do sapo

Um outro detalhe interessante a mencionar na jogabilidade é o ciclo de dia e noite. Cada partida dura à volta de 3 minutos e caso comecemos a jogar de dia, ao fim de algum tempo a luz do dia transforma-se no crepúsculo, para depois dar origem ao céu estrelado da noite, sinalizando assim o final da partida. Por outro lado se começarmos de noite vamos vendo lentamente a lua a deslocar-se para o horizonte, dando por fim lugar ao nascer do sol e uma vez mais sinalizando o final da partida. Por fim, um outro detalhe peculiar, pelo menos tendo em conta os jogos de Intellivision que joguei até agora é que apesar deste jogo ser também idealizado para dois jogadores, tal não é obrigatório. Ao iniciar uma partida, se ninguém mexer no segundo comando ao fim de alguns segundos, o CPU começa então a controlar esse sapo e, curiosamente, se ninguém mexer no primeiro comando também, o CPU também assume o seu controlo.

O jogo tem um interessante sistema de noite e dia em que as partidas duram cerca de 3 minutos

A nível audiovisual este é uma vez mais um jogo muito simples e com um único ecrã de jogo, se bem que possui alguns gráficos distintos no caso das partidas diurnas ou nocturnas. Ainda assim, por muito minimalista que seja, fiquei agradavelmente surpreendido pelo cenário bem detalhado, pelo menos tendo em conta os restantes jogos deste sistema que havia experimentado até então. E mesmo os efeitos sonoros por muito minimalistas que sejam estão também muito bem representados, com ruídos que simulam vários sons da natureza como o barulho das cigarras ou o som das corujas. Adequam-se perfeitamente ao ambiente que o jogo tenta nos envolver!

Caso queiramos jogar à noite os insectos são mais difíceis de ver, alternando entre a cor preta e amarela

Portanto, apesar de ser uma vez mais um jogo super simples onde o único objectivo é o de fazer mais pontos que o nosso oponente, devo dizer que até agora este foi o jogo de Intellivision que mais apreciei. A sua jogabilidade simples (mas que a qualquer momento poderemos complicar ou descomplicar interagindo com os botões devidamente assinalados no teclado numérico), mas o conceito é interessante e os seus audiovisuais estão bem conseguidos para o sistema. Curiosamente a Mattel relançou mais tarde este jogo no sistema concorrente, a Atari 2600, sob o nome de Frogs and Flies e, apesar de não fazer a mínima ideia se a nível de jogabilidade é melhor ou pior, pelo menos graficamente é muito, muito mau.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

2 opiniões sobre “Frog Bog (Mattel Intellivision)”

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